1 Nos momentos difíceis, detém-te nos afetos inolvidáveis que te precederam na viagem da grande liberação!… Tê-los-ás presentes, ao recordar-lhes os exemplos de bondade e valor com que superaram as horas de tentação e de sacrifício.
2 Reencontrarás, sem dificuldade, o ponto de ligação com eles, em algum recanto aparentemente esquecido da memória, no qual ainda vibram as notas do teu cântico de alegria e de gratidão, diante de algum gesto de humanidade e devotamento com que te encorajaram a lealdade e a esperança!…
3 Lembra-te deles, mas sempre que possível, não lhes peças auxílio para a obtenção de facilidades humanas que não tiveram.
4 Rearticula-lhes a imagem no pensamento, tal qual os viste, sob a carga das obrigações em que se enobreceram nos testemunhos de fidelidade e trabalho. Em seguida, roga-lhes inspiração e socorro para que te não falhem as energias no trato com os deveres que a vida te deu a executar.
5 Solicita-lhes a presença animadora.
Eles virão ao teu encontro e te falarão sem palavras articuladas da ventura que se derrama da consciência tranquila, fortalecendo-te o ânimo sem te furtarem o lugar no banco das provas.
6 Não te arrebatarão os pés ao espinho da urze, por saberem que o homem não faz lume na própria alma, sem o vaso da experiência, mas estender-te-ão os braços invisíveis, a te sustentarem as forças, na travessia da vereda escabrosa.
7 A pouco e pouco, pelo sem-fio do pensamento, te ensinarão que apenas constroem para o bem, aqueles que se dispõem a obedecer e te farão sentir que tudo de bom nas sendas da Terra vem dos que se rendem à disciplina, para que a vida se faça melhor.
8 Nos instantes de desalento, sobretudo, chama por eles, os amigos cujos olhos físicos a morte selou para abri-los ao sol do Mundo Espiritual e eles virão, por mensageiros de luz, não somente a fim de renovar-te o coração dolorido, mas também para explicar-te que ninguém compra a verdadeira felicidade sem a moeda do amor, lastreada pela riqueza do sofrimento.
Emmanuel