O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Pai nosso — Meimei


1

Pai nosso, que estás nos Céus

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1. Quando Jesus começou a prece dominical, satisfazendo ao pedido dos companheiros que desejavam aprender a orar, iniciou a rogativa, dizendo assim:

— Pai Nosso, que estás nos Céus…

O Mestre queria dizer-nos que Deus, acima de tudo, é nosso Pai.

Criador dos homens, das estrelas e das flores.

Senhor dos céus e da Terra.

Para Ele, todos somos filhos abençoados.

Com essa afirmativa, Jesus igualmente nos explicou que somos no mundo uma só família e que, por isso, todos somos irmãos, com o dever de ajudar-nos uns aos outros.

Ele próprio, a fim de instruir-nos, viveu a fraternidade pura, auxiliando os homens felizes e infelizes, os necessitados e doentes, mostrando-nos o verdadeiro caminho da perfeição e da paz.

Na condição de aprendizes do nosso Divino Mestre, devemos seguir-lhe o exemplo.

Se sentirmos Deus como Nosso Pai, reconheceremos que os nossos irmãos se encontram em toda parte e estaremos dispostos a ajudá-los, a fim de sermos ajudados, mais cedo ou mais tarde. A vida só será realmente bela e gloriosa, na Terra, quando pudermos aceitar por nossa grande família a Humanidade inteira.




2. Existência de Deus

Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:

— Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?

O crente fiel respondeu:

— Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.

— Como assim? — Indagou o chefe, admirado.

O servo humilde explicou-se:

— Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?

— Pela letra.

— Quando o senhor recebe uma joia, como é que se informa quanto ao autor dela?

— Pela marca do ourives.

O empregado sorriu e acrescentou:

— Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?

— Pelos rastos, — respondeu o chefe, surpreendido.

Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:

— Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!

Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.




3. Presença divina

Um homem, ignorante ainda das Leis de Deus, caminhava ao longo de enorme pomar, conduzindo um pequeno de seis anos.

Eram Antoninho e seu tio, em passeio na vizinhança da casa em que residiam.

Contemplavam, com água na boca, as laranjas maduras, e respiravam, a bom respirar, o ar leve e puro da manhã.

A certa altura da estrada, o velho depôs uma sacola sobre a grama verde e macia e começou a enchê-la com os frutos que descansavam em grandes caixas abertas, ao mesmo tempo que lançava olhares medrosos, em todas as direções.

Preocupado com o que via, Antoninho dirigiu-se ao companheiro e indagou:

— Que fazes, titio?

Colocando o indicador da mão direita nos lábios entreabertos, o velho respondeu:

— Psiu!… psiu!…

Em seguida, acrescentou em voz baixa:

— Aproveitemos agora, enquanto ninguém nos vê, e apanhemos algumas laranjas, às escondidas.

O menino, contudo, muito admirado, apontou com um dos pequenos dedos para o céu e exclamou:

— Mas, o senhor não sabe que Deus nos está vendo?

Muito espantado, o velho empalideceu e voltou a recolocar os frutos na caixa, de onde os havia retirado, murmurando:

— Obrigado, meu Deus, por haveres despertado a minha consciência, pelos lábios de uma criança.

E, desde esse momento, o tio de Antoninho passou a ser realmente outro homem.




4. Nosso Pai

Quando acordamos para a razão, descobrimos os traços vivos da Bondade de Deus, por toda parte.

Seu imenso carinho para conosco está no Sol que nos aquece, dando sustento e alegria a todos os seres e a todas as coisas; nas nuvens que fazem a chuva para o contentamento da Natureza; nas águas dos rios e das fontes, que deslizam para o benefício das cidades, dos campos e dos rebanhos; no pão que nos alimenta; na doçura do vento que refresca; na bondade das árvores que nos estendem os galhos dadivosos, em forma de braços ricos de bênçãos; na flor que espalha perfume na atmosfera; na ternura e na segurança de nosso lar; na assistência dos nossos pais, dos nossos irmãos e dos nossos amigos que nos ajudam a vencer as dificuldades do mundo e da vida, e na providência silenciosa, que nos garante a conservação da saúde e da paz espiritual.


Muitos homens de ciência pretendem definir Deus para nós, mas, quando reparamos na proteção do Todo-Poderoso, dispensada aos nossos caminhos e aos nossos trabalhos na Terra, em todos os instantes da vida, somos obrigados a reconhecer que o mais belo nome que podemos dar ao Supremo Senhor é justamente aquele que Jesus nos ensinou em sua divina oração: — “Nosso Pai”.




5. Pensamentos

Deus é nosso Pai.

Somos irmãos uns dos outros.

Jesus é o Divino Mestre que Deus nos enviou.

A oração é o meio imediato de nossa comunhão com o Pai Celestial.

Nossos melhores pensamentos procedem da inspiração do Alto.

A presença de Deus pode ser facilmente observada na bondade permanente e na inteligência silenciosa da Natureza que nos cerca.

Devemos amar-nos uns aos outros.

A voz divina pode ser reconhecida nos bons conselhos.

Sempre que ajudarmos, seremos ajudados.




  6. Em nossa terna Mãezinha,

  Cheia de santa afeição,

  Sentimos que Deus nos fala

  No fundo do coração.


Meimei


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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