“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos…” — JESUS (Mateus, 5.44)
1 Os inimigos, queiramos ou não, são filhos de Deus como nós e, consequentemente, nossos irmãos, para quem Deus providenciará recursos e caminhos dentro da mesma bondade com que age em nosso favor.
2 Temos muito a dever aos amigos pelos estímulos com que nos asseguram êxito na vida, mas não podemos esquecer que devemos bastante aos nossos inimigos pelas oportunidades que nos proporcionam no sentido de retificarmos os próprios erros.
3 O adversário é mais propriamente aquele que sulca a nossa alma, à feição do lavrador que cava na terra, a fim de que produzamos na seara do bem.
4 O amor pelos inimigos dar-nos-á excelentes recursos contra o desajuste circulatório, a neurose, a loucura ou a úlcera gástrica, sempre que estejamos em tarefa no corpo físico.
5 Orando em benefício dos que nos ferem, evitamos maiores perturbações em torno de nós mesmos.
6 Uma atitude respeitosa para com os adversários nunca nos rouba tempo ao serviço.
7 Amando os inimigos e entregando-nos sinceramente ao juízo de Deus, com as melhores vibrações de fraternidade, eliminamos noventa por cento dos motivos de aflição e aborrecimento.
8 Abençoando em silêncio os que nos criticam ou golpeiam, protegemos com mais segurança os interesses do trabalho que a Providência Divina nos concedeu.
9 A serenidade e o apreço para com os inimigos são os melhores antídotos para que as preocupações com eles não nos destruam.
10 O amor pelos inimigos não nos rouba a paz da consciência, na hipótese de serem malfeitores confessos, porque, quando Jesus nos diz ide e reconciliai-vos com o adversário, ( † ) [ele] nos ensina a fazer paz em nossas relações, como não é justo privar de tranquilidade uma criança ou um doente. Mas em trecho algum do Evangelho Jesus nos recomenda cooperar com eles.
Emmanuel
[Reformador, junho de 1966, p. 122]