1 Recorda a caridade, a irradiar-se em bênçãos do excelso amor do Cristo, n para que te não faltem compreensão e força, no culto edificante à caridade humana.
2 Enjeitado no frio, pelas próprias criaturas a quem vinha trazer a luz da redenção, não vacila acolher-se à manjedoura pobre em extrema renúncia.
3 Atendendo aos enfermos de todos os matizes não lhes nega assistência, dando-lhes alegria e equilíbrio, movimento e visão.
4 Procurado por mestres e pescadores simples, insufla-lhes no ser a luz da verdade, habilitando-os todos para a Vida Maior.
5 Ante a aflição da turba que o seguia, irrequieta, multiplica o alimento que lhe sossegue a fome.
6 Entre o insulto dos maus e a deserção dos bons, sabe entregar-se, em paz, sem mesmo justiçar-se.
7 Preterido em juízo por rude malfeitor, não se desmanda em queixa.
8 E, conduzido à morte, sob golpes na cruz, longe de reprovar, condenar ou ferir, ergue oração sincera à Eterna Providência, suplicando perdão para os próprios algozes.
9 A caridade fora-lhe a companheira em todos os instantes…
10 Contudo, além do túmulo, ei-lo que volta, humilde, estendendo as mãos nobres e o coração celeste àqueles mesmos homens que O haviam deixado em supremo abandono, exclamando, sem mágoa:
— “Em verdade convosco estarei para sempre, até o fim dos séculos!…” ( † )
11 À vista disso, no caminho, lembra-te sempre de que a caridade pura — a que vence feliz — é sempre o amor perfeito a esquecer todo mal e a olvidar toda sombra, para somente amar, redimir e auxiliar, na contínua extensão do bem, a se converter em luz.
Emmanuel
[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.