Reunião pública de 30-10-1961.
1ª Parte — Cap. VII — Item 3 — § 22.
1 Caminham desfalecentes, embuçados na sombra, ainda que o sol resplenda em torno.
2 Sonâmbulos das paixões em que se desregravam, são cativos dos seus próprios reflexos dominantes.
3 Por mais se lhes atraia a atenção para as Esferas sublimes, encasulam-se nos interesses inferiores, encarcerando na Terra as antenas da alma.
4 Aferrolhavam o coração no recinto estreito de burras preciosas e sentem-se, no esquife, como quem se refestela em poltrona de ouro.
5 Empenhavam as forças, a tiranizarem multidões indefesas, manejando o verbo fácil, e deitam oratória fulgente, no barranco em que se lhes guardam os restos, qual se ocupassem os primeiros lugares em tribuna de honra.
6 Aniquilavam recursos, plasmando imagens viciosas, em nome do sentimento, e escrevem ou gesticulam, na solidão, supondo transmitir emoções enfermiças a legiões de admiradores imaginários.
7 Aprisionavam a mente, no egoísmo feroz, e tornam à paisagem doméstica, à maneira de loucos, envolvendo os entes queridos em fluidos tentaculares.
8 Hipotecavam energias aos prazeres sensuais e choram, agressivos, na clausura da cova, disputando com os vermes a posse do corpo transformado em ruínas.
9 Empregavam as horas, ilaqueando a si mesmos, e vagueiam, errantes, hipnotizados por inteligências corrompidas com as quais se conjugam em delitos nas trevas.
10 Não acredites, porém, sejam eles doentes sem esperança.
11 O Criador não quer escravos na Criação.
Todos somos livres para escolher os nossos caminhos.
12 Por isso, quase sempre, em sucessivas reencarnações, gastamos séculos no mal, a fim de entender o bem.
13 E se a Lei te permite conhecer o suplício das consciências transviadas, para lá do sepulcro, é para que trabalhes em teu próprio favor.
14 Corrige em ti mesmo tudo aquilo que censuras nos outros.
15 Clareia-te por dentro.
Aprimora-te e serve.
16 Enquanto no corpo físico, desfrutas o poder de controlar o pensamento, aparentando o que deves ser; no entanto, após a morte, eis que a vida é a verdade, mostrando-te como és.
Emmanuel