Roteiro 10
Os obreiros do Senhor
Objetivos: Esclarecer o significado da expressão “obreiros do Senhor”, à luz da Doutrina Espírita. — Explicar por que o espírita é considerado “trabalhador da última hora”. — Correlacionar a parábola dos trabalhadores da vinha e a parábola das bodas com a interpretação espírita de obreiros do Senhor.
IDEIAS PRINCIPAIS
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“Obreiros do Senhor” refere-se aos trabalhadores da seara de Jesus que […] houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro motivo, senão a caridade! […]. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo XX, item 5.
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Jesus gostava da simplicidade dos símbolos e, na sua linguagem varonil, os obreiros que chegaram na primeira hora são os profetas, Moisés e todos os iniciadores que marcaram as etapas do progresso, as quais continuaram a ser desenvolvidas através dos séculos pelos apóstolos, pelos mártires, pelos Pais da Igreja, pelos sábios, pelos filósofos e, finalmente, pelos espíritas. […] Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo XX, item 3.
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[…] Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos trabalhadores da última hora. […] Todos viestes quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que nela quisésseis entrar! Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo XX, Item 2.
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Nas parábolas da vinha e das bodas, em especial, Jesus apresenta as principais características dos obreiros do Senhor, o trabalhador que tem […] direito ao salário porque, desde o alvorecer, esperava com impaciência aquele que por fim o chamaria para o trabalho; era laborioso, apenas lhe faltava o labor. […] Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo XX, Item 2.
SUBSÍDIOS
“Obreiros do Senhor”, expressão cunhada pelo Espírito da Verdade, refere-se aos trabalhadores da seara de Jesus que “[…] houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro motivo, senão a caridade! […].” (1)
Os obreiros do Senhor são Espíritos que renascerão, mais comumente durante o período de transição do Planeta, para cooperar na obra de regeneração. Daí o Espírito de Verdade ter afirmado, em mensagem transmitida em Paris, no ano de 1862.
Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o salário dos servidores corajosos, pois é aos que não recuaram diante de suas tarefas que Ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: “Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus!” (2)
A frase final desta mensagem do Espírito de Verdade é semelhante ao último versículo da parábola dos trabalhadores da vinha, ensinada por Jesus: Eis como os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos. (Mateus, 20.16. Bíblia de Jerusalém). Parábola que traz notável simbolismo sobre o convite ao trabalho que o Senhor faz as diferentes categorias de servidores, ao longo dos tempos. (Veja no anexo 1, o texto integral da parábola)
Este texto evangélico, parábola dos trabalhadores da vinha, foi analisado no Roteiro 2, Módulo III, Tomo II, Parte 2, do programa Religião à Luz do Espiritismo, do Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita - EADE, que sugerimos a releitura.
1. Obreiros do Senhor: significado espírita
Jesus, segundo a Parábola dos trabalhadores da vinha, revela-se incansável em sua missão de assalariar servidores para a sua vinha de amor e luz. Desde as primeiras às últimas horas do dia está enviando o amorável chamamento para aos humanos fazerem parte de sua equipe espiritual, para aceitarem o seu jugo, manso e humilde, conforme podemos confirmar em Mateus, 11.28-30.
