O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. XVII — Item 2
O Livro dos Espíritos — Questão 169
1 Criatura alguma conseguirá partilhar o trabalho de várias comunidades ao mesmo tempo, não obstante a pessoa, por seus atos, influir indiretamente no conjunto da Humanidade.
2 Cada um de nós, estejamos encarnados ou desencarnados em serviço na Crosta Terrestre, vive jungido a um grupo de companheiros que constituem laços do pretérito ou instrumentos da hora, junto dos quais somos convidados a educar a vida e o coração para a Existência Maior.
3 Semelhantes sócios de ideal parecer-nos-ão, às vezes, inadequados para nós, mas é preciso considerar que, provavelmente no conceito que fazem de nós, nos julgarão também impróprios para eles. 4 Forçoso reconhecer que são agora o que são, como somos neste momento o que temos sido até hoje.
As Diretrizes Divinas não nos reuniram, por acaso, uns com os outros.
5 Não dispomos de recurso bastante para conhecer circunstanciadamente os propósitos da Justiça Real. Sabemos que nos concede o melhor que sejamos capazes de receber para realizarmos o melhor que possamos fazer na hora que passa.
6 Usemos o amor que o Evangelho nos indica a fim de que se nos reduzam as deficiências recíprocas. Imperioso amá-los quais se nos fossem familiares queridos.
7 Agradecer aos mais virtuosos o conforto com que nos alimentam a alma e auxiliar os que se nos mostrem menos seguros.
8 Seguir o exemplo dos valorosos no dinamismo construtivo e apoiar os tíbios que tropeçam a cada passo na tarefa a desenvolver. Sentir-lhes os percalços, compartir-lhes os regozijos.
9 Recolher a inspiração dos que acertam e amparar os que se transviam.
10 Escutar com atenção os que ensinam e ouvir com paciência os que se desequilibram nos labirintos da necessidade.
11 Estimular as mínimas aspirações que entremostrem no rumo da correção, permanecendo justos para que a fraternidade jamais lisonjeie o mal naqueles que amamos.
12 Saber tocá-los no sentimento, sem converter a sinceridade em censura e sem transformar a bondade em fraqueza, para que não se emaranhem nas armadilhas da ilusão.
13 Entender que sem eles seríamos quais alunos obrigados à frequência da escola, sem material de lição.
14 Em suma, aceitar o campo da vivência cotidiana como o educandário mais digno em que possamos estagiar, provisoriamente internados pela Paternidade Comum, e do qual não sairemos senão para a repetência de provas, se não tivermos notas de aproveitamento que nos recomendem a equipes superiores.
15 Para isso, guardemos por norma a realização de benefícios generalizados a fim de que a rotina improdutiva não nos detenha à margem, adiando o nosso acesso à verdadeira compreensão.
André Luiz