“E todos os seus conhecidos e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galileia, estavam de longe, vendo estas cousas.” — (Lucas, 23.49)
1 A solidão de Jesus no Calvário é uma lição viva aos discípulos do Evangelho, em todos os tempos.
2 Quase sempre os aprendizes procuram impor ao próximo o seu modo de sentir. 3 Às vezes, quando menos avisados, raiam pela imprudência, ansiosos da renovação imediata de amigos, conhecidos, familiares.
4 Suas atividades se convertem num conjunto de inquietações indevidas. 5 Andam esquecidos de que cada um será compelido ao testemunho nos grandes momentos.
6 E, quando chegado o ensejo, devem contar, acima de tudo, com Deus e consigo próprios.
7 Jesus, no apostolado da luz e do bem, junto ao espírito popular, formara compacta legião de amigos.
8 Todos os beneficiários de sua obra o seguiam em admiração constante.
9 Volteavam-lhe em torno dos passos não só os admiradores, os aprendizes, os curiosos, mas, também os doentes da véspera, reintegrados no tesouro da saúde, à força da sua dedicação divina.
10 No grande momento, porém, quando as sombras do martírio lhe amortalhavam o coração, todos os participantes de suas caminhadas se recolheram à distância da cruz, contemplando-o de longe.
11 Não se ouviu a voz de nenhum beneficiado, ao pé do Calvário.
12 Ninguém lhe recordou, no extremo instante, as obras generosas, perante os algozes que o apupavam.
13 E o ensinamento ficou para que cada aprendiz, no decurso do tempo, não esqueça a necessidade do próprio valor.
Emmanuel
[1] Essa mensagem foi publicada em janeiro de 1990 pelo IDE e é a 19ª lição do
livro “Trilha de luz”. Esse livro, também do IDE, foi impresso em setembro de 1990. — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.