1 Jesus.
Sou aquele cara que estou aprendendo a fazer preces.
2 Ainda sou mocorongo neste negócio, mas não estou aqui de araque, nem estou dando uma esnobada. n
3 Diante de sua grandeza, querido Jesus, ninguém pode e nem deve comparecer em onda quadrada.
Vou explicar pra você tudo o que desejo.
4 Sei que meu pai sempre guinchou uma nota alta e me deu a barra mansa.
Tenho por ele muito respeito e muito amor. E rogo à sua bondade sustentar meu pai na caminhada sempre pra cabeça.
5 Mas hoje tenho mais alguma coisa a pedir.
Ajude o rapaz que ainda sou a não ser fechadão, nem grilado.
6 Afaste de minha estrada tudo o que seja fofocagens e fuzuês.
7 Não consinta que eu entre na canoa furada dos que procuram a jeribita para encher o tanque ou dos que buscam a diamba para enfumaçar a cuca doente.
8 Preciso de força total para fazer bem aos outros como manda o figurino.
9 Dê pra mim suas dicas a fim de que eu possa mandar a bola pra frente, no time do serviço ao próximo.
10 Você sabe, Jesus, que hoje estou estraçalhando o pinho, cantando esta prece para a jovem mulher que amo acima de tudo na vida.
11 Devo ser um cara legal nos deveres a cumprir, de modo que eu possa merecer esse tesouro.
12 Jesus, quero ser um rapaz bom e correto.
Você sabe porque — porque devo ser um presente de Deus para essa jovem mulher que amo tanto e amarei para sempre — a minha querida mãe.
Augusto Cezar
[1] Obs. Para melhor compreensão de algumas expressões utilizadas pelo autor espiritual vide Glossário de gírias.