1 Em matéria de mundos a conquistar, não nos esqueçamos de que todos, individualmente, respiramos no mundo que nos é próprio.
2 Peçamos aos anões docos para que interpretem, de improviso, o pensamento musical de Beethoven; insistamos com os esquimós para que exprimam, sem delonga, a conceituação que possam alinhar sobre o direito romano ou roguemos aos nossos xavantes amigos para que assimilem, de imediato, alguma definição de Spinosa, e, decerto, não exerceríamos senão violência sobre o campo mental em que estagiam, esperando que o tempo lhes ofereça a necessária maturação.
3 Não nos vale fantasiar incursões demasiado profundas no espaço infinito, sem a justa preparação perante a vida que nos espera.
4 Sem dúvida, é natural que a ciência cogite da indagação a novos domínios da natureza, construindo no presente os alicerces dos grandes cometimentos com que fulgirá no futuro. 5 Todavia, se quisermos galgar os degraus da Vida Maior, ingressando em círculos mais vastos e mais elevados do amor e da inteligência, é preciso saibamos partir da consciência egoística a que ainda nos ajustamos, ao preço de estudo e abnegação, trabalho e acrisolamento, no rumo das Esferas Superiores, a refletir a luz da Vida Cósmica, que somente à custa de educação e bondade nos acolherá em seu infinito esplendor.
Emmanuel