O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano X — Julho de 1867.

(Idioma francês)

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS.


O Romance do Futuro.

(Por E. Bonnemère.) n

(Sumário)


1. — No ano passado os Espíritos nos haviam dito que em breve a literatura entraria na via do Espiritismo, e que 1867 veria aparecerem várias obras importantes. Com efeito, pouco depois apareceu o Espírita, de Théophile Gautier. Como dissemos, era menos um romance espírita que o romance do Espiritismo, mas que teve sua importância pelo nome do autor.

Vem a seguir, no começo deste ano, a tocante e graciosa história de Mireta. Nesta ocasião o Espírito Morel Lavallée  †  disse na Sociedade:

“O ano de 1866 apresenta a filosofia nova sob todas as formas; mas é ainda o talo verde que encerra a espiga de trigo e, para o mostrar, espera que o calor da primavera a tenha amadurecido e desabrochado. 1866 preparou, 1867 amadurecerá e realizará. O ano se inicia sob os auspícios de Mireta e não se escoará sem ver aparecerem novas publicações do mesmo gênero, e mais sérias ainda, em que o romance se fará filosofia e a filosofia se fará história.” (Revista de fevereiro de 1867).

Estas palavras proféticas se realizam. Temos como certo que uma obra importante aparecerá em breve; não será um romance, que pode ser considerado como uma obra de imaginação e de fantasia, mas a filosofia mesma do Espiritismo, altamente proclamada e desenvolvida por um nome que poderá fazer refletirem os que pretendem que todos os partidários do Espiritismo são loucos. [v. Notícias bibliográficas. A razão do Espiritismo, por Michel Bonnamy.]


2. — Esperando, eis uma obra que de romance só tem o nome, porque a intriga aí é quase nula e é apenas um quadro para desenvolver, sob a forma de conversas, os mais altos pensamentos da filosofia moral, social e religiosa. O título de Romance do Futuro não lhe parece ter sido dado senão por alusão às ideias que regerão a sociedade no futuro e que, no momento, apenas estão no estado de romance. O Espiritismo aí não é citado, mas pode tanto melhor reivindicar suas ideias, quanto em sua maioria parecem colhidas textualmente na doutrina, e que se algumas delas se afastam um pouco, são em pequeno número e não tocam o fundo da questão. O autor admite a pluralidade das existências, não só como racional, conforme à justiça de Deus, mas como necessária, indispensável ao progresso da alma e adquirida pela sã filosofia. Mas o autor parece inclinado a crer, embora não o diga claramente, que a sucessão das existências se realize antes de mundo a mundo, do que no mesmo meio, porque não fala de modo explicito das múltiplas existências num mesmo mundo, não obstante esta ideia possa ser subentendida. Talvez aí esteja um dos pontos mais divergentes, mas que, aliás, absolutamente não prejudica o fundo, pois, em última análise, o princípio seria o mesmo.

Assim, essa obra pode ser posta na classe dos livros mais sérios, destinados a vulgarizar os princípios filosóficos da doutrina no mundo literário, no qual o autor tem uma posição notável. Disseram-nos que quando o escreveu, não conhecia o Espiritismo; isto parece difícil, mas, se assim é, seria uma das provas mais retumbantes da fermentação espontânea dessas ideias e de seu poder irresistível, porque o acaso, sozinho, não faz encontrar tantos pesquisadores no mesmo terreno.


3. — O prefácio não é a parte menos curiosa desse livro. O autor aí explica a origem de seu manuscrito. “Qual é — pergunta ele — a minha colaboração no Romance do Futuro? Somos dois ou três, ou o autor se chama legião? Deixo estas coisas à apreciação do leitor, depois que lhe tiver contado uma aventura muito verídica, conquanto tenha todas as aparências de uma história do outro mundo.”

