| 1 Senhor! Não lastimamos tanto
Contemplar no caminho a penúria sem nome,
Porque sabemos que socorrerás
Os famintos de pão e os sedentos de paz;
Dói encontrar na vida
Os que fazem a fome.
2 Ante aqueles que choram
Não lamentamos tanto,
Já que estendes o braço
Aos que gemem de angústia e de cansaço;
Deploramos achar nas multidões do mundo
Os que abrem na Terra as comportas do pranto.
3 Não lastimamos tanto os que se esfalfam
Carregando a aflição de férrea cruz,
De vez que nós sabemos quanto assistes
Os humildes e os tristes;
Lastimamos os cérebros que brilham
E sonegam a luz.
4 Não deploramos tanto os que suportam
Sarcasmo e solidão na carência de amor,
Porquanto tens as mãos, hora por hora,
No consolo e no apoio a todo ser que chora;
Lamentamos fitar os amigos felizes
Que alimentam a dor.
5 É por isso, Jesus, que nós te suplicamos:
Não nos deixes seguir-te o passo em vão,
Que o prazer do conforto não nos vença,
Livra-nos de tombar no pó da indiferença…
Inda que a provação nos seja amparo e guia,
Toma e guarda em serviço o nosso coração.
Maria Dolores
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