1 Interpretemos nossos adversários por irmãos, quando não nos seja possível recebê-los por instrutores.
2 Quando o Senhor nos aconselhou a paz com os inimigos ( † ) do nosso modo de ser, recomendou-nos certamente o olvido de todo o mal.
3 Às vezes, fustigando aqueles que nos ofendem, a pretexto de servirmos à verdade, quase sempre faltamos ao nosso dever de amor.
4 Nem todos podem enxergar a vida por nossos olhos ou aceitar o mapa da jornada terrestre, através da cartilha dos nossos pontos de vista.
5 E, não raro, em zurzindo os outros com o látego de nossa crítica ou intoxicando-os com o vinagre de nosso azedume, procederemos à maneira do lavrador que enlouquecesse, repentinamente, espalhando cáusticos destruidores sobre a plantação nascente, necessitada de auxílio pela fragilidade natural.
6 Claro que o amor fraterno encontra mil modos diversos para fazer-se sentir, no reajuste das situações difíceis no caminho da vida e é justamente para a verdadeira solidariedade que deveremos apelar em qualquer circunstância obscura do roteiro comum.
7 Se não apagamos o incêndio, atirando-lhe combustível, e se não podemos sanar feridas, alargando-lhes as bordas, a golpes de força, também não entraremos em harmonia com os nossos adversários por intermédio da violência.
8 Usemos o amor que o Mestre nos legou, se desejamos a paz na Vida Maior.
9 Ajudemos aos que nos ofendem.
10 Oremos pelos que nos perseguem ou caluniam.
11 Amparemos os que nos perturbam.
12 Sejamos o apoio dos companheiros mais fracos.
13 E o Divino Senhor da Vinha do Mundo, que nos aconselhou o livre crescimento do joio e do trigo, no campo da Terra, ( † ) em momento oportuno, se fará revelar, amparando-nos e selecionando os nossos sentimentos, através do seu justo julgamento.
Emmanuel
(Reformador, janeiro de 1953, p. 13)