Tendo parado um dia em modesto vilarejo da Bretanha, a proprietária do albergue lhe contou que havia na região um jovem que fazia coisas extraordinárias, verdadeiros milagres. [Vide: Impressões de um médium inconsciente — A propósito do Romance do Futuro.] Disse ela: “Sem nada ter aprendido, ele sabe mais que o reitor, o médico e o tabelião juntos, e mais do que todos os feiticeiros reunidos. Fecha-se todas as manhãs em seu quarto; vê-se sua lâmpada através das cortinas, porque ele precisa da lâmpada, mesmo de dia; então escreve coisas que ninguém jamais viu, mas que são sublimes. Anuncia com seis meses de antecedência, o dia, a hora, o minuto em que cairá nos seus grandes acessos de feitiçaria. Uma vez que disse ou escreveu, nada mais sabe, mas é verdadeiro como a palavra do Evangelho e infalível como a decisão do papa, em Roma. Cura à primeira vista, sem cobrar, àqueles que lhe são simpáticos e, às barbas do médico, os doentes que este não cura, mesmo cobrando. O Sr. reitor diz que não pode ser senão o diabo que lhe dá o poder de curar aqueles a quem o bom Deus envia doenças para o seu bem, a fim de os provar ou os castigar.”

“Fui vê-lo, acrescenta o autor, e minha boa estrela quis que eu lhe fosse simpático. Era um rapaz de vinte e cinco anos, ao qual seu pai, rico camponês do cantão, tinha propiciado uma certa educação, a despeito do que disse a minha hospedeira; simples, melancólico e sonhador, levando a bondade até a excelência, e dotado de um temperamento, no qual o sistema nervoso dominava sem contrapeso. Levantava-se ao amanhecer, presa de uma febre de inspiração que não podia dominar, e espalhava abundantemente sobre o papel, às vezes contra a vontade e sem se dar conta, as estranhas ideias que germinavam por si mesmas em seu cérebro.

“Vi-o à obra. No espaço de uma hora ele cobria invariavelmente o seu caderno com quinze ou dezesseis páginas de escrita, sem hesitação, sem rasuras, sem se deter um segundo à busca de uma ideia, uma frase, uma palavra. Era uma torneira aberta, de onde a inspiração se escoava em jacto sempre igual. Absolutamente mudo durante essas horas de trabalho obstinado, dentes cerrados e lábios contraídos, a palavra lhe vindo no instante em que o relógio batia a hora de retomada dos trabalhos campestres. Voltava, então à vida de todo o mundo, e tudo quanto acabava de pensar ou escrever durante essas duas ou três horas de uma outra existência, pouco a pouco se apagava de sua memória, como o sono que se desvanece e desaparece à medida que se desperta. No dia seguinte, expulso da cama por uma força invencível, entregava-se à obra e continuava a frase ou a palavra começada no dia anterior.

“Abriu-me um armário, no qual se acumulavam cadernos cheios de sua escrita. — Que há em tudo isto? perguntei. — Ignoro-o tanto quanto vós, respondeu sorrindo. — Mas como vos vem tudo isto? — Não posso senão repetir a mesma resposta: ignoro-o tanto quanto vós. Por vezes sinto que está em mim; outras vezes escuto o que me dizem. Então, sem ter consciência e sem ouvir o ruído de minhas próprias palavras, eu o repito aos que me cercam, ou o escrevo.

“Isto constituía cerca de dezessete mil páginas, escritas em quatro anos. Aí se achavam uma centena de novelas e de romances, tratados sobre diversos assuntos, receitas médicas e outras, máximas, etc. Notei sobretudo isto:

“Estas coisas me são reveladas, a mim, simples de espírito e de instrução, porque, nada sabendo, não tendo a respeito ideias preconcebidas, estou mais apto a assimilar as ideias alheias.

“Os seres superiores, partidos primeiro, depurados ainda pela transformação, vêm envolver-me e me dizer:

“Dão-vos tudo o que não se aprende e que pode esclarecer o mundo onde, ao partir, deixamos a nossa marca inapagável. Mas é preciso reservar sua parte no trabalho pessoal, sem usurpar a ciência adquirida, nem o trabalho que cada um pode e deve fazer.”

