1 Na pobreza da manjedoura, vemos a primeira oração do ambiente do Cristo, n exalçando a humildade.
2 Expulso de cada lar da cidade a que se acolhe, o Excelso Embaixador, ao invés de inspirar amargura e revolta, sugere aos que O rodeiam o cântico de louvor a Deus e da paz que alcance todas as criaturas.
3 Desde então, mantém a prece no caminho, expressando obediência a Deus e amor aos semelhantes.
4 Começa o ministério, prestigiando a ventura da comunhão doméstica nas Bodas de Caná e ora sempre, no alarido da praça ou na calma do campo, na ativa plantação de bondade e esperança, fortaleza e consolo.
5 Ao pé de cada enfermo, roga a bênção do Pai em favor dos que choram, sem que se lembre de qualquer petição de socorro a si mesmo.
6 Implora, em tom veemente, o retorno de Lázaro ao conforto da Terra sem suplicar a Deus que o liberte da morte.
7 Exora para Pedro, o amigo invigilante, resguardo à tentação que viria prová-lo, entregando-se, após, à sanha de carrascos insanos.
8 No jardim solitário ora em silêncio, perante os aprendizes que dormem, descuidados, rogando, antes de tudo, se cumpram os desígnios do Pai Misericordioso.
9 E, exausto no suplício, podendo recorrer à justiça do mundo, pede ao Pai Todo Amor, perdão para os algozes, sem tocar de leve nas chagas que O cruciam.
10 Recordemos o Mestre da Verdade e lembrar-nos-emos de que a prece — a mais expressiva de todas — é socorrer, primeiro a quem sofre conosco entre a sombra e a penúria, porquanto edificando a alegria dos outros, a Divina Providência virá, cada minuto, ao nosso próprio encontro, a envolver-nos a fé em perene alegria.
Emmanuel
[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.