Jesus gostava da simplicidade dos símbolos e, na sua linguagem varonil, os obreiros que chegaram na primeira hora são os profetas, Moisés e todos os iniciadores que marcaram as etapas do progresso, as quais continuaram a ser desenvolvidas através dos séculos pelos apóstolos, pelos mártires, pelos Pais da Igreja, pelos sábios, pelos filósofos e, finalmente, pelos espíritas. Estes, que vieram por último, foram anunciados e preditos desde a aurora do advento do Messias e receberão a mesma recompensa. Que digo? recompensa maior. Últimos chegados, os espíritas aproveitam dos labores intelectuais dos seus predecessores, porque o homem tem de herdar do homem e porque seus trabalhos e seus resultados são coletivos: Deus abençoa a solidariedade. Aliás, muitos dentre eles revivem hoje, ou reviverão amanhã, para terminarem a obra que começaram outrora. Mais de um patriarca, mais de um profeta, mais de um discípulo do Cristo, mais de um propagador da fé cristã se encontram no meio deles, porém, mais esclarecidos, mais adiantados, trabalhando, não mais na base e sim na cumeeira do edifício. Seu, salário, pois, será proporcionado ao mérito da obra.[…]. (3)
“Jesus compara o Reino dos Céus a um pai que, preocupado com o bem estar dos filhos e, por entender que a felicidade sem mescla e duradoura re pousa no patrimônio moral, procurou-os de forma variada e por intermédio de mensageiros […].” (4) Assim, cada hora do dia, indicada no texto evangélico, representa um período de evolução espiritual da Humanidade, que pode acontecer durante uma ou mais reencarnações, conforme o grau de aprendizado anteriormente desenvolvido pelo Espírito. E o trabalhador que se dedica à tarefa, na seara do Cristo, impulsiona não só o próprio progresso espiritual como auxilia a melhoria da comunidade à qual se encontra vinculado. Ninguém está só, pois Jesus vela e aguarda.
[…] O Planeta não é um barco desgovernado. As coletividades humanas costumam cair em desordem, mas as leis que presidem aos destinos da Casa Terrestre se expressam com absoluta harmonia. Essa verificação nos ajuda a compreender que a Terra é a vinha de Jesus. Aí, vemo-lo trabalhando desde a aurora dos séculos e aí assistimos à transformação das criaturas, que, de experiência a experiência, se lhe integram no divino amor. A formosa parábola dos servidores envolve conceitos profundos. Em essência, designa o local dos serviços humanos e refere-se ao volume de obrigações que os aprendizes receberam do Mestre Divino. Por enquanto, os homens guardam a ilusão de que o orbe pode ser o tablado de hegemonias raciais ou políticas, mas perceberão em tempo o clamoroso engano, porque todos os filhos da razão, corporificados na Crosta da Terra, trazem consigo a tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais elevado no recanto em que agem transitoriamente. Onde quer que estejas, recorda que te encontras na Vinha do Cristo.[…]. (5)
Para a Doutrina Espírita, o obreiro do Senhor, também denominado trabalhador da última hora, é o indivíduo que realiza todas as tarefas que lhe cabem no mundo com dedicação, sacrifício e amor. E, por ser o “[…] trabalhador cônscio das responsabilidades que lhe competem não se desvia dos caminhos retos […].” (6)
Fato incontestável é que, quem trabalha com afinco na vinha do Senhor, vivenciando os seus ensinamentos, consegue alcançar todas as realizações, morais e intelectuais. “[…] As condições essenciais para os trabalhadores são: a constância, o desinteresse, a boa vontade e o esforço que fazem no trabalho que assumiram. Os bons trabalhadores se distinguem por estes característicos.” (7)
As condições desses trabalhadores encontram-se na mensagem, anteriormente citada, Os Obreiros do Senhor, do Espírito de Verdade, cujos principais conteúdos merecem ser destacados, em razão da relevância dos seus ensinamentos. (1)
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Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade. Felizes os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro motivo, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem espera do. […].
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[…] Felizes os que houveram dito a seus irmãos: “Irmão, trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços afim de que o Senhor ao chegar encontre acabada a obra; pois o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” […].
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[…] Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retar- dado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão. Clamarão: “Graça! graça!” Mas o Senhor lhes dirá: “Por que implorais graças, vós que não tivestes piedade dos vossos irmãos e que vos negastes a estender-lhes as mãos, que esmagastes o fraco, em vez de o amparardes? Por que suplicais graças, vós que buscastes a vossa recompensa nos gozos da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebestes a vossa recompensa, tal qual a quisestes. Nada mais vos cabe pedir; as recompensas celestes são para os que não tenham buscado as recompensas da Terra!” […].
2. Os espíritas podem ser qualificados de trabalhador da última hora
Em outra mensagem, que também faz parte de O Evangelho segundo o Espiritismo, o Espírito Constantino, afirma que os espíritas são trabalhadores da última hora, expressando-se desta forma: (8)
[…] Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos trabalhadores da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: “Comecei o trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer”. Todos viestes quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que nela quisésseis entrar! Eis que chegou o momento de embolsardes o salário; empregai bem a hora que vos resta e jamais esqueçais que a vossa existência, por mais longa que vos pareça, não passa de um momento fugaz na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade.
