“Dizendo: Que queres que te faça? E ele respondeu: — Senhor, que eu veja.” — (LUCAS, 18.41)
1 O cego de Jericó é das grandes figuras dos ensinamentos evangélicos.
2 Informa-nos a narrativa de Lucas que o infeliz andava pelo caminho, mendigando… Sentindo a aproximação do Mestre, põe-se a gritar, implorando misericórdia.
3 Irritam-se os populares, em face de tão insistentes rogativas. Tentam impedi-lo, recomendando-lhe calar as solicitações. 4 Jesus, contudo, ouve-lhe a súplica, aproxima-se dele e interroga com amor:
— Que queres que te faça?
5 À frente do magnânimo dispensador dos bens divinos, recebendo liberdade tão ampla, o pedinte sincero responde apenas isto:
— Senhor, que eu veja!
6 O propósito desse cego honesto e humilde deveria ser o nosso em todas as circunstâncias da vida.
7 Mergulhados na carne ou fora dela, somos, às vezes, esse mendigo de Jericó, esmolando às margens da estrada comum. 8 Chama-nos a vida, o trabalho apela para nós, abençoa-nos a luz do conhecimento, mas permanecemos indecisos, sem coragem de marchar para a realização elevada que nos compete atingir. 9 E, quando surge a oportunidade de nosso encontro espiritual com o Cristo, além de sentirmos que o mundo se volta contra nós, induzindo-nos à indiferença, é muito raro sabermos pedir sensatamente.
10 Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho mencionado no versículo de Lucas, porquanto não é preciso compareçamos diante do Mestre com volumosa bagagem de rogativas. Basta lhe peçamos o dom de ver, com a exata compreensão das particularidades do caminho evolutivo. 11 Que o Senhor, portanto, nos faça enxergar todos os fenômenos e situações, pessoas e coisas, com amor e justiça, e possuiremos o necessário à nossa alegria imortal.
Emmanuel