“E quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos assusteis.” — Jesus (Lucas, 21.9)
1 O aprendiz sincero do Cristo n para merecer-lhe a assistência generosa precisa conservar intangível o caráter resoluto.
É indispensável que o coração do discípulo se entregue às mãos do Mestre com a firmeza necessária.
2 Instituindo os princípios redentores do Evangelho, Jesus não desconhecia que iniciava período imenso de lutas e trabalhos sacrificiais.
3 Ele que observava o orgulho romano, o dogmatismo farisaico, a vaidade e o preconceito de todos os tempos, manteria a ingenuidade de crer no Evangelho Vitorioso sem suor e sem lágrimas?
4 Quando pronunciou a primeira palavra de amor, contava com os inimigos gratuitos e esperava os embates inevitáveis.
Por isso mesmo, Seu Apostolado está cheio de Luz, Compaixão, Verdade e Bondade, mas igualmente cheio de resistência.
5 As nações aflitas da Terra referem-se hoje à guerra de nervos com o sabor de última novidade. No entanto, este gênero de combate preocupou o Salvador, há dois mil anos.
6 Jesus sabia que o medo é mais destrutivo que a espada, que o homem atemorizado é homem vencido.
7 Ninguém ignora que o conflito devastador dos dias que correm é o duelo formidando da sombra contra a Luz.
8 A vitória do Bem reclama Espíritos fortalecidos de coragem e fé, acima de tudo.
É indispensável combater a tensão nervosa, como quem sabe que o medo é o adversário terrível, oculto na cidadela de cada um.
9 O mundo cheio de sombras do mal não oferece lugar a expectadores.
Cada homem deve encarregar-se do trabalho que lhe compete.
10 A guerra de nervos traz ameaças, gritos, terrores, bombas, incêndios, metralhadoras, mas o defensor do Bem traz o caráter firme, solidificado na confiança em Deus e em si mesmo.
11 O discípulo do Senhor não ignora que os cristãos morreram nos circos, de mãos vazias, mas na qualidade de combatentes pelo Bem e pela Verdade.
12 Nestas horas de apreensões justas, recordai as palavras serenas do Mestre: — “E quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos assusteis.”
Emmanuel
[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.