28ª reunião | 9 de maio de 1957.
Presentes: Arnaldo Rocha, Ênio Santos, Elza Vieira, Francisco Gonçalves, Geni Pena Xavier, Francisco Teixeira de Carvalho, Geraldo Benício Rocha, Edmundo Fontenele, Antônio Inácio de Melo, Áurea Gonçalves, Francisco Cândido Xavier, Zínia Orsine Pereira e Waldemar Silva.
Comunicação recebida pelo médium Zínia Orsine Pereira.
Amigos, muita paz!
Ante o livro da natureza, que sempre recapitula os seus ensinamentos em nosso favor, para que aprendamos nas suas páginas a lei do amor, da renúncia e do sacrifício, cumpre-nos o dever de repetir, às vezes, as lições aqui aprendidas, em nosso benefício e de acordo com as necessidades dos nossos irmãos que nos visitam. E é por isso que os nossos apelos fraternais hoje são, com maior particularidade, destinados aos irmãozinhos desencarnados que aqui se reúnem. Eles vêm estudar conosco e adquirir a certeza de que somente com o trabalho construtivo na prática do devotamento e da abnegação alcançaremos a nossa paz espiritual, que mesmo sofrendo estamos amparados pelo amor que cobre a multidão de pecados ( † ) e que por esse mesmo amor jamais seremos condenados a penas eternas e que por ele, ainda, é que nos foi revelada a grande lei da reencarnacão, base sublime de excelsa misericórdia do Pai.
Em razão disso, jamais nos poderemos revoltar contra as nossas provas, mas, antes, agradecer as oportunidades que, pelos Céus, nos são dadas.
Pergunte ao homem que sofre aonde está Deus que não lhe atenua o sofrimento. Para o seu coração atordoado pelas tempestades da vida, só há duas possibilidades: a de ser feliz, acreditando num Deus bom, ou sofrer duvidando da existência do Pai.
Ouvimos sempre criaturas rebeldes que afirmam que Deus criou a humanidade e relegou-a ao sofrimento e à dor, no entanto, aqui estamos, por mercê de Deus, para trazer o sol da esperança aos corações feridos e aparentemente abandonados. As nossas dores, resignadamente suportadas, são luzes acesas em nossos caminhos e, por isso, disse o Mestre: “Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados”. ( † )
Sim, meus amigos, eu, que nada havia feito aí na vida terrena, recebi dos homens morte idêntica à daquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ao expirar numa cruz, eu rendia graças ao Pai por merecer aquela prova, achando-me indigno de seguir pela mesma trilha por que passou, um dia, o Amor dos amores no calvário. E não supunha eu que aquele gênero de morte expungia uma grande mancha que turvara a minha alma em outra vida, afogada na ilusão do poderio humano. E não supunha ainda que os homens que me torturavam eram instrumentos sagrados para a minha própria elevação.
Hoje, agradeço ao Pai, como todos os dias o faço, suplicando-Lhe possibilidades de ajudar àqueles que faliram como eu ante a glória do amor e da humildade. É o que sói acontecer na vida espiritual. Desejamos e pedimos sempre para auxiliar àqueles que caem vitimados pelas mesmas enfermidades morais que nos fizeram sucumbir.
Coragem, pois, amigos! A fé é o nosso baluarte. Deus é nosso pai. E Jesus é o doador da paz, abençoando-nos com o seu grande e infinito amor. Paz!
Salvador de Alencar