Juiz de instrução; membro dos congressos científicos de França; antigo
membro do conselho geral de Tarn-et-Garonne. †
1. — Quando apareceu o romance Mireta, os Espíritos disseram estas palavras notáveis na Sociedade de Paris: †
“O ano de 1866 apresenta a filosofia nova sob todas as formas; mas ainda é o talo verde que encerra a espiga de trigo e, para a mostrar, espera que o calor da primavera a tenha amadurecido e feito desabrochar. 1866 preparou, 1867 amadurecerá e realizará. O ano se abre sob os auspícios de Mireta e não se escoará sem ver aparecerem novas publicações do mesmo gênero e mais sérias ainda, no sentido de que o romance tornar-se-á filosofia e a filosofia se fará história.” (Revista de fevereiro de 1867).
Anteriormente eles já haviam dito que se preparavam diversas obras sérias sobre a filosofia do Espiritismo, nas quais o nome da doutrina não seria timidamente dissimulado, mas confessado e proclamado em voz alta por homens cujo nome e posição social dariam peso à sua opinião; e acrescentaram que o primeiro apareceria provavelmente pelo fim do presente ano.
A obra que anunciamos realiza completamente esta previsão. É a primeira publicação deste gênero na qual a questão é encarada em todas as suas partes e em toda a sua grandeza. Pode-se, pois, dizer que inaugura uma das fases da existência do Espiritismo. O que a caracteriza é que não é uma adesão banal aos princípios da doutrina, uma simples profissão de fé, mas uma demonstração rigorosa, onde os próprios adeptos encontrarão novas ideias. Lendo esta argumentação cerrada, levada, a bem dizer, até a minúcia, e por um encadeamento lógico das ideias, perguntar-se-á, sem dúvida, por que singular extensão do vocábulo se poderia aplicar ao autor o epíteto de louco. Se é um louco que assim discute, poder-se-á dizer que às vezes os loucos tapam a boca de gente que se diz sensata. É uma defesa exemplar, onde se reconhece o advogado que quer reduzir a réplica aos seus últimos limites; mas aí se reconhece, também, aquele que estudou a causa seriamente e a perscrutou nos seus mais minuciosos detalhes. O autor não se limita a emitir a sua opinião: ele a motiva e dá a razão de ser de cada coisa. É por isso que, com toda justiça, intitulou seu livro de A Razão do Espiritismo.
Publicando esta obra, sem cobrir a sua personalidade com o menor véu, o autor prova que tem a verdadeira coragem de sua opinião, e o exemplo que dá é um título ao reconhecimento de todos os espíritas. O ponto de vista em que se colocou é principalmente o das consequências filosóficas, morais e religiosas, as que constituem o objetivo essencial do Espiritismo e dele faz uma obra humanitária.
Aliás, eis como ele se expressa no prefácio.
2. — “Está nas vicissitudes das coisas humanas, ou, melhor dizendo, parece fatalmente reservado a toda ideia nova ser mal acolhida ao seu aparecimento. Como, as mais das vezes, tem por missão derrubar ideias que a precederam, encontra resistência muito grande da parte do entendimento humano.
“O homem que viveu com preconceitos não acolhe senão com desconfiança a recém-chegada, que tende a modificar, a destruir mesmo combinações e ideias fixas em seu espírito, a forçá-lo, numa palavra, a meter mãos à obra, para correr atrás da verdade. Aliás, sente-se humilhado em seu orgulho, por ter vivido no erro.
“A repulsa que inspira a ideia nova é muito mais acentuada ainda quando traz consigo obrigações, deveres; quando impõe uma linha de conduta mais severa.
“Ela encontra enfim ataques sistemáticos, ardentes, obstinados, quando ameaça posições conquistadas, e sobretudo quando se defronta com o fanatismo ou com opiniões profundamente arraigadas na tradição dos séculos.
“As doutrinas novas, pois, sempre têm numerosos detratores; muitas vezes elas têm mesmo que sofrer perseguição, o que levou Fontenelle a dizer: “Que se tivesse todas as verdades na mão, teria o cuidado de não a abrir.”
