Se tu sofres na Terra,
O aflito coração,
Tua vida se aferra
Em justa expiação;
Se esse é pois teu cadinho,
Pensa na tua dor,
Pode ser-te o caminho
A um destino melhor
Os desgostos da vida
Quanto maiores são
Mais dizem da assumida
Falta em teu coração,
Será tal preço, em dores
Por depurar ter Ser,
Tão alto se onde fores
No Céu terás prazer?
A vida é uma passagem
Cujo curso te diz:
Se sábio, na viagem,
Serás sempre feliz. |
Observação – O médium que serviu de intérprete não só é estranho às regras mais elementares da poesia, como jamais fez um único verso. Ele os escreve com uma facilidade extraordinária, sob o ditado dos Espíritos e, embora seja médium há pouco tempo, já possui uma coleção numerosa e muito interessante. Entre outros, já vimos alguns, encantadores e bastante oportunos, que lhe foram ditados pelo Espírito de uma pessoa viva, que ele evocou e que reside a duzentas léguas. Quando em vigília essa pessoa não é mais poeta que o médium.
[1]
[v. Alfred
de Musset.]