Algumas vezes os Espíritos se apropriam de nomes mitológicos, tais como os de Júpiter, Saturno, Flora, Zéfiro, Bóreas, Baco, deus Marte, de modo que nos enganaríamos singularmente se tomássemos esses nomes a sério. Dá-se a mesma coisa com os nomes de Belzebu, Satã, anjo Gabriel. São qualificações emblemáticas que especificam a natureza ou as inclinações deles; tais são, ainda, os nomes seguintes: Verdade, Discórdia, Prudência, Loucura, Tempestade, Sol Brilhante, Zoricoco, etc. Certos nomes dizem suficientemente de quem se trata, e a atenção que merecem as comunicações de seus portadores. Todavia, sob os nomes mais grotescos, e a par de um gracejo, não raro dizem coisas de grande significação e profunda verdade. Quando lançam seus rasgos satíricos contra alguém, picam ao vivo e quase sempre lhe alcançam o ponto vulnerável; pequenos defeitos, conhecidos ou ocultos, assim como o que a pessoa tenha de ridículo são apanhados com finura, e quem lhes excita a verve nem sempre ri por último. São, em suma, os pasquins do mundo espiritual. Os Espíritos mais elevados se servem deles algumas vezes, conforme as circunstâncias.