1 Sigo com o povo o enterro de Nhá Cota,
Fazendeira mandona, viúva e rica…
Tanta reza na Mata da Mumbica!…
Nunca se viu sovina tão devota.
2 Contava e recontava prata e nota,
Brigava por restolho de canjica…
Bebeu muito remédio de botica,
Mas morreu na tigela de compota.
3 Baixado o corpo à cova grande e calma,
Procuro ver Nhá Cota em véu e palma,
Subindo ao céu, na capa de ouro e renda…
4 Mas, só depois de muito pega-pega,
Fui encontrar Nhá Cota, surda e cega,
Agarrada no cofre da fazenda.
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