1 Querida mamãe, querido papai, peço para que me abençoem.
2 Estou num momento difícil. É verdade que temos estado juntos. De outras vezes separados pelas impressões. Unidos na mesma luz de confiança na prece.
3 Agora, porém, meu avô Izaltino n me encoraja a escrever. “É preciso que sua mamãe saiba de tudo, que vocês não morreram”, diz ele. 4 E a permissão solicitada por ele veio até nós, mãezinha; rogo à senhora para que as lágrimas não sejam assim tão doloridas. 5 Compreendo, hoje. O pranto é semelhante à fonte que nos lava o coração por dentro, mas entendendo nesse aspecto, as lágrimas são benditas.
6 Evitemos, querida mamãe, a tristeza destrutiva, essa que fica em nós parecendo moléstia escondida. n
7 Até a nossa própria dor pode ser traduzida por música. A música da caridade.
8 Aqui, sua filha recorda que as notas na pauta são semelhantes às lágrimas, gotas de amor e de aflição, de alegria e de esperança que o coração vai colocando nas linhas da vida. 9 Depois, mãezinha, se quisermos transformar a composição em melodia, é sairmos de nós e auxiliar os outros. 10 Veja a senhora que a sua filha tem progredido um pouquinho. Mas isso, meu pai, não quer dizer que já venci. Falamos de nossos encargos, muitas vezes para saber cumpri-los. Esta é que é a verdade. 11 Mas estou num curso de aperfeiçoamento pessoal, quase severo, se não fosse repleto de amor.
12 Devo melhorar-me, a fim de ser mais útil em casa, agora que a provação lhes pediu quatro filhas de uma só vez. Aqui, procuro incluir a querida prima que com Jussara e Ana Paula se transferiram comigo de residência.
13 A princípio, querida mãezinha, a dor foi enorme. Ouvira muitas falas e anotações sobre o Mundo Espiritual.
Entretanto, logo depois dos vinte anos na Terra, a gente quer uma casa e um jardim feito de amor, que seja apenas nosso. Perdoem se digo isso. Quero apenas ser verdadeira.
14 Sabia que estávamos em nosso lar como sendo a melhor mansão do mundo, mas a gente não consegue mudar o coração, quando o coração quer voar para fora do peito. Por isso é que não me foi fácil a retirada espiritual dos sonhos que eram assim tão meus.
15 Creiam, no entanto, que a dor mesmo, a dor dos acidentes terrestres, como a imaginamos, não sentimos.
16 Um choque como se uma dinamite rebentasse sobre nós, e depois do choque com o anseio inútil de me levantar, um torpor que não sei descrever.
17 Depois de algum tempo, que igualmente não sei calcular, chegaram pessoas.
Meu avô Izaltino e meu avô Militão n se mostraram para mim, dando-se a conhecer.
18 Um senhor de nome Histórico n estava com eles e nos amparava.
Outra senhora de nome Ernestina, creio que Milagres, Ernestina Milagres, me acalmava. n
19 Deram-nos passes e oraram.
Acordada, notei que as irmãs dormiam ainda.
20 Fomos removidas e tratadas, e estamos por enquanto no Hospital-Escola, em que aprendemos reajuste e serenidade.
21 A gente aí no mundo toma aulas de matemática, de línguas, disso e daquilo… Pois aqui somos matriculados em paciência, esperança, fé em Deus e fé em nós mesmos, tantas matérias com as quais no corpo da Terra nem mesmo sonhamos.
22 Estamos bem.
Não chorem mais, papai, tudo vai ser feito pelo melhor.
23 Agora, depois de alguns meses aqui, já consegui alguns ensinamentos e experiências sobre passado e reencarnação.
24 Não me peça agora qualquer apontamento mais amplo do assunto.
Posso, no entanto, dizer que em tempos outros, algumas vezes, pessoas cultas e nobres provocaram desabamentos, com plena ciência de que agiam contra as leis estabelecidas pela Justiça Divina.
Deixo apenas este pontinho aqui para que a mãezinha se conforte.
25 Agora, estudo e estudo sempre.
Aquela filha professora que ficava tão feliz com elogios em casa, é hoje uma aluna que se renova.
