OS MESSIAS DO ESPIRITISMO.
Já vos foi dito que um dia todas as religiões se confundirão numa mesma crença. Ora, eis como isto acontecerá. Deus dará um corpo a alguns Espíritos superiores, e eles pregarão o Evangelho puro. Um novo Cristo virá; porá fim a todos os abusos que duram há tanto tempo e reunirá os homens sob uma mesma bandeira.
Nasceu o novo Messias, e ele restabelecerá o Evangelho de Jesus-Cristo. Glória ao seu poder.
Não é permitido revelar o lugar onde ele nasceu; e se alguém vier vos dizer: “Ele está em tal lugar”, não acrediteis, porque ninguém o saberá antes que ele seja capaz de se revelar, e daqui até lá é preciso que grandes coisas se realizem, para aplainar os caminhos.
Se Deus vos deixar viver bastante, vereis pregar o verdadeiro Evangelho de Jesus-Cristo pelo novo Missionário de Deus, e uma grande mudança será feita pelas pregações desse Filho abençoado; à sua palavra poderosa, os homens das diferentes crenças se darão as mãos.
Glória a esse divino enviado, que vai restabelecer as leis mal compreendidas e mal praticadas do Cristo! Glória ao Espiritismo, que o precede e que vem esclarecer todas as coisas!
Crede, meus irmãos, que somente vós recebereis semelhantes comunicações. Mas guardai-as em segredo até nova ordem.
São José. n
Sétif †
(Argélia) 1861.
Observação. – Esta revelação é uma das primeiras deste gênero que nos foram transmitidas; mas outras já a tinham precedido. Depois, foi dado espontaneamente um grande número de comunicações sobre o mesmo assunto, em diferentes centros espíritas da França e do estrangeiro, todas concordes no fundo do pensamento. E como em toda parte compreenderam a necessidade de não as divulgar, e como nenhuma foi publicada, não poderiam ser o reflexo umas das outras. É um dos mais notáveis exemplos da simultaneidade e da concordância do ensino dos Espíritos quando é chegado o momento de uma questão. n
Está incontestavelmente constatado que a vossa é uma época de transição e de fermentação geral; mas ainda não chegou àquele grau de maturidade que marca a vida das nações. É ao século vinte que está reservado o remanejamento da Humanidade; todas as coisas que vão realizar-se daqui até lá não passam de preliminares da grande renovação. O homem chamado a consumá-la ainda não está maduro para realizar sua missão; mas já nasceu: sua estrela apareceu na França marcada por uma auréola, e vos foi mostrada há pouco tempo na África. Sua rota está previamente marcada. A corrupção dos costumes, as desgraças que serão a consequência do desencadeamento das paixões, o declínio da fé religiosa serão os sinais precursores de seu advento.
A corrupção no seio das religiões é o sintoma de sua decadência, como é o da decadência dos povos e dos regimes políticos, porque ela é o indício de uma falta de fé verdadeira; os homens corrompidos arrastam a Humanidade para um despenhadeiro funesto, de onde ela não pode sair senão por uma crise violenta. Dá-se o mesmo com as religiões que substituem o culto da Divindade pelo culto do dinheiro e das honras, e que se mostram mais ávidas dos bens materiais da Terra do que dos bens espirituais do Céu.
Fénelon. n
Constantina, †
dezembro de 1861.
Quando uma transformação da Humanidade deve operar-se, Deus envia em missão um Espírito capaz, por seus pensamentos e por uma inteligência superior, de dominar seus contemporâneos e de imprimir às gerações futuras as ideias necessárias para uma revolução moral civilizadora.
Assim, de tempos em tempos vê-se elevar-se acima do comum dos mortais seres que, como faróis, os guiam na via do progresso e os fazem transpor em alguns anos as etapas de vários séculos. O papel de alguns é limitado a um país ou a uma raça; são como oficiais subalternos, cada um conduzindo uma divisão do exército; mas há outros cuja missão é agir sobre a Humanidade inteira, que não aparecem senão nas épocas mais raras, que marcam a era das transformações gerais.
