O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano V — Novembro de 1862.

(Idioma francês)

Remédio dado pelos Espíritos.

Este título fará sorrir os incrédulos. Que importa! Eles riram de muitas outras coisas, o que não as impediu de serem reconhecidas como verdades. Os bons Espíritos se interessam pelos sofrimentos da Humanidade. Não é, pois, de admirar que busquem aliviá-los e, em muitas ocasiões, provaram que o podem, quando bastante elevados para disporem dos necessários conhecimentos, porquanto veem o que não podem ver os olhos do corpo; preveem o que o homem não pode prever.

O remédio de que se cuida foi dado nas circunstâncias seguintes à Srta. Hermance Dufaux, n a qual nos remeteu a fórmula com autorização de publicá-la, em benefício dos que dela necessitassem. Um de seus parentes, falecido há muito tempo, havia trazido da América a receita de um unguento, ou, melhor, de uma pomada, de maravilhosa eficácia para toda sorte de chagas ou feridas. Com sua morte, perdeu-se a receita, cujo conhecimento não foi dado a ninguém. A Srta. Dufaux estava afetada de um mal na perna, muito grave e muito antigo, e que havia resistido a todos os tratamentos. Cansada de ter empregado inutilmente tantos remédios, um dia perguntou ao seu Espírito protetor se para ela não haveria cura possível. “Sim”, respondeu ele. “Usa a pomada de teu tio.” – Mas sabeis perfeitamente que a receita se perdeu. – “Eu vou ta dar”, disse o Espírito. Depois ditou o seguinte:


Açafrão ………………………………………  20 centigramas.

Cominho ……………………………………..    4 gramas.

Cera amarela ………………………………….  31 a 32 gramas.

Óleo de amêndoas doces ……………………….    1 colher.


Derreter a cera e pôr em seguida o óleo de amêndoas doces; juntar o cominho e o açafrão acondicionados num saquinho de pano e ferver, em fogo brando, durante dez minutos. Para usar, deita-se a pomada num pedaço de pano, aplicando-a sobre a parte doente. Repetir diariamente.

Tendo seguido a prescrição, em poucos dias a perna da Srta. Dufaux estava cicatrizada e a pele restaurada. Desde então se sente bem, não lhe sobrevindo nenhum acidente.

Felizmente a sua lavadeira também foi curada de mal idêntico.

Um operário se ferira com um fragmento de foice, o qual penetrou profundamente na ferida, produzindo inchaço e supuração. Falavam em amputar-lhe a perna. Com o emprego daquela pomada o edema desapareceu, cessou a supuração e o pedaço de ferro saiu da ferida. Em oito dias aquele homem pôde caminhar e retornou ao trabalho.

Aplicada sobre furúnculos, abscessos, panarícios, ela os faz irromper em pouco tempo e logo cicatrizar. Atua extraindo da chaga os princípios mórbidos, saneando-a e provocando, se for o caso, a saída de corpos estranhos, como lascas de ossos, de madeira, etc.

Parece que é também muito eficaz para os dartros  n e, em geral, para todas as afecções da pele.

Como se vê, sua composição é muito simples, fácil e, em todo o caso, inofensiva. Pode-se, pois, experimentá-la sem receio. [v. Variedades — Cura por um Espírito.]

ERRATUM.
[Transcrito da Revista de dezembro.]

No artigo publicado no último número sobre Um remédio dado pelos Espíritos, foi omitido que antes da aplicação do unguento é preciso lavar a ferida com água de malva ou outra loção refrescante.

Allan Kardec.



[1] Médium que escreveu a história de Joana d’Arc.


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