“Nessa enorme confusão, escolhi um simples idílio, obra de fantasia, estranha, impossível, e no qual são lançados, sob uma forma mais ou menos ligeira, as bases de uma nova cosmogonia toda inteira. Nesses cadernos, o estudo tinha como título: a Unidade, que julguei dever substituir pelo de Romance do Futuro.” Eis os elementos principais do enredo:


4. — Paul de Villeblanche morava na Normandia, com seu pai, nas ruínas de um velho castelo, outrora residência senhorial de sua família, arruinada e dispersa pela Revolução. Era um rapaz de uns vinte anos, de grande inteligência, ideias mais largas e mais avançadas e que tinha posto de lado todos os preconceitos de raça.

No mesmo cantão, vivia uma velha marquesa muito devota que, para resgatar os pecados e salvar sua alma, tinha imaginado tirar da miséria e da abjeção social uma pequena cigana para dela fazer uma religiosa. Desta maneira, pensava ela, estaria certa de ter alguém que, por reconhecimento e por dever, por ela orasse incessantemente, durante sua vida e após a morte. Essa mocinha era, pois, educada no convento, desde cerca dos oito anos e, esperando que tomasse o hábito, vinha de dois em dois anos passar seis semanas em casa de sua benfeitora. Mas a jovem, de rara inteligência, tinha intuitivamente e sobre muitas coisas, ideias à altura das de Paul. Estava então com dezesseis anos. Numa de suas férias, os dois jovens se encontram, ligam-se por uma afeição toda fraterna e têm conversas em que Paul desenvolve à sua inteligente companheira princípios filosóficos novos para ela, mas que esta compreende sem esforço e, por vezes, leva vantagem. Estas duas almas de escol estão à altura uma da outra. O romance acaba em casamento, como é de justiça, mas aí está apenas um pretexto para dar uma lição prática sobre um dos pontos mais importantes da ordem social e dos preconceitos de casta.

Inscrevemos com muito gosto este livro no rol dos que são úteis propagar, e que têm seu lugar marcado na biblioteca dos espíritas.

São essas conversas que fazem o enredo principal do livro; o resto não passa de um quadro muito simples para a exposição das ideias que um dia devem prevalecer na sociedade.

Para referir tudo o que, desse ponto de vista, mereceria sê-lo, seria preciso citar a metade da obra. Reproduzimos apenas alguns dos pensamentos que poderão fazer julgar do espírito no qual ela foi concebida.


5. — “Achar é a recompensa de haver procurado; e tudo quanto nós mesmos podemos fazer, não devemos pedir aos outros.”

“O mundo é um vasto canteiro, no qual Deus distribuiu a cada um a sua tarefa, distribuindo a nossa conforme as nossas forças. Deste imenso atrito de inteligências diversas, opostas, hostis em aparência, jorra a luz, sem que se apague na hora do nosso último sono. Ao contrário, a marcha constante das gerações que se sucedem traz uma nova pedra ao edifício social; a luz torna-se mais brilhante quando nasce uma criança, trazendo, para continuar o progresso, o primeiro elemento de uma inteligência sempre renovada.”

“Mas a marquesa me repete incessantemente (diz a jovem), que todos nascemos maus, que não diferimos senão pela maior ou menor propensão para o pecado, e que a existência inteira é uma luta contra as nossas inclinações, que todos tenderiam para a eterna danação, se a religião que ela me ensina não nos retivesse à beira do abismo.

“— Não creia nesses blasfemadores. Deus seria o agente do mal, se não tivesse posto em cada um de nós a bússola que deve guiar nossos passos para a realização dos nossos destinos, e se o homem não tivesse podido marchar em seu caminho até o dia em que a Igreja veio corrigir a obra imperfeita e mal acabada do Eterno.”