Jesus-Cristo foi um desses enviados excepcionais; do mesmo modo tereis, para os tempos chegados, um Espírito superior que dirigirá o movimento de conjunto e dará uma coesão poderosa às forças esparsas do Espiritismo.
Deus sabe na hora certa modificar nossas leis e nossos hábitos; e quando um fato novo se apresentar, esperai e orai, porque o Eterno nada faz que não seja segundo as leis de divina justiça, que regem o Universo.
Para vós que tendes fé; e que consagrastes a vossa vida à propaganda da ideia regeneradora, isto deve ser simples e justo; mas só Deus conhece aquele que está prometido. Limito-me a dizer-vos: Esperai e orai, porque o tempo é chegado e o novo Messias não vos faltará: Deus saberá designá-lo a seu tempo. E, aliás, é por suas obras que ele se afirmará.
Podeis esperar por muitas coisas, vós que vedes tantas estranhas em relação às ideias admitidas pela civilização moderna.
Baluze. n
Paris, †
1862.
Eis uma questão que se repete em toda parte: o Messias anunciado é a pessoa mesma do Cristo?
Ao lado de Deus estão numerosos Espíritos chegados ao topo da escala dos Espíritos puros, que mereceram ser iniciados em seus desígnios, para dirigirem a sua execução. Deus escolheu dentre eles seus enviados superiores, encarregados de missões especiais. Podeis chamá-los Cristos: é a mesma escola; são as mesmas ideias modificadas conforme os tempos.
Não fiqueis, pois, admirados de todas as comunicações que vos anunciam a vinda de um Espírito poderoso sob o nome do Cristo; é o pensamento de Deus revelado numa certa época, e que é transmitido pelo grupo dos Espíritos superiores que se acercam de Deus e recebe as suas emanações para presidir o futuro dos mundos que gravitam no espaço.
O que morreu na cruz tinha uma missão a cumprir e essa missão se renova hoje por outros Espíritos desse grupo divino, que vêm, eu vo-lo repito, presidir aos destinos de vosso mundo.
Se o Messias de que falam essas comunicações não é a personalidade de Jesus, é o mesmo pensamento. É aquele que Jesus anunciou, quando disse: “Eu vos enviarei o Espírito de Verdade, que deve restabelecer todas as coisas”, ( † ) isto é, reconduzir os homens à sã interpretação de seus ensinamentos, porque ele previa que os homens se desviariam do caminho que lhes havia traçado.
Aliás, era preciso completar o que então não lhes havia dito, porque não teria sido compreendido. Eis por que uma multidão de Espíritos de todas as ordens, sob a direção do Espírito de Verdade, veio a todas as partes do mundo e a todos os povos, revelar as leis do mundo espiritual, cujo ensino Jesus havia adiado, e lançar, pelo Espiritismo, os fundamentos da nova ordem social. Quando todas as bases estiverem postas, então virá o Messias, que deve coroar o edifício e presidir à reorganização, auxiliado pelos elementos que tiverem sido preparados.
Mas não creiais que esse Messias esteja só; haverá muitos que abraçarão, pela posição que cada um ocupará no mundo, as grandes partes da ordem social: a política, a religião, a legislação, a fim de as fazer concordar com o mesmo objetivo.
Além dos Messias principais, Espíritos de escol surgirão em todas as partes e que, como lugares-tenente animados da mesma fé e do mesmo desejo, agirão de comum acordo, sob o impulso do pensamento superior.
É assim que, pouco a pouco, se estabelecerá a harmonia do conjunto; mas é preciso, primeiramente, que se realizem certos acontecimentos.
Lacordaire. n
Paris, †
1862.
[Vide: Comentários
sobre os messias do Espiritismo.]
[1]
[v. São
José.]
[2] As comunicações deste gênero são inumeráveis. Aqui só nos referimos a algumas, e se as publicamos hoje é que é chegado o momento de levar o fato ao conhecimento de todos, e porque é útil para os espíritas saber em que sentido se pronuncia a maioria dos Espíritos.
[3] [v.
Fénelon.]
[4] [v.
Baluze.]
[5] [v.
Lacordaire.]