Destacamos que Constantino está se referindo aos bons espíritas, os devotados servidores do Senhor que se esforçam para cumprir a lei de justiça, amor e caridade. Almas que aceitam, despretensiosamente, a tarefa de conhecer e divulgar a mensagem do consolador prometido por Jesus, que é o Espiritismo, doutrina que revive e explica a mensagem cristã. É necessário, portanto, não ignorar esta exortação de Erasto, um dos iluminados Espíritos da Codificação Espírita: (9)
[…] Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo, sois os eleitos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai: os Espíritos elevados estão convosco. Certamente falareis a criaturas que não quererão escutar a voz de Deus, porque essa voz as convida incessantemente à abnegação. Pregareis o desinteresse aos avaros, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos, como aos déspotas. Palavras perdidas, bem o sei; mas, não importa! É preciso regardes com os vossos suores o terreno onde deveis semear, porque ele não frutificará e não produzirá senão sob os esforços reiterados da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai! […].
3. Os obreiros do Senhor e a parábola dos trabalhadores da vinha
Uma leitura apressada da Parábola do trabalhador da vinha (anexo 1), pode nos conduzir ao equívoco de supor que Jesus não estaria sendo justo quanto ao pagamento do salário dos trabalhadores, concedendo-lhes o mesmo valor amoedado, independentemente das horas trabalhadas. Haveria falta de equidade, “[…] efetivamente, se todos os trabalhadores tivessem a mesma capacidade e eficiência. Tal, porém não é o que se verifica. […] Uma vez, pois, que o mérito de cada obreiro seja aferido, não pelas horas de serviço, mas pela produção, que interessa ao dono do negócio saber se, para dar o mesmo rendimento, um precisa de doze horas, outro de nove, outro de seis, outro de três e outro de uma? […].” (10)
O valor de nossos feitos não está nas proporções vultosas desses feitos. Deus não olha para o volume, nem para a quantidade, mas para a qualidade. Ele não quer o muito, quer o bom, quer o melhor. É preferível, pois, o pouco bom, ao muito regular. Nossas obras devem ser feitas com alegria e singeleza de coração, sem tédio nem cansaço, sem intenção reservada. A virtude exclui cálculos de qualquer espécie. […] É um erro exaurirmo-nos numa labuta febril e penosa, com o propósito de nos tornarmos mais merecedores aos olhos de Deus […]. (11)
Ao correlacionar os ensinamentos da Parábola do trabalhador da vinha com as características dos “obreiros do Senhor” e o significado de “trabalhador da última hora”, os Espíritos Constantino e Henri Heine consideram, respectivamente, em mensagens inseridas em O Evangelho segundo o Espiritismo, dois pontos fundamentais:
1º. Mensagem de Constantino: o obreiro recebe o salário de acordo com trabalho executado (12)
- O trabalhador da última hora tem direito ao salário, mas é preciso que a sua boa vontade o tenha mantido à disposição daquele que o tinha de empregar e que o seu retardamento não seja fruto da preguiça ou da má vontade. Tem direito ao salário porque, desde o alvorecer, esperava com impaciência aquele que por fim o chamaria para o trabalho; era laborioso, apenas lhe faltava o labor. […].
- […] Se, porém, ele se houvesse negado ao trabalho a qualquer hora do dia; se houvesse a dito: “tenhamos paciência, o repouso me é agradável, quando soar a última hora é que será tempo de pensar no salário do dia; que necessidade tenho de me incomodar por um patrão a quem não conheço e não estimo! quanto mais tarde melhor”; esse tal, meus amigos, não teria tido o salário do obreiro, mas o da preguiça. […].
