1. IMPORTÂNCIA
DA REFLEXÃO. — Entendendo-se que toda mente vibra na onda de
estímulos e pensamentos em que se identifica, 2
facilmente perceberemos que cada Espírito gera em si mesmo inimaginável
potencial de forças mento-eletromagnéticas, exteriorizando nessa corrente
psíquica os recursos e valores que acumula em si próprio.
3 Daí nasce a importância
da reflexão em todos os setores da vida.
4 É que, gerando força
criativa incessante em nós, assimilamos, por impulso espontâneo, as
correntes mentais que se harmonizem com o nosso tipo de onda, 5
impondo às mentes simpáticas o fruto de nossas elucubrações e delas
recolhendo o que lhes seja característico, 6
em ação que independe da distância espacial, sempre que a simpatia esteja
estabelecida 7 e, com
mais objetividade e eficiência, quando o serviço de troca mental se
evidencie assegurado conscientemente.
2. TIPOS
DE REFLEXOS. — Vale a pena recordar o conhecimento dos reflexos
condicionados, ( † )
em evolução na escola instituída por Pavlov. ( † )
2 Esse campo de experiências
traz a estudo os reflexos congênitos ou incondicionados, quais os chamados
protetores, alimentares, posturais e sexuais, detentores de vias nervosas
próprias, como que hauridos da espécie, seguros e estáveis, sem necessidade
do córtex, 3 e os reflexos
adquiridos ou condicionados, que não surgem espontaneamente, mas sim
conquistados pelo indivíduo, no curso da existência.
4 Os reflexos adquiridos ou
condicionados, que se utilizam da intervenção necessária do córtex cerebral,
desenvolvem-se sobre os reflexos preexistentes, à maneira de construções
emocionais, por vezes instáveis, e sobre os alicerces das vias nervosas,
que pertencem aos seguros reflexos congênitos ou absolutos.
3. EXPERIÊNCIA
DE PAVLOV. — Lembremo-nos de que Pavlov, em uma de suas experiências,
separou alguns cães do convívio materno, desde o nascimento, sujeitando-os
ao aleitamento artificial. 2
Como é lógico, revelaram naturalmente os reflexos congênitos, quais
o patelar e o córneo-palpebral, mas, quando lhes foi mostrada a carne,
tanto aos olhos quanto ao olfato, não segregaram saliva, não obstante
à frente do alimento tradicional da espécie, demonstrando a esperada
secreção apenas quando a carne lhes foi colocada na boca.
3 Desde então, os animais
se habituaram a formar a mencionada secreção, sempre que o referido
alimento lhes fosse apresentado à vista ou ao olfato
4 Observemos que o estímulo
provocou um reflexo condicionado, como que em regime de enxertia sobre
o reflexo congênito desencadeado pelo alimento introduzido na boca.
4. REFLEXOS PSÍQUICOS. — Os princípios de reflexão podem ser aplicados aos reflexos psíquicos.
2 Compreenderemos, desse modo,
que o ato de alimentar-se é um hábito estratificado na personalidade
do cão em processo evolucionista, através de reencarnações múltiplas,
e que o ato de “preferir carne”, mesmo em se tratando de alimento ancestral
da espécie a que se entrosa, é um hábito que ele adquire, formando impressões
novas sobre um campo de sensações já consolidadas.
3 Recorremos à imagem simplesmente
para salientar que os nossos reflexos psíquicos condicionados se revestem
de suma importância em nossas ligações mentais diversas.
4 E esses reflexos são — todos
eles — presididos e orientados pela indução.
5 Nos cães de Pavlov
a que nos reportamos, a faculdade de comer representa atitude espontânea,
como aquisição mental automática, mas o interesse pela carne a que foram
habituados define uma atitude excitante, compelindo-lhes a mente a exteriorizar
uma onda característica que age como pensamento fragmentário, em torno
deles, a reagir neles próprios, notadamente sobre as células gustativas.
6 Do mesmo modo variados
estímulos aparecem nos animais aludidos, segundo o desdobramento das
impressões que lhes atingem o acanhado mundo sensório, acentuando-lhes
a experiência.
7 Podemos, assim, apreciar
a riqueza dos reflexos condicionados, pelos quais se expande a vida
mental do Espírito humano, em que a razão, por luz do discernimento,
lhe faculta o privilégio da escolha.
8 É nesses reflexos
condicionados da atividade psíquica que principiam para o homem de pensamentos
elementares os processos inconscientes da conjugação mediúnica, 9
porquanto, emitindo a onda das ideias que lhe são próprias, ao redor
dos temas que lhe sejam afins, exterioriza na direção dos outros as
imagens e estímulos que acalenta consigo, 10
recebendo, depois, sobre si mesmo os princípios mentais que exteriorizou,
enriquecidos de outros agentes que se lhe sintonizem com as criações
mentais.
5. AGENTES
DE INDUÇÃO. — Temos plenamente evidenciada a autossugestão, encorajando
essa ou aquela ligação, esse ou aquele hábito, 2
demonstrando a necessidade de autopoliciamento em todos os interesses
de nossa vida mental, 3
porquanto, conquistada a razão, com a prerrogativa da escolha de nossos
objetivos, todo o alvo de nossa atenção se converte em fator indutivo,
4 compelindo-nos a
emitir os valores do pensamento contínuo na direção em que se nos fixe
a ideia, 5 direção
essa na qual encontramos os princípios combináveis com os nossos, 6
razão por que, automaticamente, estamos ligados em espírito com todos
os encarnados ou desencarnados que pensam como pensamos, 7
tão mais estreitamente quão mais estreita a distância entre nós e eles,
isto é, quanto mais intimamente estejamos comungando a atmosfera mental
uns dos outros, independentemente de fatores espaciais.
8 Uma conversação, essa ou
aquela leitura, a contemplação de um quadro, a ideia voltada para certo
assunto, um espetáculo artístico, uma visita efetuada ou recebida, um
conselho ou uma opinião representam agentes de indução, que variam segundo
a natureza que lhes é característica, com resultados tanto mais amplos
quanto maior se nos faça a fixação mental ao redor deles.
6. USO DO DISCERNIMENTO. — A liberdade de escolha, na pauta das Leis Divinas, é clara e incontestável nos processos da consciência.
2 Ainda mesmo em regime de
prisão absoluta do ponto de vista físico, o homem, no pensamento é livre
para eleger o bem ou o mal para as rotas do Espírito.
3 O discernimento
deve ser, assim, usado por nós outros à feição de leme que a razão não
pode esquecer à matroca, 4
de vez que se a vida física está cercada de correntes eletrônicas por
todos os lados, a vida espiritual, da mesma sorte, jaz imersa em largo
oceano de correntes mentais 5
e, dentro delas, é imprescindível saibamos procurar a companhia dos
Espíritos nobres, capazes de auxiliar a nossa sustentação no bem, para
que o bem, como aplicação das Leis de Deus, nos eleve à vida superior.
André Luiz