“Tais eram o desfavor e os perigos que esperavam o Espiritismo quando do seu aparecimento no mundo das ideias. Os insultos, a zombaria, a calúnia não lhe foram poupados; e, talvez, também venha o dia da perseguição. Os adeptos do Espiritismo foram tratados de iluminados, alucinados, patetas e loucos, e a essa enxurrada de epítetos que, todavia, pareciam contradizer-se e excluir-se, acrescentaram os de impostores, charlatães e, finalmente, de partidários de Satã.
“A qualificação de louco é a que parece mais especialmente reservada a todo promotor ou propagador de ideias novas. É assim que trataram de louco o primeiro que se atreveu a dizer que a Terra girava em torno do Sol.
“Também era louco o célebre navegador que descobriu um novo mundo. Ainda era louco, para o areópago da Ciência, o que descobriu a força do vapor. E a douta assembleia acolheu, com sorriso desdenhoso, a sábia dissertação de Franklin sobre as propriedades da eletricidade e a teoria do pára-raios.
“Ele também, o divino regenerador da Humanidade, o reformador autorizado da lei de Moisés, não foi tratado de louco? Não expiou por um suplício ignominioso a propagação dos benefícios da moral divina na Terra?
“Galileu não expiou como herético, num sequestro cruel e em amargas perseguições morais, a glória de ter sido o primeiro a ter a iniciativa do sistema planetário cujas leis Newton devia promulgar?
“São João Batista, o precursor do Cristo, também tinha sido sacrificado à vingança dos culpados, cujos crimes condenara.
“Os apóstolos, depositários dos ensinamentos do divino Messias, tiveram que selar com sangue a santidade de sua missão. E a religião reformada por sua vez não foi perseguida e, após os massacres de São Bartolomeu, não teve que sofrer as dragonadas?
“Enfim, remontando até o ostracismo inspirado por outras paixões, vemos Aristides exilado e Sócrates condenado a beber cicuta.
“Sem dúvida, graças aos costumes suaves que caracterizam nosso século, sob o império de nossas instituições e das luzes que põem um freio à intolerância fanática, as fogueiras não mais se erguerão para purificar com suas chamas as doutrinas espíritas, cuja paternidade pretendem fizer remontar a Satã. Mas elas também devem esperar um levante dos mais hostis e ataque de ardentes adversários.
“Entretanto, este estado militante não poderia debilitar a coragem dos que estão animados por uma convicção profunda, dos que têm a certeza de ter nas mãos uma dessas verdades fecundas, que constituem, em seus desdobramentos, um grande benefício para a Humanidade.
“Mas, seja como for o antagonismo das ideias ou das doutrinas que o Espiritismo suscitar; sejam quais forem os perigos que deva abrir sob os passos dos adeptos, o espírita não poderia deixar esta luz sob o alqueire e se recusar a lhe dar todo o brilho que ela comporta, o apoio de suas convicções e o testemunho sincero de sua consciência.
“O Espiritismo, revelando ao homem a economia de sua organização, n iniciando-o no conhecimento de seus destinos, abre um campo imenso às suas meditações. Assim o filósofo espírita, chamado a levar suas investigações a esses novos e esplêndidos horizontes só tem por limites o infinito. Assiste, de certo modo, ao conselho supremo do Criador. Mas o entusiasmo é o escolho que deve evitar, sobretudo quando lança suas vistas sobre o homem, tornado tão grande e que, no entanto, por orgulho se faz tão pequeno. Não é senão quando esclarecido pelas luzes de uma prudente razão, e tomando por guia a fria e severa lógica, que deve dirigir suas peregrinações no domínio da ciência divina, cujo véu foi erguido pelos Espíritos.
