1 Há no estertor da morte uma beleza
Transcendente, ignota luminosa,
Beleza sossegada e silenciosa,
Da luz branca da Paz, trêmula e acesa…
2 É o augusto momento em que a alma, presa
Às cadeias da carne tenebrosa,
Abandona a prisão, dorida e ansiosa,
Sentindo a vida de outra natureza.
3 Um mistério divino há nesse instante,
No qual o corpo morre e a alma vibrante
Foge da noite das melancolias!…
4 No silêncio de cada moribundo,
Há a promessa de vida em outro mundo,
Na mais sagrada das hierarquias.
Cruz e Souza
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