“E Jesus respondendo-lhes começou a dizer: — Olhai que ninguém vos engane…” — (Marcos, 13.5)
1 Na atualidade, quando os grandes conflitos atormentam os povos, é interessante recordar ensinamentos do Mestre, por demonstrar o caráter sempre novo de Suas Lições Sublimes.
2 No momento que passa, fala-se da arma psicológica do quinta-colunismo, ( † ) organização dissolvente das energias internas das nacionalidades. Comenta-se a situação criada por elementos dessa natureza, destaca-se-lhe o perigo.
3 Entretanto, há vinte séculos, Jesus recomendava aos continuadores devotada atenção nesse sentido. Vemo-Lo no Evangelho de Marcos respondendo à consulta da multidão referentemente ao trabalho renovador do futuro e, em primeiro lugar, induz o discípulo à vigilância para que ninguém o engane em seu Ideal Sublime.
4 Com essa atitude, queria esclarecer o Senhor que os insucessos nunca vêm essencialmente do exterior, da pressão de armas furiosas, do criminoso ataque da violência.
A derrocada começa também de dentro para fora.
5 Capitular o cristão diante do mal, escutar-lhe os alvitres venenosos, no pressuposto de ganhar títulos fáceis, é perder a grande batalha da vida.
6 O trabalho do Cristo n é a instituição universal da Verdade e do Bem e se as menores instituições do direito humano são defensáveis, que não dizer da Organização Sublime do Salvador?
7 Toda atividade defensiva da paz digna e laboriosa é cooperação com Jesus. Mas as esferas numerosas de trabalho comum estão cheias de aprendizes descuidosos e invigilantes.
8 É preciso, porém, que os Espíritos enganados renovem interpretações e revejam caminhos percorridos.
Obscurecer, falsear, iludir constituem armas invisíveis e mortíferas dos que operam a confusão.
9 O discípulo do Cristo n não deve ignorar que se encontra em luta permanente contra o mal, em si mesmo, e não deve desconhecer que a falência nasce do engano, da insegurança e vacilação.
10 Quando tantas coletividades se aprestam à defesa da ordem e dos princípios cristãos, lembremos que o Mestre não esqueceu de incluir a coluna da mentira, entre os mais implacáveis inimigos da humanidade liberta.
Emmanuel
[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.