26 Mamãe, continue procurando o caminho da luz. A senhora já o encontrou no amor ao próximo a que está sendo convidada pelos nossos irmãos em Juiz de Fora. Sei que as suas mãos queridas nasceram para o bem, mas, presentemente, é necessário que nós nos encontremos no amparo às filhas e filhos e irmãos nossos em lutas maiores do que as nossas.
27 Agradeço as suas palavras e as orações em nosso favor, como também agradeço ao papai as explicações e preces conosco, auxiliando-nos a entender.
28 Mãezinha, o nosso maior receio, a princípio, foi o de que a senhora viesse para cá por conta própria. Vimos o seu desejo de tudo deixar aí para acompanhar-nos. Reconheço que a formação cristã que a senhora recebeu não lhe permitia pensar em suicídio, mas aquele anseio de reencontro era perigoso.
Hoje, ficaremos mais tranquilas.
29 É preciso lutar, mamãe, suportar as nossas provas e abençoar todas elas. É preciso aceitar a vontade do Senhor que é bondade constante para conosco.
Tudo recebemos do Céu como sendo o melhor que nos sucede.
A inconformação é que taxa com sofrimento maior as ocorrências difíceis do mundo.
30 Um dia, nós nos reencontraremos de novo, mas pode acreditar que espiritualmente não nos separaremos.
Papai necessita de sua presença, de seu amparo, de seu amor.
31 Agradeço a Deus a oportunidade que recebi.
Muitas afeições estão conosco, incluindo minha avó que tem sido para mim um anjo bom.
32 Querido papai e querida mãezinha, agora devo traçar o fim desta carta.
Jussara e Ana Paula n não sabem que vim. Ainda não podem facear a tarefa de que me encarrego hoje.
Com as bênçãos dos nossos, aqui termino.
33 Querido papai e querida mãezinha, recebam todo o coração da filha sempre reconhecida que, mais uma vez, pede a Jesus por nossa felicidade,
Tereza Cristina
Servindo-nos de dados fornecidos pela revista O Médium n e por um folheto organizado pelo Sr. Detzi de Oliveira, ( † ) residente à Avenida Rio Branco, 3681, apartamento 301 — Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais, pai de Tereza Cristina, passemos à análise da mensagem que fez se esgotassem todos os exemplares do mês de março de 1976 da citada revista (a de nº 428).
“Aos trinta minutos do dia 18 de janeiro de 1974,” — informa o Sr. Detzi de Oliveira — “um andar do prédio em construção pertencente ao Hospital Oncológico, caiu sobre a casa n.º 78 da Rua Santos Dumont, em Juiz de Fora. Em consequência do desabamento, quatro meninas desencarnaram: Ana Paula (9 anos); Jussara Maria (20 anos) e Tereza Cristina (22 anos), filhas do casal Detzi de Oliveira e Luzia Moreira de Oliveira, e ainda Márcia Dias Mattos (13 anos), sobrinha do mencionado casal, e que residindo no Rio de Janeiro, aqui passava suas férias escolares.
O fato que abalou toda a população de Juiz de Fora, dado à sua trágica extensão, volta novamente a ser comentado, em decorrência das mensagens recebidas do mundo espiritual. Tereza Cristina — a filha mais velha — manda para seus pais, na cidade de Uberaba. Tais comunicações se deram através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, que pessoalmente desconhecia quaisquer dados sobre o acidente.
Na oportunidade, através de uma prece fervorosa, agradecemos as bênçãos recebidas de Deus, bem como ao Mestre Jesus que nos têm amparado e nos têm dado forças suficientes para caminharmos cumprindo nossas missões.
Ao nosso irmão Francisco Cândido Xavier, que possibilitou-nos, através de sua mediunidade, recebermos as mensagens que abaixo damos conhecimento a todos que constantemente nos pedem, a nossa ternura e o nosso carinho, acompanhados de nossas orações, pedindo ao Criador que o conserve na face da Terra por muitos anos, a fim de que ele possa continuar a sua grandiosa missão, difundindo para nós os ensinamentos do Cristo.” n
Depois de demonstrar sua imensa alegria através da seguinte quadrinha:
A mensagem de Tereza
— Bálsamo consolador, —
É a essência da pureza
E a luz do Criador.
