Hughes Félicité Robert de Lamennais, (Saint-Malo, França, 19
de junho de 1782 - Paris, 27 de fevereiro de 1854), foi um filósofo
e escritor político francês.
Nascido em uma família burguesa, foi um escritor brilhante, tornando-se uma figura influente e controversa na história da Igreja católica francesa. Juntamente com seu irmão Jean, concebeu a idéia de reviver o Catolicismo Romano como uma chave para a regeneração social. Chegaram a esboçar um programa de reforma, sob o título “Reflexão do estado da Igreja…”, no ano de 1808.
Cinco anos mais tarde, no auge do conflito entre Napoleão Bonaparte e o Papado, os irmãos produziram uma defesa do Ultramontanismo (doutrina e política dos católicos franceses que buscavam inspiração na Cúria Romana, defendendo a autoridade absoluta do Papa em matéria de fé e disciplina). Esta obra valeu a Lemennais um conflito com o Imperador, forçando-o a uma precipitada fuga para a Inglaterra em 1815.
Um ano depois, com 34 anos de idade, Lamennais retornou a Paris, onde foi ordenado padre. Escritor fluente, político e filósofo, esforçou-se para combinar a política liberal com o Catolicismo Romano, após a Revolução Francesa. Desse modo, já em 1817 publicou “Ensaios sobre a indiferença em matéria de religião considerada em suas relações com a ordem política e civil”, além de uma tradução da “Imitação de Jesus Cristo”.
O ensaio lhe valeu fama imediata. Nele, Lamennais argumentava a respeito da necessidade da religião, baseando seus apelos na autoridade da tradição e a razão geral da Humanidade, em vez do individualismo do julgamento privado. Embora advogasse o Ultramontanismo na esfera religiosa, em suas crenças políticas era um liberal que advogava a separação do Estado da Igreja, a liberdade de consciência, educação e imprensa.
Depois da revolução de Julho de 1830, Lamennais, junto com Henri
Dominique Lacordaire e Charles de Montalembert, além de um grupo
entusiástico de escritores do Catolicismo Romano Liberal, fundou o jornal
“L’Avenir”. Neste periódico diário, defendia os princípios democráticos,
a separação da Igreja do Estado, o que lhe criou embaraços tanto com
a hierarquia eclesiástica francesa quanto com o governo do rei Luís
Filipe de França. — Continue esta resenha biográfica na Wikipédia. †