“Quem sabe se, na imensa rotação do mundo, nossos filhos, por sua vez, não se tornarão nossos pais, e se não nos restituirão, intacta, esta soma de misérias, que lhes teremos deixado ao partir?”

“Nenhum mal pode vir de Deus, no tempo nem na eternidade. A dor é obra nossa, é o protesto da Natureza para nos indicar que não mais estamos nos caminhos por ela fixados à atividade humana. Ela se torna um meio de salvação, porque é o seu próprio excesso que nos impele para a frente, incita nossa imaginação preguiçosa e nos leva a fazer grandes descobertas, que aumentam o bem-estar dos que devem passar por este globo depois de nós.”

“Cada um de nós é um anel dessa cadeia sublime e misteriosa que liga todos os homens entre si, bem como com a Criação inteira, e que jamais, em parte alguma, poderiam ser quebradas.”

“Depois da morte, os órgãos esgotados precisam de repouso, e o corpo devolve à terra os elementos de que se constituem, ao infinito, os seres que se sucedem. Mas a vida renasce da morte.”

“Ao partir, levamos conosco a lembrança dos conhecimentos aqui adquiridos; o mundo para onde iremos nos dará os seus e nós os agruparemos todos em feixes, para deles formar o progresso.”

“Entretanto, arriscou a moça, haverá um termo, um inevitável fim, tão afastado quanto o suponhas.

“— Por que limitar a eternidade, depois de a ter admitido em princípio?

“Aquilo que se chama o fim do mundo é apenas uma figura. Jamais houve começo e jamais haverá fim do mundo. Tudo vive, tudo respira, tudo é povoado. Para que o juízo final pudesse chegar, seria preciso um cataclismo geral, que fizesse o Universo inteiro entrar no nada. Deus, que tudo criou, não pode destruir sua obra. Para que serviria o aniquilamento da vida?”

“Sem dúvida a morte é inevitável. Mas, melhor compreendida no futuro, esta morte que nos apavora, não se dará senão na hora prevista, talvez esperada, da partida, para fornecer uma nova etapa. Um chega, outro se põe a caminho, e a esperança enxuga as lágrimas que ocorrem no instante do adeus. A imensidade, o infinito, a eternidade prolongam suas perspectivas aos nossos olhos ávidos, cujo desconhecido nos atrai. Já mais aperfeiçoados, faremos uma viagem mais bela, depois partiremos ainda outra vez, e sempre marcharemos, elevando-nos incessantemente, pois depende de nós que a morte seja a recompensa do dever cumprido, ou o castigo, quando a obra encomendada não tiver sido feita.”

“Em qualquer lugar que estejamos no Universo, prendemo-nos por laços misteriosos e sagrados, que nos tornam solidários uns com os outros, e recolheremos fatalmente a colheita do bem e do mal que cada um de nós semeou atrás de si, antes de partir para a grande viagem.”

“A criança que nasce traz seu germe de progresso; o homem que morre deixa o seu lugar para que, depois dele, o progresso se realize e ele continue a trabalhar, levando alhures, e a um outro ser, sua alma aperfeiçoada.”

“Aqueles a quem deves a luz expiaram nesta vida as faltas de um passado misterioso. Sofreram, mas sofreram corajosamente. O Deus de amor e de misericórdia necessitava deles, sem dúvida, para uma missão mais importante em outro mundo. Ele os chamou a si, concedendo-lhes assim o salário merecido antes que o dia tivesse acabado.”

(A propósito de uma jovem que, ainda criança, operava curas surpreendentes, indicando os remédios por intuição).