“Este livro é o resultado de nossos próprios estudos e de nossas meditações sobre este assunto que, desde o começo, nos pareceu de importância capital e ter consequências da mais alta gravidade. Reconhecemos que essas ideias têm raízes profundas e nelas entrevimos a aurora de uma nova era para a sociedade. A rapidez com que se propagam é um indício de sua próxima admissão no número das crenças aceitas. Em razão mesmo de sua importância, não nos contentamos com afirmações e argumentos da doutrina; não só nos asseguramos da realidade dos fatos, mas perscrutamos com minuciosa atenção os princípios deles decorrentes; buscamos a sua razão com fria imparcialidade, sem negligenciar o estudo não menos consciencioso das objeções que opõem os antagonistas; como um juiz que escuta as duas partes contrárias, pesamos maduramente os prós e os contras. Só depois de haver adquirido a convicção de que as alegações contrárias nada destroem; que a doutrina repousa sobre bases sérias, numa lógica rigorosa, e não em devaneios quiméricos; que contém o gérmen de uma renovação salutar do estado social, minado secretamente pela incredulidade; que é, enfim, uma poderosa barreira contra a invasão do materialismo e da desmoralização, é que julgamos dever dar nossa apreciação pessoal, e as deduções que tiramos de um estudo atento.
“Assim, tendo encontrado uma razão de ser nos princípios desta nova ciência, que tem lugar reservado entre os conhecimentos humanos, intitulamos nosso livro A Razão do Espiritismo. Este título é justificado pelo ponto de vista sob o qual encaramos o assunto, e os que nos lerem reconhecerão sem dificuldade que este trabalho não é produto de um entusiasmo leviano, mas de um exame maduramente e friamente reflexivo.
“Estamos convictos de que, quem quer que, sem partido preconcebido de oposição sistemática, fizer, como nós fizemos, um estudo consciencioso da Doutrina Espírita, a considerará como uma das coisas que interessam no mais alto grau o futuro da Humanidade.
“Dando a nossa adesão a esta doutrina, usamos do direito de liberdade de consciência, que a ninguém pode ser contestado, seja qual for a sua crença. Com mais forte razão esta liberdade deve ser respeitada, quando tem por objetivo princípios da mais alta moralidade, que conduzem os homens à prática dos ensinamentos do Cristo e, por isso mesmo, são a salvaguarda da ordem social.
“O escritor que consagra sua pena em fixar no espírito a impressão que tais ensinamentos deixaram no santuário de sua consciência, deve guardar-se bem de confundir as elucubrações brotadas no seu horizonte terrestre com os raios luminosos partidos do céu. Se restam pontos obscuros ou ocultos às suas explicações, pontos que ainda não lhe é dado conhecer, é que, aos olhos da sabedoria divina, ficam reservados para um grau superior na escala ascendente de sua depuração progressiva e de sua perfectibilidade.
“Todavia, apressemo-nos em dizê-lo, todo homem convicto e consciencioso, consagrando suas meditações à difusão de uma verdade fecunda para a felicidade da Humanidade, mergulha sua pena na atmosfera celeste, onde nosso globo está imerso, e recebe incontestavelmente a centelha da inspiração.”
3. — A indicação do título dos capítulos dará a conhecer o quadro abarcado pelo autor.
1. Definição do Espiritismo. – 2. Princípio do bem e do mal. – 3. União da alma com o corpo. – 4. Reencarnação. – 5. Frenologia. – 6. Pecado original. – 7. O inferno. – 8. Missão do Cristo. – 9. O purgatório. – 10. O céu. – 11. Pluralidade dos globos habitados. – 12. – A caridade. – 13. – Deveres do homem. – 14. Perispírito. – 15. Necessidade da revelação. – 16. Oportunidade da revelação. – 17. Os anjos e os demônios. – 18. Os tempos preditos. – 19. A prece. – 20. A fé. – 21. Resposta aos insultadores. – 22. Resposta aos incrédulos, ateus ou materialistas. – 23. Apelo ao clero.
4. — Lamentamos que a falta de espaço não nos permita reproduzir tantas passagens quanto desejaríamos. Limitar-nos-emos a algumas citações.
Cap. III, pág. 41. – “A utilidade recíproca e indispensável da alma e do corpo para sua cooperação respectiva constitui, pois, a razão de ser de sua união. Ela constitui, a mais, para o Espírito, as condições militantes na via do progresso, onde está chamado a conquistar sua personalidade intelectual e moral.
“Como esses dois princípios realizam normalmente, no homem, o fim de sua destinação? Quando o Espírito é fiel às suas aspirações divinas, restringe os instintos animais e sensuais do corpo e os reduz à sua ação providencial na obra do Criador; desenvolve-se, cresce. É a perfeição mesma da obra que se realiza. Chega à felicidade, cujo último termo é inerente ao grau supremo da perfectibilidade.
