1 Quando sofreres alfinetadas morais no mundo, não te permitas, por isso, cair no labirinto das grandes complicações.
2 Forçoso que a mínima brecha no carro ou na embarcação receba reparos imediatos se o viajante não deseja arriscar-se. Nos comprometimentos do corpo, esmera-te no uso de remédios, ginásticas, dietas, cirurgias; nos males da alma, não te curarás ao preço de expectação. Urge empregar observações, decisões, normas, estudos.
3 Quando a ansiedade ou aflição te visitarem, analisa a ti mesmo, delibera quanto ao que devas fazer para evitar desequilíbrio e conturbação, assume a responsabilidade da própria disciplina e inspeciona o campo de ação em que te movimentas.
4 Sem dúvida, necessitas de refazimento e conforto; no entanto, em favor do próprio reajuste, aprende a reconhecer que, em matéria de sofrimento, não constituis exceção.
5 Reflete naqueles que carregam fardos mais pesados que os teus. 6 Os que desejam andar como naturalmente caminhas e jazem atarraxados em leitos imóveis; 7 os que anseiam ver como enxergas e tateiam na sombra; 8 os que te contemplam a mesa farta, sem recursos de usufruí-la; 9 e os que estimariam compartilhar-te a segurança íntima e suportam a cabeça esfogueada pelas chamas invisíveis da obsessão.
10 Fita a vanguarda dos que se te fizeram superiores, a fim de que te animes à subida espiritual; todavia, não desfites a retaguarda, para que te reconfortes nos valores já conquistados e que podes claramente distribuir, a benefício dos outros.
11 Sofre, aprendendo, e eleva-te, auxiliando. Este, o programa do educandário da vida em si, porquanto, seja na ascensão ou no resgate, aperfeiçoando ou ressarcindo, 12 a lei das provas é o agente aferidor do merecimento de cada um, sem criar privilégios ou favores, clandestinidades ou exceções para ninguém.
Emmanuel