O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Alma e coração — Emmanuel


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Como perdoar

1 Na maioria dos casos, o impositivo do perdão surge entre nós e os companheiros de nossa intimidade, quando o suco adocicado da confiança se nos azeda no coração.

2 Isso acontece porque, geralmente, as mágoas mais profundas repontam entre os Espíritos vinculados uns aos outros na esteira da convivência.

3 Quando nossas relações adoeçam, no intercâmbio com determinados amigos que, segundo a nossa opinião pessoal, se transfiguram em nossos opositores, perguntemo-nos com sinceridade: “Como perdoar se perdoar não se resume à questão de lábios e sim a problema que afeta os mais íntimos mecanismos do sentimento?”

4 Feito isso, demo-nos pressa em reconhecer que as criaturas em desacerto pertencem a Deus e não a nós; 5 que também temos erros a corrigir e reajustes em andamento; 6 que não é justo retê-las em nossos pontos de vista, quando estão, qual nos acontece, sob os desígnios da Divina Sabedoria [no] que mais convém a cada um, nas trilhas do burilamento e do progresso.   7 Em seguida, recordemos as bênçãos de que semelhantes criaturas nos terão enriquecido no passado e conservemo-las em nosso culto de gratidão, conforme a vida nos preceitua.

8 Lembremo-nos também de que Deus já lhes terá concedido novas oportunidades de ação e elevação em outros setores de serviço e que será desarrazoado de nossa parte manter processos de queixa contra elas, no tribunal da vida, quando o próprio Deus não lhes sonega amor e confiança.

9 Quando te entregares realmente a Deus, a Deus entregando os teus adversários como autênticos irmãos teus, — tão necessitados do Amparo Divino quanto nós mesmos, penetrarás a verdadeira significação das palavras do Cristo: n “Pai, perdoa as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores”, ( † ) reconciliando-te com a vida e com a tua própria alma. 10 Então, saberás oscular de novo a face de quem te ofendeu, e quem te ofendeu encontrará Deus contigo e te dirá com a mais pura alegria do coração: “Bendito sejas!…”


Emmanuel



[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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