1. — Podemos receber alguma informação sobre a volitação do corpo espiritual?
— Na metamorfose dos insetos, a histólise alcança notadamente os músculos e a máquina digestiva, atingindo apenas levemente o sistema nervoso e o sistema circulatório.
2 Efetuado o processo histolítico, segundo referências alinhadas em outra parte do nosso estudo, n os órgãos diferenciados voltam à posição embrionária que lhes era característica e só então as células entram em segmentação, formando na histogênese os órgãos definitivos do inseto adulto, armado de recursos para librar na atmosfera.
3 Assim também, após a transfiguração ocorrida na morte, a individualidade ressurge com naturais alterações na massa muscular e no sistema digestivo, mas sem maiores inovações na constituição geral, munindo-se de aquisições diferentes para o novo campo de equilíbrio a que se transfere, com possibilidades de condução e movimento efetivamente não sonhados, já que o pensamento contínuo e a atração, nessas circunstâncias, não mais encontram certas resistências peculiares ao envoltório físico.
4 Ao homem comum, na encarnação, não é fácil, todavia, a articulação de uma ideia segura com respeito às condições de seu próprio corpo espiritual, além-túmulo, porque a mente, no Plano físico, está inteiramente condicionada ao trabalho específico que lhe compete realizar, inelutavelmente circunscrita aos problemas de estrutura, e, por isso mesmo, incapacitada de identificar o reino inteligente de raios e ondas, fluidos e energias turbilhonantes em que vive.
2. — Como entendermos a mente em si, individualizada e operante, se as células do corpo espiritual têm vida própria como as do corpo físico?
— O problema é de simples orientação, qual acontece numa fábrica de largas proporções em que a gerência, unificada em seus programas de ação, supervisiona e comanda centenas de máquinas com diversos implementos cada uma, convergindo todas as peças do serviço para fins determinados.
3. — Quais os mecanismos das alterações de cor, densidade, forma, locomoção e ubiquidade do corpo espiritual?
— A pergunta está criteriosamente formulada; no entanto, para a ela responder com segurança precisaremos dispor, na Terra, de mais avançadas noções acerca da mecânica do pensamento.
4. — Em que condições o corpo espiritual de um desencarnado sofrerá compressões, escoriações ou ferimentos?
— Dentro do conceito de relatividade, isso se verifica nas mesmas condições em que o corpo físico é injuriado dessa ou daquela forma na Terra. Não dispomos, entretanto, presentemente, de terminologia adequada na linguagem terrestre para mais amplas definições do assunto.
5. — Qual é a ordem de formação dos centros vitais pelo princípio inteligente no seu corpo espiritual?
— Sabemos que a formação dos centros vitais começou com as primeiras manifestações da plasmocinese nas células, sob a orientação das Inteligências Superiores; contudo, não dispomos ainda de particularidades técnicas para penetrar nesse domínio da ciência ontogenética.
6. — Como se processa a exteriorização dos centros vitais?
— Associando conhecimento magnético e sublimação espiritual, os cientistas humanos chegarão, por si próprios, à realização referida, como já atingiram noções preciosas quanto à regressão da memória e exteriorização da sensibilidade.
7. — Qual a importância da relação existente entre o baço e o centro esplênico, se o baço pode ser extirpado sem maiores prejuízos à continuação da existência do encarnado?
— Compreendamos que a extirpação do baço em sua expressão física, no corpo carnal, não significa a anulação desse órgão no corpo espiritual e que, interligado a outras fontes de formação sanguínea no sistema hematopoético, prossegue funcionando, embora imperfeitamente, no campo somático, atento às articulações do binário mente-corpo.
8. — Como compreenderemos a situação dos centros vitais no caso dos “ovóides”?
— Entendereis facilmente a posição dos centros vitais do corpo espiritual, restritos na “ovoidização”, — apesar de não terdes elementos terminológicos que a exprimam, — pensando na semente minúscula que encerra dentro dela os princípios organogênicos da árvore em que se converterá de futuro.
André Luiz
Uberaba, 23/4/1958.