“Se, ao contrário, abdicando da soberania que é chamado a exercer no corpo, cede ao arrastamento dos sentidos, e se aceita suas condições de prazeres terrestres como único objetivo de suas aspirações, falseia a razão de ser de sua existência e, longe de realizar os seus destinos, fica estacionário; ligado a esta vida terrestre que, entretanto, não deveria ter sido para ele senão uma condição acessória, pois não poderia ser o seu fim, o Espírito, de chefe que era, torna-se subordinado; como insensato, aceita a felicidade terrena que os sentidos lhe fazem experimentar e que lhe propõem satisfazer, assim abafando nele a intuição da felicidade verdadeira que lhe está reservada. Eis a sua primeira punição.”
No capítulo XII, do inferno, pág. 99, encontramos esta notável apreciação da morte e dos flagelos destruidores:
“Seria enumerando os flagelos que espalham sobre a Terra o terror e o pânico, o sofrimento e a morte, que acreditariam poder dar a prova das manifestações da cólera divina?
“Sabei, pois, temerários evocadores das vinganças celestes, que os cataclismos que assinalais, longe de ter o caráter exclusivo de um castigo infligido à Humanidade, são, ao contrário, um ato da misericórdia divina, que fecha a esta o abismo onde a precipitavam suas desordens, e lhe abre as vias do progresso, que a levarão ao caminho que deve seguir para assegurar a sua regeneração.
“Que são esses cataclismos, senão uma nova fase na existência do homem, uma era feliz, marcando para os povos e a Humanidade inteira o ponto providencial de seu adiantamento?
“Sabei, pois, que a morte não é um mal. Farol da existência do Espírito, ela é sempre, quando vem de Deus, o sinal de sua misericórdia e de sua assistência benfazeja. A morte é apenas o fim do corpo, o termo de uma encarnação e, nas mãos de Deus, é o aniquilamento de um meio corruptor e vicioso, a interrupção de uma corrente funesta, à qual, num momento solene, a Providência arranca o homem e os povos.
“A morte não é senão uma interrupção na prova terrestre. Longe de prejudicar o homem, ou antes, o Espírito, ela o chama a se recolher no mundo invisível, seja para reconhecer suas faltas e as lamentar, seja para se esclarecer e se preparar, por firmes e salutares resoluções, para retomar a prova da vida terrestre.
“A morte só gela o homem de pavor porque, muito identificado com a Terra, não tem fé em seu augusto destino, do qual este globo não passa de dolorosa oficina, na qual se deve realizar a sua depuração.
“Cessai, pois, de crer que a morte seja um instrumento de cólera e de vingança nas mãos de Deus; sabei, ao contrário, que ela é ao mesmo tempo a expressão de sua misericórdia e de sua justiça, seja detendo o mau na vida da iniquidade, seja abreviando o tempo de provas ou de exílio do justo sobre a Terra.
“E vós, ministros do Cristo, que do alto do púlpito da verdade proclamais a cólera e a vingança de Deus, e pareceis, por vossas eloquentes descrições da fantástica fornalha, atiçar as chamas inextinguíveis para devorar o infeliz pecador; vós que, de vossos lábios tão autorizados, deixais cair esta aterradora epígrafe: “Jamais! — Sempre!” então esquecestes as instruções de vosso divino Mestre?
Ainda citaremos as seguintes passagens, extraídas do capítulo sobre o pecado original.
“Em vez de criar a alma perfeita, quis Deus que não fosse senão por longos e constantes esforços que ela chegaria a se desprender deste estado de inferioridade nativa e gravitar para seus augustos destinos.
“Para chegar a esses fins, deve ela, pois, romper os laços que a prendem à matéria, resistir ao arrastamento dos sentidos, com a alternativa de sua supremacia sobre o corpo, ou da obsessão exercida sobre ela pelos instintos animais.
