1 Os aflitos classificam-se em variadas expressões.
2 Temos aqueles que choram por se sentirem inibidos para a extensão do mal…
3 Há quem se torture por não conseguir vingar-se.
4 Existem os que se declaram infelizes com a prosperidade do próximo e se enfurecem com a impossibilidade de lhes ultrapassar o progresso econômico ou espiritual.
5 Aparecem aqueles que se afirmam desditosos por não poderem competir com o luxo de quem se confia à extravagância e à loucura.
6 Surgem muitos em lágrimas de inveja e despeito, à frente dos vizinhos, interessados na educação e na melhoria da vida.
7 Há quem se revolte contra as bênçãos do trabalho e vocifera em desfavor da ordem que lhe assegura as vantagens da disciplina.
8 Muitos exibem chagas de inconformação, ante o sofrimento que eles próprios improvisaram.
9 Há infinitos gêneros de aflição no vasto caminho da vida.
E, por isso, nem todos os aflitos podem ser aquinhoados com a glória da bem-aventurança.
10 A palavra do Cristo ( † ) se dirige àqueles que fizeram da dor um instrumento para a elevação de si mesmos, assim como o artista se vale da pedra, a fim de burilar a obra prima de estatuária.
11 Acautela-te, se conservas alguma aflição particular.
A angústia, muitas vezes, pode ser antecâmara do desequilíbrio.
12 Converte o teu problema ou a tua mágoa em motivo de superação das próprias fraquezas, à maneira do lidador que aproveita o obstáculo para atingir os seus mais altos objetivos, e então terás convertido as inquietações do mundo em bem-aventuranças para a felicidade sem fim.
Emmanuel