1. PLASMA
DIVINO. — O fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador
ou força nervosa do Todo-Sábio.
2 Nesse elemento primordial, vibram
e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano.
2. CO-CRIAÇÃO
EM PLANO MAIOR. — É nessa substância original que, ao influxo do próprio
Senhor Supremo, operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em
processo de comunhão indescritível, os grandes Devas da teologia hindu
ou os Arcanjos da interpretação de variados templos religiosos, extraindo
desse hálito espiritual os celeiros da energia com que constroem os
sistemas da Imensidade, em serviço de Co-criação em plano maior, de
conformidade com os desígnios do Todo-Misericordioso, que faz deles
agentes orientadores da Criação Excelsa.
2 Essas Inteligências
Gloriosas tomam o plasma divino e convertem-no em habitações cósmicas,
de múltiplas expressões, radiantes ou obscuras, gaseificadas ou sólidas,
obedecendo a leis predeterminadas, quais moradias que perduram por milênios
e milênios, mas que se desgastam e se transformam, por fim, de vez que
3 o Espírito Criado
pode formar ou co-criar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade.
3. IMPÉRIOS
ESTELARES. — Devidas à atuação desses Arquitetos Maiores, surgem
nas galáxias as organizações estelares como vastos continentes do Universo
em evolução e as nebulosas intragaláticas como imensos domínios do Universo,
encerrando a evolução em estado potencial, todas gravitando ao redor
de pontos atrativos, com admirável uniformidade coordenadora.
2 É aí, no seio dessas
formações assombrosas que se estruturam, interrelacionados, a matéria,
o espaço e o tempo, a se renovarem constantes, oferecendo campos gigantescos
ao progresso do Espírito.
3 Cada galáxia quanto
cada constelação guardam no cerne a força centrífuga própria, controlando
a força gravítica, com determinado teor energético, apropriado a certos
fins.
4 A Engenharia Celeste equilibra
rotação e massa, harmonizando energia e movimento, e mantêm-se desse
modo, na vastidão sideral, magnificentes florestas de estrelas, cada
qual transportando consigo os planetas constituídos e em formação, que
se lhes vinculam magneticamente ao fulcro central, como os elétrons
se agregam ao núcleo atômico, em trajetos perfeitamente ordenados na
órbita que se lhes assinala de início.
4. NOSSA
GALÁXIA. — Para idearmos, de algum modo a grandeza inconcebível
da Criação, comparemos a nossa galáxia a grande cidade, perdida entre
incontáveis grandes cidades de um país cuja extensão não conseguimos
prever.
2 Tomando o Sol e os mundos
nossos vizinhos como apartamentos de nosso edifício, reconheceremos
que em derredor repontam outros edifícios em todas as direções.
3 Assestando instrumentos
de longo alcance da nossa sala de estudo, perceberemos que nossa casa
não é a mais humilde, mas que inúmeras outras lhe superam as expressões
de magnitude e beleza.
4 Aprendemos que,
além de nossa edificação, salientam-se palácios e arranha-céus como
Betelgeuze, no distrito de Órion, Canôpus, na região do Navio, Arcturos,
no conjunto do Boieiro, Antares, no centro do Escorpião, e outras muitas
residências senhoriais, imponentes e belas, exibindo uma glória perante
a qual todos os nossos valores se apagariam.
5 Por processos ópticos,
verificamos que a nossa cidade apresenta uma forma espiralada e que
a onda de rádio, avançando com a velocidade da luz, gasta mil séculos
terrenos para percorrer-lhe o diâmetro. 6
Nela surpreenderemos milhões de lares, nas mais diversas dimensões e
feitios, instituídos de há muito, recém-organizados, envelhecidos ou
em vias de instalação, nos quais a vida e a experiência enxameiam vitoriosas.
5. FORÇAS
ATÔMICAS. — Toda essa riqueza de plasmagem, nas linhas da Criação,
ergue-se à base de corpúsculos sob irradiações da mente, 2
corpúsculos e irradiações que, no estado atual dos nossos conhecimentos,
embora estejamos fora do Plano físico, não podemos definir em sua multiplicidade
e configuração, 3 porquanto
a morte apenas dilata as nossas concepções e nos aclara a introspecção,
iluminando-nos o senso moral, sem resolver, de maneira absoluta, os
problemas que o Universo nos propõe a cada passo, com os seus espetáculos
de grandeza.
