1 Dava dó ver o Sítio do Espigão!
O velho dono, o Nico do Norato,
Desanimou de chão; tudo sem trato,
Só carrapicho e mancha de pulgão.
2 Um dia, a fome veio de arrastão
E o povo aflito, andando pelo mato,
Começou a comer carne de gato
Refogada no sumo de picão.
3 O patrão foi à prece… Pediu passes,
Um guia aconselhou por João de Casses:
— “Meus filhos, o trabalho é o nosso bem.”
4 Mas Nico disse irado: — “Acaba isso!
Nós pedimos socorro e não serviço…
Ninguém aqui é burro de ninguém!”
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