O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Militares no Além — Autores diversos


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Imprescindível combater a astúcia e a má-fé

22/01/1947


1 Prezados filhos, a todos os meus sinceros votos de paz e boa saúde, pedindo a Deus nos abençoe.

2 Em visita a vocês, meu caro Aurélio, desejo significar-lhe, ao lado de Julinha, minha comovida gratidão pelo nobre entendimento com que se vem conduzindo na provedoria da Cruz. Muito satisfeito com a sua atuação preciosa, sinto-me à vontade para comentar o êxito de suas realizações administrativas.

3 Reconheço que os últimos tempos foram difíceis. Exigiram, sobretudo, prudência e vigilância, esforço e serenidade. E semelhante período ainda não terminou. Faz-se necessária muita atividade dos colaboradores humanos, em face das arremetidas de todas as forças que tentam invadir a seara de nossa querida instituição. Infelizmente, Aurélio, o ambiente do país ainda não foi essencialmente pacificado. 4 A redemocratização permanece por enquanto na esfera verbalística e se a reestruturação da máquina governamental apresenta as modificações indispensáveis, tal realização se verifica muito mais pela compressão de energias externas que de qualquer atuação de nosso próprio meio.

5 O ódio e a ambição desmedida prosseguem dominando. Determinam as catástrofes do sectarismo político e provocam a corrida febril aos postos de mando ou destaque. E quem observa semelhante movimentação reconhece que o assalto aos patrimônios de ordem pública representa consequências naturais de desordem espiritual, quando se arvora em legalidade aparentemente indiscutível. 6 A par do perigo que examinamos, identificam-se igualmente as ameaças da Cúria. Os sacerdotes estrangeiros chegam constantemente aos nossos círculos. Em verdade, nada temos contra eles, quando, de fato, se fazem representantes da igreja a que servimos. 7 Entretanto, é imprescindível combater a astúcia e a má-fé, mobilizando as armas do espírito. Espero, desse modo, que você se mantenha firme e calmo, pronto aos acordos que beneficiem a instituição, sem permitir, contudo, medidas que lhe menoscabem as virtudes, junto às finalidades que lhe compete atender.

8 Somos servidores do Cristo lá dentro. Por fora, não importa que a rotulagem seja diversa. O mundo sempre faz longa exposição de títulos exteriores, em todos os sentidos. O que é indispensável é a interna composição da ordem e do equilíbrio, da continuidade dos benefícios públicos e da defesa de nossos interesses tradicionais, em nos reportando aos militares e seus descendentes.

9 Agradeço, pois, sua administração serena e construtiva, aguardando o prosseguimento de sua prestigiosa cooperação, dentro da fraternidade que nos irmana. Mais tarde você participará da colheita de alegrias, cessado o trabalho perseverante a que se impôs como provedor dedicado e digno.

10 A Cruz tem atravessado situações difíceis, como um barco em perigo, sob tempestade iminente. Continue sem receio! Nossas mãos colaborarão com as suas na tarefa laboriosa e o trabalho bem sentido e bem vivido enche o caminho de bênçãos.

11 À minha querida Julinha, o meu grande e paternal abraço na visita da noite. Admiro-lhe a paciência e a coragem no devotamento à obra de amor cristão à qual se entregou, em companhia de Engracinha! Jesus fortaleça a ambas nesse ministério de luz!

12 Comigo, meu caro Aurélio, veio o nosso companheiro João Propício Menna Barreto, que lhe deixa um abraço cordial. Prossigamos para a frente, sem desfalecer. n A vitória do serviço no bem coletivo supera qualquer triunfo em campanhas outras, nas quais, nem sempre, colhemos os louros da paz de consciência, edificação divina que constitui para nós o maior bem! Que esse tesouro íntimo, que tantas vezes me confortou nos trabalhos menos fáceis do mundo, esteja sempre ao dispor de seu espírito, no santuário de seu coração de homem de bem, de soldado de Deus e de missionário do serviço edificante. São os votos do velho amigo que se despede com carinho paternal,


Antoninho



[1] Nota da Organizadora: Sobre a entidade espiritual, João Propício Menna Barreto, não nos foram dadas maiores informações.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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