— o Sr. Detzi de Oliveira nos comunica encontrarem-se os originais da mensagem recebida a 9 de fevereiro de 1976, em Uberaba, à disposição dos interessados para observação pessoal, em seu poder.
Passemos, sem mais delonga, aos itens principais da página mediúnica sob nosso enfoque:
1. “Meu avô Izaltino”: Trata-se do Sr. Izaltino Dias Moreira que residiu em Juiz de Fora, onde era funcionário do Ministério da Agricultura, e desencarnou a 18 de agosto de 1957.
2. “Evitemos, querida mamãe, a tristeza destrutiva, essa que fica em nós parecendo moléstia escondida.” (…) “Agora, depois de alguns meses aqui, já consegui alguns ensinamentos e experiências sobre o passado e reencarnação. Não me peça agora qualquer apontamento mais amplo do assunto. Posso, no entanto, dizer que em tempos outros, algumas vezes, pessoas cultas e nobres provocaram desabamentos, com plena ciência de que agiam contra as leis estabelecidas pela Justiça Divina.”
Recomendando a consulta às questões 526 e 532 — “Influência dos Espíritos sobre os Acontecimentos da Vida” ( † ) — e as de N.os 851 a 866, sobre a “Fatalidade”, não nos furtamos ao prazer de citar um ou outro trecho de O Livro dos Espíritos. n Iniciemos com a pergunta 851: “Há uma fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentido ligado a essa palavra, quer dizer, todos os acontecimentos são predeterminados? Nesse caso, em que se torna o livre arbítrio? ( † )
— A fatalidade não existe senão pela escolha que fez o Espírito, em se encarnando, de suportar tal ou tal prova. Escolhendo, ele se faz uma espécie de destino que é a consequência mesma da posição em que ele se encontra. Eu falo das provas físicas, porque para o que é prova moral e tentações, o Espírito, conservando seu livre arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. Um bom Espírito vendo-o fraquejar, pode vir em sua ajuda, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar sua vontade. Um Espírito mau, quer dizer, inferior, mostrando-lhe, exagerando-lhe um perigo físico, pode abalá-lo e assustá-lo; mas a vontade do Espírito encarnado não fica menos livre de todos os entraves.”
(….) 853 — “Certas pessoas não escapam de um perigo mortal senão para cair num outro; parece que elas não poderiam escapar à morte. Não há nisso fatalidade? ( † )
— Não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o instante da morte. Quando esse momento chega, seja por um meio ou por outro, vós não podeis dele vos livrar.
— Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, nós não morremos se a hora não é chegada?
— Não, tu não perecerás, e disso tens milhares de exemplos. Mas, quando é chegada a tua hora de partir, nada pode subtrair-te dela. Deus sabe, antecipadamente, de qual gênero de morte tu partirás daqui e, frequentemente, teu Espírito o sabe também, porque isso lhe é revelado quando ele faz a escolha de tal ou tal existência.
854 — Da infalibilidade da hora da morte, segue-se que as precauções que se toma para a evitar são inúteis? ( † )
— Não, porque as precauções que tomais vos são sugeridas para evitar a morte que vos ameaça; elas são um dos meios para que a morte não ocorra.”
Interessante é que o fato que motivou as lúcidas perguntas do Codificador, há pouco citadas, encontra-se na Revista Espírita 1858, ( † ) à pág. 75 da edição francesa, segundo J.-P.-L. Crouzet, no seu célebre Répertoire du Spiritísme: n
“Um dos nossos correspondentes escreveu-me o que segue: Em setembro último, um barco ligeiro, fazendo a travessia de Dunkerque o Ostende, foi surpreendido por um temporal durante a noite; o veleiro virou e pereceram quatro dos oito homens que compunham a tripulação; os outros quatro, em cujo número eu me achava, conseguiram manter-se sobre a quilha. Ficamos a noite inteira nessa horrível situação, sem outra perspectiva senão a morte, que se nos afigurava inevitável e cujas angústias todos experimentávamos. Ao romper do dia, o vento nos empurrou para a costa e pudemos ganhar a terra a nado.
