07|06|1986
1 Querida Lúcia n e querida Luizinha, Deus nos abençoe! Aqui estamos de novo no convívio de nossos amigos. Muito me comove abraçar a nossa Yolanda, a nossa Zilda, a nossa Leonor e tantas afeições nossas que o tempo não consome… n
2 Querida Lúcia, você notará certa modificação em minhas notícias. Achamo-nos com quase um ano sobre a separação que desabou sobre nós e nestes dez meses muita água já correu sob as pontes. De começo, eu era a pessoa contrariada com a morte que não pedira, mas ao mesmo tempo deslumbrada com todas as renovações de que me cercava. 3 Uma ânsia de contar a você quanto me ocorria palpitava em meus sentimentos. E escrevi as mensagens longas no intuito de falar a você do que eu enxergava e ouvia. Entretanto, aos poucos fui compreendendo que a mudança pela desencarnação era qual se fosse um esbarro conosco, uma descoberta de nós próprias, com tantas obrigações a cumprir que o meu propósito de narradora esmoreceu.
4 O assunto era mais grave que aquele de enviar informações do novo Plano que passei a habitar. Compreendi, afinal, que eu não era repórter para criar versões novas da existência na vida espiritual. Concentrei-me em mim mesma, a fim de observar com mais segurança o que se passava. 5 Você era e é o centro dos meus interesses do coração. Não que despreze os outros, e muito menos a nossa Luizinha, que nos acompanha nesta noite. Procurando situar-me em você, anotei os nossos problemas e a extensão deles e seu tratamento. Deus concederá a você tudo aquilo de bom que desejo e ainda não tenho.
6 Nosso querido Sérgio me pede umas palavras. Que dizer a você, meu neto, que se fez meu amigo e meu pai nos dias tristes da doença que passaram para o arquivo do tempo? Nada reclame, Sérgio. Abençoe o seu canto, que será sempre amor para as obras do bem que você ama tanto! Seja para a nossa Sarita o pai amigo e bom, e aguardemos no tempo as decisões do Alto.
7 Aguardemos a passagem das horas, porque as horas trazem aquilo de que necessitamos, a fim de que encontremos o agasalho para afastar o frio que sentimos quando a saudade dói no nosso coração. Que se cumpra o que Deus quer de nós! Seja ela cada vez mais amparada, são meus votos. E você, em seu trabalho, não se sinta sozinho. Você tem seus pais e seus irmãos, com a Sarita querida, por luzes de sua própria vida! 8 O nosso lar é muito maior do que pensamos. Temos irmãos em toda parte! Nada lhe faltará! Tenha a certeza de que Deus vela sempre por todos os filhos que criou. Espere por mais tempo, sem promover qualquer mudança que lhe prometa paz e felicidade, quando a paz e a felicidade já moram com você. 9 Estas são as palavras da avó que você transformou em sua própria filha, em nossas noites de aflição e vigília, esperando as melhoras que custavam a vir. Nada se perde, Sérgio, e a sua presença de bondade e de amor, ao lado de uma avó pobre e doente, hão de seguir você onde estiver, com as minhas orações, rogando a Deus por sua fortaleza e entendimento.
10 Querida Lúcia, receba com a nossa Luizinha e com o nosso querido Caio minhas grandes saudades! Estou respondendo aqui as suas cartas de saudade igual à minha!
11 Filha querida, ore sempre e não se esqueça de que mais vale a paz que todos os tesouros disputados na Terra!
12 Para Oscar, Zé Geraldo, Caio e nossos ausentes outros muitas lembranças, deixando com você o coração sempre reconhecido de sua mãe, a sempre sua Luiza…
Luiza Xavier
[1] [Ver nota nº 1 da mensagem de José Xavier.]
Nota da editora:
[2] Refere-se a amigas da família Xavier quais sejam D. Zilda Batista, grande amiga de Chico Xavier responsável por passar as páginas psicografadas pelo médium no Grupo Espírita da Prece de Uberaba. Era casada com o Sr. Weaker Batista, dirigente das atividades do Grupo; Yolanda Cezar, amiga de Chico Xavier de São Paulo, mãe de Augusto Cezar Neto, Espírito que se comunicou várias vezes através do médium, escrevendo alguns livros de mensagens; Leonor Neves Comes, amiga de Chico Xavier de Franca, interior do Estado de São Paulo.