“…e orai pelos que vos perseguem.” — JESUS (Mateus, 5.44)
1 Todos aqueles Espíritos interpretados como [sendo] maus são irmãos nossos — criaturas do Criador, quanto nós mesmos — credores de auxílio e consideração.
2 A maldade, em muitos [casos], provém da ignorância que compele o ser a comportamento infeliz, reclamando assistência educativa.
3 Às vezes a crueldade não é senão doença catalogável na patologia da mente, agravada, em muitas ocasiões, por influência obsessiva solicitando ajuda curativa ao invés de punição.
4 Muitos criminosos são companheiros que não resistiram às tentações trazidas de existências passadas, incursos em faltas das quais somos passíveis em nossa atual posição de consciências endividadas perante a Lei.
5 O malfeitor no cárcere ou em cumprimento da pena que lhe foi cominada é semelhante ao enfermo no hospital ou em tratamento adequado, requerendo compreensão e apoio fraterno.
6 Ninguém experimenta alegria ante as vítimas do mal, como ninguém sente prazer diante do vizinho que a moléstia perturba, mas, assim como o doente do corpo exige medicação, o doente da alma requisita socorro.
7 Tanto quanto não será possível prever a extensão do incêndio sem medidas que o combatam, ninguém pode acautelar-se do alastramento do mal sem a colaboração do bem que o elimine.
8 Quando a pessoa conhece as próprias responsabilidades e pratica o mal mesmo assim, entreguemo-la a si mesma, convencidos de que essa pessoa carregará no subconsciente a dor da culpa até que se liberte, pelo sofrimento, da sombra em que se envolveu.
9 Situemo-nos em lugar dos nossos irmãos caídos e verificaremos que eles precisam muito mais de assistência que de censura.
10 Quando as circunstâncias nos impeçam o abraço fraternal imediato aos que nos feriram, não nos esqueçamos de que, ainda assim, ser-nos-á possível auxiliá-los sempre através da oração.
Emmanuel
[Reformador, junho de 1966, p. 122]