O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Mecanismos da mediunidade — André Luiz — F. C. Xavier / Waldo Vieira


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Onda mental

(Sumário)

1. ONDA HERTZIANA. — Examinando sumariamente as forças corpusculares de que se constituem todas as correntes atômicas do Plano Físico, podemos compreender sem dificuldade, no pensamento ou radiação mental, a substância de todos os fenômenos do Espírito, a expressar-se por ondas de múltiplas frequências.

2 Valendo-nos de ideia imperfeita, podemos compará-lo, de início, à onda hertziana, ( † ) tomando o cérebro como sendo um aparelho emissor e receptor ao mesmo tempo.


2. PENSAMENTO E TELEVISÃO. — Recorrendo ainda a recursos igualmente incompletos, recordemos a televisão, cujos serviços se verificam à base de poderosos feixes eletrônicos ( † ) devidamente controlados.

2 Nos transmissores dessa espécie, é imperioso conjugar a aparelhagem necessária à captação, transformação, irradiação e recepção dos sons e das imagens de modo simultâneo.

3 De igual maneira, até certo ponto, o pensamento, a formular-se em ondas, age de cérebro a cérebro; 4 quanto a corrente de elétrons, de transmissor a receptor, em televisão.

5 Não desconhecemos que todo Espírito é fulcro gerador de vida onde se encontre.

6 E toda espécie de vida começa no impulso mental.

7 Sempre que pensamos, expressando o campo íntimo na ideação e na palavra, na atitude e no exemplo, criamos formas-pensamentos ou imagens-moldes que arrojamos para fora de nós, pela atmosfera psíquica que nos caracteriza a presença.

8 Sobre todos os que nos aceitem o modo de sentir e de ser, consciente ou inconscientemente, atuamos à maneira do hipnotizador sobre o hipnotizado, verificando-se o inverso toda vez que aderimos ao modo de ser e de sentir dos outros.

9 O campo espiritual de quem sugestiona gera no âmbito da própria imaginação os esboços ou planos que se propõe exteriorizar, 10 assemelhando-se, então, à câmara de imagens do transmissor vulgar, em que o iconoscópio, ( † ) com o jogo de lentes adequadas, focaliza a cena sobre a face sensível do mosaico que existe numa das extremidades dele mesmo, iconoscópio, ao passo que um dispositivo explorador, situado na outra extremidade, fornece um feixe tênue de elétrons ou raio explorador que percorre toda a superfície do mosaico.

11 Quando o raio explorador alcança a superfície do mosaico, desprende-se deste uma corrente elétrica de potência proporcional à luminosidade da região que está atravessando e, compreendendo-se que a maior ou menor luminosidade dos pontos diversos do mosaico equivale à imagem sobre ele mesmo refletida, perceberemos com facilidade que as variações de intensidade da corrente fornecida pelo mosaico equivalem à metamorfose das cenas em eletricidade, variações que respondem pelas modificações das cores e respectivos semitons.

12 As imagens arremessadas através do dispositivo de focalização da câmara, atingindo o mosaico, se fazem invisíveis ao olhar comum.

13 Nessa fase da transmissão, os vários pontos do mosaico acumulam maior ou menor corrente elétrica, segundo a porção de luz a incidir sobre eles.

14 Somente depois dessa operação, que prossegue em variadas minudências técnicas, é que a cena passa ao transmissor da imagem, a reconstituir-se, através do cinescópio ( † ) ou válvula da imagem, no aparelho receptor, válvula essa cujo funcionamento é quase análogo ao do iconoscópio, ( † ) na transmissão, embora fisicamente não se pareçam.


3. CÉLULAS E PEÇAS. — Com muito mais primor de organização, o cérebro ou cabine de manifestação do Espírito, tanto quanto possamos conhecer-nos, do ponto de vista da estrutura mental, em nossa presente condição evolutiva, possui nas células e implementos que o servem aparelhagens correspondentes às peças empregadas em televisão para a emissão e recepção das correntes eletrônicas, exteriorizando as ondas que lhe são características, a transportarem consigo estímulos, imagens, vozes, cores, palavras e sinais múltiplos, através de vias aferentes e eferentes, nas faixas de sintonia natural.