Por que, nesse perigo, igual para todos, apenas quatro sucumbiram? Note que, a meu respeito, é a sexta ou sétima vez que escapo a um perigo tão iminente e mais ou menos nas mesmas condições. Sou realmente levado a pensar que mão invisível me protege. Que fiz eu para isso? Não sei muito; sou uma criatura sem importância e sem utilidade neste mundo e não me gabo de valer mais que os outros; longe disto: entre as vítimas do acidente havia um digno eclesiástico, modelo de virtude evangélica e uma venerável irmã de São Vicente de Paulo, que ia cumprir uma santa missão de caridade cristã. Parece que a fatalidade representa um grande papel em meu destino. Não estariam aí os Espíritos para alguma coisa? Seria possível conseguir deles uma explicação a respeito, perguntando-lhes, por exemplo, se são eles que provocam ou contornam os perigos que nos ameaçam?…
Conforme o desejo de nosso correspondente, dirigimos as seguintes perguntas ao Espírito de São Luís, que se comunica de boa vontade, sempre que há uma instrução útil a ministrar.” n
3. “Meu avô Militão”: José Militão de Oliveira — foi responsável pelo Setor de Contabilidade da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora. Desencarnou a 6 de dezembro de 1972.
4. “Um senhor de nome Histórico”: Histórico Venâncio de Almeida — era membro integrante das Diretorias da Casa Espírita e da Fundação João de Freitas. Desencarnou em Juiz de Fora.
5. “Outra senhora de nome Ernestina, creio que Milagres, Ernestina Milagres”: Ernestina Milagres — durante muitos anos, residiu em Juiz de Fora, tendo ativamente trabalhado em diversos centros espíritas, notadamente no Centro Espírita Venâncio Café, Centro Espírita União, Humildade e Caridade, e Grupo Espírita Amor aos Desencarnados. Médium, através de quem se comunicava regularmente o padre Venâncio Café, n desencarnou com avançada idade, sempre trabalhando com entusiasmo e equilíbrio pela Doutrina Espírita.
6. Ana Paula, Jussara Maria e Tereza Cristina: as filhas do casal, que haviam nascido, respectivamente: em 24 de julho de 1964; 24 de dezembro de 1954; e 6 de janeiro de 1952.
Voltando os pais de Tereza Cristina — Sr. Deltzi de Oliveira e Sra. Luzia Moreira de Oliveira — a Uberaba, no dia 17 de julho de 1976, em visita ao médium Xavier, tiveram a grata alegria de receber nova mensagem da filha, agora “uma cartinha-bilhete”, precedida pelo seguinte apontamento, através da mesma instrumentalidade mediúnica, de autoria de um Benfeitor da Vida Maior:
“Nossa irmã Tereza Cristina está presente e afirma estar cooperando em favor da paz dos seus familiares queridos. Confiemos no amparo de Jesus, hoje e sempre.”
Em seguida, veio a mensagem a que tomamos a liberdade de intitular:
CARTINHA-BILHETE DO CORAÇÃO
Querida mamãe, querido papai, Deus nos abençoe.
Uma cartinha-bilhete para reafirmar o nosso carinho.
Ainda não posso escrever-lhes carta mais longa, além daquela que lhes trouxe.
Jussara Maria, Ana Paula e Márcia n estão melhorando.
Todas as nuvens da memória traumatizada estão desaparecendo.
Agradeço a companhia de Flávia. n
Vim com vocês na viagem, e rogo a Deus nos proteja a todos.
Estou muito feliz, querida mamãe, por vê-la mais tranquila e trabalhando na seara do Bem.
Com papai e todos os nossos, peço receber, querida mãezinha, muitos beijos de sua filha reconhecida,
Tereza Cristina
7. Márcia: A Autora Espiritual se refere à Márcia Moreira Quaresma, que era sobrinha do casal Detzi-Luzia de Oliveira, e residia no Rio de Janeiro. Estava passando suas férias escolares em Juiz de Fora, de onde, com Jussara e Ana Paula, através do fenômeno da morte, se transferiram de residência.
