11|10|1986
1 Querido Sérgio,
Deus nos abençoe. Lembrando-me do tempo em que me afastava do tricô altas horas da noite para escrever uma carta, venho pedir a você, Zé Geraldo e Luizinha receberem as minhas preces a Jesus, a fim de vê-los sempre unidos e felizes. 2 Sei que as provações têm sido chuva em nossa casa, mas rogo à Luizinha continuar apoiando a Lúcia, porque mãe, na vida, é a nossa melhor amiga, pedindo a ela ainda seguir as intuições de Zé Geraldo para beneficio dela própria. Ninguém vive sem precisar de alguém e Zé Geraldo tem pela irmã muito amor e zelo carinhoso para guiá-la. 3 Quanto a você, Sérgio, erga a Jesus os seus pensamentos e continue respeitando a companheira que não pôde prosseguir ao seu lado. Ela não deixou de ser boa e compreensiva, mas deseja outros caminhos e outras experiências. Acalme o seu coração e confie nos mensageiros do bem. 4 Chamaram você de menos compreensivo, mas Deus sabe que você é portador de abençoado entendimento. Disseram que você era indiferente à família, mas Deus sabe quanto amor você colocou no lar para conforto da companheira e de sua filha. Houve quem dissesse que você era doente, mas Deus sabe que você possui grande riqueza de saúde e auxiliou você a utilizá-la. 5 Apareceu quem o acusou de preguiçoso, mas Deus sabe que você trabalha exaustivamente na execução de seus ideais e ninguém melhor do que eu, que fui avó doente por tantos anos, conheci o seu esforço para velar comigo nas longas noites da doença e o carinho com que você sabia exercer a enfermagem, auxiliando-me a modificar o corpo enfermo, de posição, noite a noite, por tantos anos, que minha memória já não cabe contar! 6 Levante a sua fronte e aceite os problemas da vida como são, sem ferir a ninguém. Seus passos serão amparados! Guarde a sua fé e prossiga para diante! Aqui termino, deixando para você, Zé Geraldo e Luizinha o reconhecimento da avó amiga e mãe pelo coração,
Luiza Xavier