1 Rompendo a bruma, em louca arremetida, avança
No incrível desvario em que se deblatera,
Onde a sombra abismal domina, esfera a esfera,
O triste obsessor, faminto de esperança.
2 Preso ao mal que atormenta e à dor que não descansa,
O que mais o acabrunha e o que mais o exaspera
É sua estranha volta aos instintos da fera,
Na loucura feroz que o propele à vingança.
3 Espírito infeliz, padece no braseiro
De flagelo mental, gargalhante e escarninho,
Mil remorsos bramindo em torvo cativeiro…
4 Mas ao toque do amor, sem que a treva o degrade,
Arrepende-se e clama, ante o novo caminho,
Para nova missão na glória da humildade. n
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