1 Quando Jesus pregava, o mundo delirante
Ouvia emocionado os poemas divinos…
Na palavra da Fé, a harmonia estuante
Rededilhava nalma os mais formosos hinos…
2 A Natureza inteira, o Infinito distante, n
Os roteiros da Dor e os sonhos peregrinos
Recolhiam da voz do Excelso Viandante
As Canções da Bondade e os Celestes Ensinos.
3 A magia do Amor tocava a criatura,
Transfundindo a revolta em suave sorriso,
O apogeu da aflição em auge de ventura.
4 A vestir de Esperança a Terra enferma e escrava,
Doce, pura e sublime, a luz do Paraíso n
Banhava o mundo em paz, quando Jesus pregava…
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WENCESLAU José DE Oliveira QUEIROZ — Poeta, jornalista, conferencista, crítico literário e polemista ardoroso, foi Wenceslau de Queiroz um dos precursores do Simbolismo entre nós, e um dos fundadores da Academia Paulista de Letras, aí tendo ocupado a cadeira nº 9. Bacharel em Direito e Juiz Federal em S. Paulo, era um dos companheiros mais assíduos de Emiliano Perneta. Redator-chefe do Correio Paulistano. Alma afetiva e coração sensível, viveu uma existência amargurada. Ezequiel Freire chamou-lhe “Baudelaire paulistano”. (Jundiaí, Est. de S. Paulo, 2 de Dezembro de 1865 — S. Paulo, 29 de Janeiro de 1921.)
BIBLIOGRAFIA: Goivos; Versos; Heróis; Sob os Olhos de Deus; etc.
[1] Observe-se a aliteração em t, de poderoso efeito.
[2] Entenda-se Paraíso a significar um Plano superior em que todos os Espíritos trabalham em nome de Deus.