8. Flávia: Flávia Lopes Halfeld — trata-se da filha do ilustre redator da revista O Médium, que teve oportunidade de acompanhar os pais do Espírito comunicante, na viagem que fizeram a Uberaba, no dia 17 de junho de 1976. Fato digno de nota é que Sra. Yolanda Lopes Halfeld, secretária da citada revista, sentiu a presença de Tereza Cristina, com efeito, “exatamente no instante em que o carro deixava a cidade de Juiz de Fora”.
Conclusão: Muitas ilações poderíamos extrair de ambas as comunicações de Tereza Cristina, mas, respeitando a paciência do leitor, julgamos de bom alvitre concluir com os itens 13 e 14 do Capítulo I da Segunda Parte — Exemplos — O Passamento — de O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, n transcrevendo-os, na íntegra: ( † )
“13. — O estado do Espírito por ocasião da morte pode ser assim resumido: Tanto maior é o sofrimento, quanto mais lento for o desprendimento do perispírito; a presteza deste desprendimento está na razão direta do adiantamento moral do Espírito; para o Espírito desmaterializado, de consciência pura, a morte é qual um sono breve, isento de agonia, e cujo despertar é suavíssimo.
“14. — Para que cada qual trabalhe na sua purificação, reprima as más tendências e domine as paixões, preciso se faz que abdique das vantagens imediatas em prol do futuro, visto como, para identificar-se com a vida espiritual, encaminhando para ela todas as aspirações e preferindo-a à vida terrena, não basta crer, mas compreender. Devemos considerar essa vida debaixo de um ponto de vista que satisfaça ao mesmo tempo à razão, à lógica, ao bom senso e ao conceito em que temos a grandeza, a bondade e a justiça de Deus. Considerado deste ponto de vista, o Espiritismo, pela fé inabalável que proporciona, é, de quantas doutrinas filosóficas que conhecemos, a que exerce mais poderosa influência.
“O espírita sério não se limita a crer, porque compreende, e compreende, porque raciocina; a vida futura é uma realidade que se desenrola incessantemente a seus olhos; uma realidade que ele toca e vê, por assim dizer, a cada passo e de modo que a dúvida não pode empolgá-lo, ou ter guarida em sua alma. A vida corporal, tão limitada, amesquinha-se diante da vida espiritual, da verdadeira vida.
“Que lhe importam os incidentes da jornada se ele compreende a causa e utilidade das vicissitudes humanas, quando suportadas com resignação?
“A alma eleva-se-lhe nas relações com o mundo visível; os laços fluídicos que o ligam à matéria enfraquecem-se, operando-se por antecipação um desprendimento parcial que facilita a passagem para a outra vida. A perturbação consequente à transição pouco perdura, porque, uma vez franqueado o passo, para logo se reconhece, nada estranhando, antes compreendendo, a sua nova situação.”
Elias Barbosa
[1] O Médium — Revista Espírita Mensal, Ano 43, nº 428, Março/1976, Juiz de Fora, Minas Gerais. Veja-se, ainda, o depoimento do Sr. Detzi de Oliveira na obra Luz Bendita (Francisco Cândido Xavier/Emmanuel/Rubens Silvio Germinhasi), IDEAL, São Paulo, 1ª edição, novembro 1977, pp. 19-24.
[2] Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, 3ª Edição, IDE, 1977, pp. 226; 227; 326-332.
[3] J.-P.-L. Crouzet, Répertoire du Spiritisme, 2ª edição (1ª no Brasil). Apresentação de Francisco Thiesen — Presidente da Federação Espírita Brasileira. Prefácio à Edição Brasileira por Hermínio C. Miranda, FEB, Rio, 1976. p. 125.
[4] Allan Kardec, Revista Espírita — Primeiro Ano — 1858, Trad. de Júlio Abreu Filho, EDICEL, São Paulo, 1964, pp. 75-76. (“A Fatalidade e os Pressentimentos — Instruções dadas por São Luís”.)
[5] Padre Venâncio Ribeiro de Aguiar Café, virtuoso sacerdote de Juiz de Fora, desencarnado a 8 de janeiro de 1898.
[6] Allan Kardec, O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo. Trad. de Manuel Justiniano Quintão, FEB, Rio de Janeiro, 22ª edição (popular), pp. 172-173.
[7] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.