4 Sob a orientação das Inteligências
Superiores, congregam-se os átomos em colmeias imensas, e, sob a pressão,
espiritualmente dirigida, de ondas eletromagnéticas, são controladamente
reduzidas as áreas espaciais intra-atômicas, sem perda de movimento,
para que se transformem na massa nuclear adensada, de que se esculpem
os planetas, em cujo seio as mônadas celestes encontrarão adequado berço
ao desenvolvimento.
5 Semelhantes mundos
servem à finalidade a que se destinam, por longas eras consagradas à
evolução do Espírito, até que, pela sobrepressão sistemática, sofram
o colapso atômico pelo qual se transmutam em astros cadaverizados. 6
Essas esferas mortas, contudo, volvem a novas diretrizes dos Agentes
Divinos, que dispõem sobre a desintegração dos materiais de superfície,
dando ensejo a que os elementos comprimidos se libertem através de explosão
ordenada, surgindo novo acervo corpuscular para a reconstrução das moradias
celestes, nas quais a obra de Deus se estende e perpetua, em sua glória
criativa.
6. LUZ
E CALOR. — Os mundos ou campos de desenvolvimento da alma, com
as suas diversas faixas de matéria em variada expressão vibratória,
ao influxo ainda dos Tutores Espirituais, são acalentados por irradiações
luminosas e caloríficas, sem nos referirmos às forças de outra espécie
que são arrojadas do Espaço Cósmico sobre a Terra e o homem, garantindo-lhes
a estabilidade e a existência.
2 Temos, assim, a
luz e o calor, que teoricamente classificamos entre as irradiações nascidas
dos átomos supridos de energia. 3
São estes que, excitados na íntima estrutura, despedem as ondas eletromagnéticas.
4 Todavia, não obstante
tatearmos com relativa segurança as realidades da matéria, definindo
a natureza corpuscular do calor e da luz, 5
e embora saibamos que outras oscilações eletromagnéticas se associam,
insuspeitadas por nós, na vastidão universal, aquém do infravermelho
e além do ultravioleta, completamente fora da zona de nossas percepções,
6 confessamos com humildade
que não sabemos ainda, principalmente no que se refere à elaboração
da luz, 7 qual seja
a força que provoca a agitação inteligente dos átomos, compelindo-os
a produzir irradiações capazes de lançar ondas no Universo com a velocidade
de 300.000 quilômetros por segundo, 8
preferindo reconhecer, em toda a parte, com a obrigação de estudarmos
e progredirmos sempre, o hálito divino do Criador.
7. CO-CRIAÇÃO
EM PLANO MENOR. — Em análogo alicerce, as Inteligências humanas
que ombreiam conosco utilizam o mesmo fluido cósmico, em permanente
circulação no Universo, para a Co-criação em plano menor assimilando
os corpúsculos da matéria com a energia espiritual que lhes é própria,
formando assim o veículo fisiopsicossomático em que se exprimem ou cunhando
as civilizações que abrangem no mundo a Humanidade Encarnada e a Humanidade
Desencarnada. 2 Dentro
das mesmas bases, plasmam também os lugares entenebrecidos pela purgação
infernal, gerados pelas mentes desequilibradas ou criminosas nos Círculos
inferiores e abismais, e que valem por aglutinações de duração breve,
no microcosmo em que estagiam, sob o mesmo princípio de comando mental
com que as Inteligências Maiores modelam as edificações macrocósmicas,
que desafiam a passagem dos milênios.
3 Cabe-nos assinalar,
desse modo, que, na essência, toda a matéria é energia tornada visível
e que toda a energia, originariamente, é força divina de que nos apropriamos
para interpor os nossos propósitos aos propósitos da Criação, 4
cujas leis nos conservam e prestigiam o bem praticado, constrangendo-nos
a transformar o mal de nossa autoria no bem que devemos realizar, porque
o Bem de Todos é o seu Eterno Princípio.
5 Compete-nos, pois,
anotar que o fluido cósmico ou plasma divino é a força em que todos
vivemos, nos ângulos variados da Natureza, motivo pelo qual já se afirmou, ( † )
e com toda a razão, que “em Deus nos movemos e existimos”. n
André Luiz
Uberaba, 15-1-1958.
[1] Paulo de Tarso, em Atos, 17.28. — (Nota do Autor espiritual.)