2 As válvulas, câmaras, antenas e tubos destinados à emissão dos elétrons, ao controle dos elétrons emitidos, à formação dos feixes corpusculares e respectiva deflexão vertical e horizontal e a operações outras para que o mosaico ou espelho elétrico forneça os sinais de vídeo, equivalentes à metamorfose da cena em corrente elétrica, e para que a tela fluorescente converta de novo os sinais de vídeo na própria cena óptica, a exprimir-se nos quadros televisionados, — 3 configuram-se, admiravelmente, nos recursos sensíveis do cérebro, sistema nervoso, plexos e glândulas endócrinas, enriquecidos de outros elementos sensoriais no veículo físico e psicossomático, 4 cabendo-nos, ainda, acentuar que a nossa comparação peca demasiado pela pobreza conceptual, porquanto, em televisão, na atualidade, há conjuntos distintos para emissão e recepção, quando o Espírito, na engrenagem individual do cérebro, conta com recursos avançados para serviços de emissão e recepção simultâneos.


4. ALAVANCA DA VONTADE. — Reconhecemos que toda criatura dispõe de oscilações mentais próprias, 2 pelas quais entra em combinação espontânea com a onda de outras criaturas desencarnadas ou encarnadas que se lhe afinem com as inclinações e desejos, atitudes e obras, no quimismo inelutável do pensamento.

3 Compreendendo-se que toda partícula de matéria em movimentação se caracteriza por impulso inconfundível, 4 fácil ser-nos-á observar que cada Espírito, pelo poder vibratório de que seja dotado, imprimirá aos seus recursos mentais o tipo de onda ou fluxo energético que lhe define a personalidade, 5 a evidenciar-se nas faixas superiores da vida, na proporção das grandezas morais, do ponto de vista de amor e sabedoria, que já tenha acumulado em si mesmo.

6 E para manejar as correntes mentais, em serviço de projeção das próprias energias e de assimilação das energias alheias, dispõe a alma, em si, da alavanca da vontade, por ela vagarosamente construída em milênios e milênios de trabalho automatizante.

7 A princípio, adstrita aos círculos angustos do primitivismo, a vontade, agarrada ao instinto de preservação, faz do Espírito um inveterado monomaníaco do prazer inferior.

8 Avançando pelo terreno inicial da experiência, aparece o homem qual molusco inteligente, sempre disposto a fechar o circuito das próprias oscilações mentais sobre si mesmo, em monoideísmo intermitente.


5. VONTADE E APERFEIÇOAMENTO. — A memória e a imaginação, ainda curtas, limitam a volição do homem a simples tendência que, no fundo, é aspecto primário da faculdade de decidir.

2 Ele mesmo opera a retração da onda mental que o personaliza, repelindo as vibrações que o inclinem ao burilamento sempre difícil e à expansão sempre laboriosa, para deter-se no reino afetivo das vibrações que o atraem, onde encontra os mesmos tipos de onda dos que se lhe assemelham, capazes de entreter-lhe a egolatria, no gregarismo das longas simbioses em repetidas reencarnações de aprendizagem.

3 A civilização, porém, chega sempre.

4 O progresso impõe novos métodos e a dor estilhaça envoltórios.

5 As modificações da escolha acompanham a ascensão do conhecimento.

6 A vontade de prazer e a vontade de domínio, no curso de largos séculos, convertem-se em prazer de aperfeiçoar e servir, acompanhados de autodomínio.


6. CÍCLOTRON DA VONTADE. — Arremessa a criatura, naturalmente, a própria onda mental na direção dos Espíritos que penetraram mais amplos horizontes da evolução.

2 Alcançando semelhante estágio de consciência, a vontade, no campo do Espírito, desempenha o papel do cíclotron ( † ) no mundo da Química, bombardeando automaticamente os princípios mentais que se lhe contraponham aos impulsos. 3 E é, ainda, com essa faculdade determinante que ela preside as junções de onda, junto àquelas que se proponha assimilar, no plano das sintonias, 4 de vez que, quanto mais elevado o discernimento, mais livre se lhe fará a criação mental originária para libertar e aprisionar, enriquecer e sublimar, agravar os males ou acrescentar os próprios bens na esfera do destino.


André Luiz


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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