“São destes laços terrestres que lhe importa libertar-se e que nela constituem as condições mesmas de sua inferioridade; eles não são outros senão o suposto pecado original, o alvéolo que cobre a sua essência divina. O pecado original constitui, assim, o ascendente primitivo que os instintos animais devem ter exercido, inicialmente, sobre as aspirações da alma. Tal é o estado do homem que o Gênesis quis representar sob a figura simples da árvore da ciência do bem e do mal. A intervenção da serpente tentadora não é outra coisa senão os desejos da carne e a solicitação dos sentidos; o Cristianismo consagrou esta alegoria como um fato real, ligando-se à existência do primeiro homem; e é sobre este fato que fundou o dogma da redenção.
“Colocado deste ponto de vista, é preciso reconhecê-lo, o pecado original deve ter sido, com efeito, e realmente foi, o de toda a posteridade do primeiro homem, e assim o será durante uma longa sucessão de séculos, até a libertação completa do Espírito das opressões da matéria, libertação que, sem dúvida, tende a se realizar, mas que ainda não se fez em nossos dias.
“Numa palavra, o pecado original constitui as condições da natureza humana trazendo os primeiros elementos de sua existência, com todos os vícios que ela gerou.
“O pecado original é o egoísmo, é o orgulho que presidem a todos os atos da vida do homem;
“É o demônio da inveja e do ciúme que roem o seu coração;
“É a ambição que perturba seu sono;
“É a cupidez, que não pode saciar a avidez do lucro;
“É o amor e a sede de ouro, este elemento indispensável para dar satisfação a todas as exigências do luxo, do conforto e do bem-estar, que persegue o século com tanto ardor.
“Eis o pecado original proclamado pelo Gênesis, e que o homem sempre ocultou em si; ele só será apagado no dia em que, compenetrado de seus altos destinos, o homem abandonar, conforme a lição do bom La Fontaine, a sombra pela presa; o dia em que renunciar à miragem da felicidade terrena, para voltar todas as suas aspirações para a felicidade real, que lhe está reservada.
“Que o homem aprenda, pois, a se tornar digno de seu título de chefe entre todos os seres criados, e da essência etérea emanada do próprio seio de seu Criador e de que está repleto. Que seja forte para lutar contra as tendências de seu envoltório terrestre, cujos instintos são estranhos às suas aspirações divinas e não poderiam constituir sua personalidade espiritual; que seu objetivo único seja sempre gravitar para a perfeição de seu último fim, e o pecado original não existirá mais para ele.”
5. — O Sr. Bonnamy já é conhecido de nossos leitores, que puderam apreciar a firmeza, a independência de seu caráter e a elevação de seus sentimentos, pela notável carta que publicamos na Revista de março de 1866, no artigo intitulado: O Espiritismo e a Magistratura. Ele vem hoje, por um trabalho de alto alcance, emprestar resolutamente o apoio e a autoridade de seu nome a uma causa que, na sua consciência, considera como a da Humanidade.
Entre os adeptos já numerosos que o Espiritismo conta na magistratura, o Sr. Jaubert, vice-presidente do tribunal de Carcassonne, † e o Sr. Bonnamy, juiz de instrução em Villeneuve-sur-Lot, † são os primeiros que abertamente arvoraram a bandeira. E o fizeram, não no dia seguinte à vitória, mas no momento da luta, quando a doutrina é alvo dos ataques de seus adversários, e quando seus aderentes ainda estão sob o golpe da perseguição. Os espíritas atuais e os do futuro saberão apreciá-lo e não o esquecerão. Quando uma doutrina recebe os sufrágios de homens tão justamente considerados, é a melhor resposta às diatribes de que ela possa ser objeto.
A obra do Sr. Bonnamy marcará nos anais do Espiritismo, não só como a primeira em data no seu gênero, mas, sobretudo, por sua importância filosófica. O autor aí examina a doutrina em si mesma, discute os seus princípios, dos quais tira a quintessência, fazendo abstração completa de todo personalismo, o que exclui qualquer pensamento corporativista.
[1] Um volume in-12. Preço: 3 francos; pelos correios: 3 fr. 35 c. Librairie internationale, 15, boulevard Montmartre, † Paris. [La Raison du Spiritisme - Google Books.]
[2] [a
economia de sua organização: a constituição de seu organismo,
ou seja: Espírito, perispírito e corpo carnal.]