Isto fez ruído, e a principal autoridade, o cura, inquietou-se e interveio. A criança fazia, por meios naturais, o que nem o médico com sua ciência, nem o cura com suas preces, era capaz de obter!… Evidentemente ela era possessa. Para os homens de pouca fé e inteligência obtusa, é Deus que, com o propósito de nos castigar, como se não tivesse a eternidade à sua frente, ou de nos provar, como se não soubesse o que vamos fazer, nos envia todos os males, os flagelos de todo o gênero, as ruínas, a perda dos que nos são caros. Ao contrário, é Satã quem dá a prosperidade, faz encontrar tesouros, cura os doentes, e nos prodigaliza todas as alegrias deste mundo. Enfim, segundo eles, Deus faz o mal, enquanto o diabo é ao autor de todo o bem. Então Maria foi exorcizada, rebatizada ao acaso, a fim de que não pudesse mais aliviar os seus semelhantes. Mas nada adiantou: ela continua a fazer o bem ao seu redor.

— Mas tu, que sabes tudo, Paul, que dizes de tudo isto?

— Se jamais creio no que minha razão repele, respondeu o jovem conde, não nego os fatos atestados por numerosas testemunhas, só porque a Ciência ainda não os sabe explicar. Deus deu aos animais o instinto de ir direto à planta que pode curar as raras doenças que os atingem. Por que nos teria recusado esse precioso privilégio? Mas o homem saiu dos caminhos que o Criador lhe havia fixado; pôs-se em hostilidade com a Natureza, cujos avisos deixou de escutar. O facho extinguiu-se nele, e a Ciência veio substituir o instinto que, no seu orgulho de novo-rico, negou, combateu, perseguiu, aniquilou tanto quanto nela estava fazê-lo. Mas quem pode afirmar que não sobrevive em alguns seres simples e primitivos, decididos a se esclarecerem docilmente por todos os lampejos que entreveem, animados que estão do desejo de vir em auxílio aos sofrimentos alheios? Quem sabe se Maria, tendo vivido outrora entre essas populaças na infância, entre as quais ainda sobrevive o instinto e que sabem segredos maravilhosos, ou então em algum mundo mais adiantado, de onde suas faltas a fizeram decair, Deus não lhe permite recordar-se de coisas que os outros esqueceram?

“Não são certos conhecimentos, para cada um de nós, que parecem reencontrar-se em nós, tão fácil nos é o seu estudo, ao passo que outros não podem penetrar em nosso espírito, sem dúvida porque vêm feri-lo pela primeira vez, ou porque várias gerações acumularam sobre tais conhecimentos montanhas de ignorância e de esquecimento?”

(A propósito das visões nos sonhos).

“É a alma mantida no seu exílio que conversa com a alma desprendida de sua parte terrena; por isso essas visões são iluminadas por um raio luminoso, que deixa entrever aos pobres humanos quanto é resplandecente o ponto onde chegaram os que souberam dirigir o seu esquife no oceano perigoso, onde flutua a existência.

“Por certo, em mundos diferentes, nossos corpos se constituem de elementos diferentes, e aí revestimos outro envoltório, mais perfeito ou mais imperfeito, conforme o meio onde devem agir. Mas é sempre certo que esses corpos vivem, animados pelo mesmo sopro de Deus; que a transmissão das almas se faz, nuns como nos outros inumeráveis planetas que povoam o espaço infinito, e que sendo a emanação mesma de Deus, existem identicamente as mesmas, em todos os mundos. Do outro lado da vida, ele nos dá uma alma sempre purificada, que permite que nos aproximemos incessantemente do céu; só a nossa vontade por vezes a faz desviar-se do reto caminho.

— Entretanto, Paul, ensinam-nos que ressuscitaremos com os nossos corpos de hoje!

— Tudo isto é loucura e orgulho! Nossos corpos não são nossos, mas de todo o mundo, dos seres que ontem devoramos, dos que nos devorarão amanhã. São de um dia; a terra no-los empresta e no-los retomará. Só a nossa alma nos pertence; só ela é eterna, como tudo quanto vem de Deus e a ele retorna.”



[1] [Le Roman de l’avenir, par E. Bonnemère - Google Books.]


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