1 Sofres?
Não te esqueças do “Vinde a Mim” do Divino Mestre ( † ) e procura com ele o manancial da consolação, entretanto, não olvides que o Senhor espera não lhe tragas o fardo escabroso das torturas morais pelos caprichos desatendidos, na incapacidade de praticar o mal, de vez que, em muitas ocasiões, a nossa dor é simples aflição da nossa própria ignorância e da nossa própria rebeldia, à frente da Lei.
2 Tens sede?
Busca no Cristo a fonte das águas vivas, ( † ) na certeza, porém, de que a corrente cristalina apagar-te-á a volúpia de conforto e o anseio indébito de ouro e dominação.
3 Tens fome?
Procura no Benfeitor Celeste o Pão que desceu do Céu, ( † ) entretanto, roga-lhe, antes de tudo, te sacie a fome desvairada de prazeres e aquisições inúteis para que não te falte o ingresso ao banquete da Luz que o Evangelho te pode propiciar.
4 Sentes-te enfermo?
Procura em Jesus o Divino Médico, ( † ) contudo, pede-lhe, atentamente, te conceda remédio contra as tuas próprias inclinações a desordens e excessos, porquanto, de ti mesmo procedem as vibrações enfermiças, que te constrangem ao desequilíbrio orgânico.
5 Há muita dor que é simplesmente inconformação e desrespeito aos estatutos divinos que nos governam.
6 Há muita sede que é mera ambição desregrada, atormentando a alma e arrastando-a para o resvaladouro das trevas.
7 Há muita fome que não é senão exigência descabida do espírito invigilante.
8 Há muita moléstia que expressa tão somente intemperança mental e hábitos viciosos que é necessário extirpar.
9 “Vinde a Mim!” — disse-nos o Amigo Eterno. ( † )
10 Saibamos, pois, realizar a retirada de nós mesmos, e desse modo colocar-nos-emos ao encontro do nosso Divino Mestre e Senhor.
Emmanuel
(Centro Espírita Luiz Gonzaga — Pedro Leopoldo, MG. 27.03.1953)
[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.