Reunião pública de 27-10-1961.
1ª Parte — Cap. VIII — Item 14.
1 Mentalizas a natureza divina dos Espíritos puros e queres partilhar-lhes o banquete de luz.
2 Sonhas trajar-te de esplendor e esparzir sobre os homens os dons infinitos da bondade celeste.
3 Entretanto, ai de nós! Espíritos vinculados ainda à Terra, somos, por enquanto, consciências endividadas, a entrechocar-nos na sombra de débitos clamorosos, compelidos ao barro das próprias imperfeições.
4 Apesar disso, porém, é possível começar, desde logo, a escalada ao fulgor dos cimos.
5 Não podes, hoje, erguer as mãos, sustando o curso da tempestade; contudo, guardas contigo os meios de asserenar a procela de dor que zurze o coração dos companheiros em sofrimento.
6 É impossível, de um instante para outro, transmitir para o mundo as mensagens divinatórias das supremas revelações; no entanto, bastará leve esforço e acenderás o alfabeto em muitos cérebros que tateiam na noite da ignorância.
7 Diligenciarias debalde, agora, materializar os entes sublimes da Esfera Superior, ante os olhos terrestres; todavia, nada te impede concretizar o caldo reconfortante para os doentes abandonados que esmorecem de fome.
8 Na atualidade, resultaria infrutífero qualquer empreendimento de tua parte, no sentido de alimpar o próximo verminado de chagas, pronunciando simples ordem verbal; contudo, ninguém te furta o ensejo de alentar-lhe a esperança ou lavar-lhe as feridas.
9 Em vão buscarias, à pressa, renovar milagrosamente o ânimo envenenado de entidades embrutecidas, transformadas em obsessores intransigentes; no entanto, consegues aliviar, em bálsamos de oração e de amor, a mente desorientada, fronteiriça à loucura.
10 Reflete nos Mensageiros Divinos, respeita-lhes a missão e roga-lhes apoio, na caminhada, mas não tentes obter de improviso as responsabilidades que lhes pesam nos ombros.
11 Não reclames para teus braços o serviço do Sol.
Cumpre os deveres que te competem.
12 Para isso, não te digas cansado, nem te proclames inútil.
O verme, infinitamente distante do pensamento que te coroa, é o servo esquecido que aduba a terra, para que a terra te forneça o pão.
Emmanuel