O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Colheita do bem — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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Sobre o programa anual das viagens

25/04/1951


1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês todos, concedendo-lhes muita saúde e paz, alegria e ânimo forte, serenidade e luz.

Voltam vocês novamente ao programa anual das viagens e rejubilo-me com as oportunidades que lhes serão descerradas na comunhão com outras pessoas, paisagens e coisas, porque é sempre valioso o conhecimento mais completo de quanto se alonga em torno de nós.

2 E em nos referindo a Uberaba é justo salientar quanto você, meu caro Rômulo, ali tem obtido no setor da plantação de trabalho, cooperação e simpatia. Só a perseverança conseguiria o que o seu esforço alcançou. Louvada sempre seja a boa vontade que desintegra a densa crosta das incompreensões, possibilitando-nos a sementeira de renovação para a vida mais elevada. Você nunca se arrependerá de repetir sempre as lições de amparo, concurso fraterno e persistência metódica. O tempo se incumbe de restituir-nos quanto lhe doamos, em multiplicação permanente. Os dias são passos dos séculos e com eles aprendemos a valorizar cada coisa no lugar que lhe é próprio.

3 Em se ausentando de nosso ambiente comum, não olvidem a nossa farmácia de emergência. Remédios selecionados, como sempre, que nos sirvam de “pronto-socorro” em qualquer situação de necessidade. Acredito não seja preciso realinhar aqui os nomes. Bastam nossos conhecidos e familiares na resistência habitual contra as enfermidades de qualquer procedência. Espero que vocês, nos campos a que se dirigem, possam recolher os melhores valores e as melhores impressões, enriquecendo sempre mais o nosso cabedal de experiências para a boa luta.

4 Quanto ao que vai ocorrendo na sua paisagem de serviço, meu filho, não cedamos a cada assunto mais atenção que a merecida. Estamos na travessia de tempos complexos para todos aqueles que guardam a responsabilidade da administração, de vez que há sempre quem dispute os cargos detestando os encargos, e quem busque extrair apressadamente as vantagens com pleno esquecimento das obrigações. E por infelicidade coletiva maior temos, em muitos aspectos, a consagração da ociosidade e da indisciplina, rotuladas de “direitos”, em autênticos processos de garantia nacional. São os espinhos da época, fartamente espalhados em todos os setores, seixos que perturbam as rodas da máquina direcional. 5 Achando-nos, no entanto, à frente de uma epidemia, todo o cuidado é pouco, a fim de evitarmos o espetáculo da rebelião protegida por textos legais. Há tempos em que, embora conheçamos o impositivo das válvulas de libertação a benefício do progresso de todos, não devemos chamar a nós o papel difícil que lhes cabe. Haverá sempre tipos alardeantes de protesto e reajuste que nos exoneram do espinhoso e triste dever de “gritar”. Conduzamos o barco com prudência e paciência. Essas tormentas internas são frutos de grandes desequilíbrios políticos e morais que só o tempo e a experiência conseguirão sanar. Tenhamos calma e avancemos.

6 Quem elege o insulto por norma de ação na vida encontrará com a própria vida o ensinamento que lhe é devido. E enquanto há peçonha nas serpentes que se arrastam e crueldade nos lobos que infestam as estradas em que nos movimentamos o progresso adianta-se, imperturbável, para a vanguarda a que se destina. Enfileiremo-nos, felizes, junto de quantos propugnam pela evolução e pelo aperfeiçoamento de tudo o que representa a vida na Terra, que é material multimilenário e valioso de nossa própria formação e educação. Há legisladores e administradores que surgem na ribalta do mundo como legítimos frascos de fel e vinagre, despejando amargura e azedume, perturbação e desânimo. Que eles permaneçam onde se lhes situa a preferência e caminhemos com a prosperidade sob os seus prismas diversos.

7 Havendo oportunidade, troque impressões com os seus colegas de labor administrativo no decurso de sua viagem de serviço para assentar, com quem se enquadra às tarefas da diretiva, as medidas mais adequadas à situação e no centro de suas atividades estejamos protegidos também pelas interpretações legais. Aplique os seus regulamentos e diretrizes como quem sabe que a própria vida atende ao plano divino e aguardemos os resultados. Se é verdade que o ministério da orientação exige que sejamos “bons”, não determina que sejamos “bonzinhos”. A obra é de discernimento. Assim, pois, sigamos concordando com o que a hierarquia exige de nós, materializando, por nossa vez, os princípios de trabalho que a hierarquia nos reclama. Serviço de serenidade, rotina e ordem.

8 Quanto ao mais, estejamos alerta para não trair os nossos próprios compromissos de ação no levantamento do bem maior. Não desanimar para não menosprezar. Agir incessantemente. Ajudar a todos. Criar na atmosfera da harmonia a plantação do trabalho edificante e pacífico. Abrir novos horizontes para que o pensamento não durma estagnado. Descobrir novas fórmulas para que a palavra não se encarcere nas fórmulas e para que a ação não se traumatize. E caminhar por dentro da “terra sentimental do próprio coração”, que é nossa e cada vez mais sempre nossa, estabelecendo aí a sementeira viva e crescente de hábitos renovadores que nos favoreçam a libertação mental para mais altos impulsos da vida, nas obras do bem incessante. Essa, meu filho, é a norma.

9 Com respeito aos espectadores do nosso trabalho, não se nos dá que aplaudam ou ridicularizem. Enquanto o luar se proteja no lago, desvendando revelações de beleza sublime, o sapo permanecerá, coaxando. Que fazer? Os batráquios são tantos que não vale a pena afastar um só deles. Outros viriam, porque a lagoa é casa deles também e que os aproveita na extinção ou na diminuição dos vermes daninhos. Construamos com firmeza, dentro de nós, a própria fortaleza da compreensão e da tranquilidade, e blindados pelos eflúvios do grande entendimento que tudo compreende e tudo edifica avancemos para o nosso grande futuro de alma ativa na Terra, mas centralizada no Alto.

10 Acredito que no seu roteiro, na inspiração de tolerância construtiva em que os seus pés e atos vão marchando, tudo seguirá vitoriosamente bem. Que o mês corrente seja encerrado por você com a alegria do trabalhador que sabe viver o seu dia. Há tempos em que o nosso cálice de lutas pequeninas transborda para que nos capacitemos das lutas maiores que nos aguardam além, a favor do nosso próprio engrandecimento.

Continuo operando pelos nossos, para os quais rogo a bênção de Deus.

Desejando a vocês uma excursão tranquila e vitoriosa nos diversos setores a que se conduzirão, deixa-lhes um apertado e forte abraço o papai muito amigo de todos os dias,


A. Joviano


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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