- […] Que dizer, então, daquele que, em vez de apenas se conservar inativo, haja empregado as horas destinadas ao labor do dia em praticar atos culposos […] que, enfim, se tenha deleitado em todas as ignomínias da Humanidade? Que será dessa criatura? Bastar-lhe-á dizer à última hora: Senhor, empreguei mal o meu tempo; conserva-me até ao fim do dia, para que eu execute um pouco, embora bem pouco, a minha tarefa, e dá-me o salário do trabalhador de boa vontade? Não, não; o Senhor lhe dirá: “No momento não tenho trabalho para te dar; desperdiçaste o teu tempo; esqueceste o que havias aprendido; já não sabes trabalhar na minha vinha. Recomeça, portanto, a aprender e, quando estiveres mais bem disposto, vem ter comigo e eu porei à tua disposição o meu vasto campo, onde poderás trabalhar a qualquer hora do dia”. […].
2º. Mensagem de Henri Heine: em cada reencarnação o obreiro tem oportunidade de aprimorar o seu do trabalho na seara do Cristo (13)
[…] A reencarnação […] eterniza e precisa a filiação espiritual. O Espírito, chamado a prestar contas do seu mandato terreno, compreende a continuidade da tarefa interrompida, mas sempre retomada. Ele vê, sente que apanhou no ar o pensamento dos que o precederam. Entra de novo na liça, amadurecido pela experiência, para avançar mais. E todos, trabalhadores da primeira e da última hora, com os olhos bem abertos sobre a profunda justiça de Deus, não mais murmuram: adoram. Tal é um dos verdadeiros sentidos desta parábola, que encerra, como todas as que Jesus dirigiu ao povo, o gérmen do futuro e também, sob todas as formas, sob todas as imagens, a revelação da magnífica unidade que harmoniza todas as coisas no Universo, da solidariedade que liga todos os seres presentes ao passado e ao futuro.
4. Os obreiros do Senhor e a Parábola da festa das bodas
Nesta outra parábola de Jesus (veja anexo 2) — estudada no Roteiro 6, Módulo III, Tomo II, Parte 2, do EADE — , há também relação com o significado espírita de obreiros do Senhor. Este é identificado no texto evangélico como os convidados das bodas que se apresentam vestidos com o traje nupcial, próprio para a cerimônia. Entretanto, importa considerar:
[…] Mas não basta ser convidado: não basta dizer-se cristão, nem sentar-se à mesa para tomar parte no banquete celestial. É preciso, antes de tudo e sob condição expressa, estar revestido da túnica nupcial, isto é, ter pureza de coração e praticar a lei segundo o espírito. Ora, a lei está toda inteira nestas palavras: Fora da caridade não há salvação. Contudo, entre os que ouvem a palavra divina, quão poucos são os que a guardam e a aplicam proveitosamente! Quão poucos se tornam dignos de entrar no reino dos céus! É por isso que Jesus falou: Muitos serão chamados; poucos, no entanto, serão escolhidos. (14)
Os convidados para a festa das bodas apresentam características semelhantes aos Espíritos que foram chamados para trabalhar na vinha do Senhor, segundo esta interpretação de Kardec:
[…] Nesta parábola, Jesus compara o reino dos Céus, onde tudo é alegria e felicidade, a uma festa de casamento. Pelos primeiros convidados, Ele se refere aos hebreus, que foram os primeiros chamados por Deus ao conhecimento da sua lei. Os enviados do Senhor são os profetas que os vinham exortar a seguir o caminho da verdadeira felicidade; suas palavras, porém, quase não eram ouvidas; suas advertências eram desprezadas; muitos foram mesmo massacrados, como os servos da parábola. Os convidados que recusam o convite, sob o pretexto de terem de ir cuidar de seus campos e de seus negócios, simbolizam as pessoas mundanas que, absorvidas pelas coisas terrenas, se mantêm indiferentes às coisas celestiais.[…]. (15)
Fazendo análise da parábola, no contexto dos tempos atuais, Emmanuel, desenvolve uma linha de raciocínio que leva em consideração o ensinamento de Jesus e, também, o pensamento de Allan Kardec, como se percebe no seguinte texto:
Reconhecendo, embora, a alusão de Jesus aos povos de seu tempo, quando traçou a parábola do festim das bodas, recordemos o caráter funcional do Evangelho e busquemos a versão prática da lição para os nossos dias. Compreendendo-se que todos os recursos da vida são pertences de Deus, anotaremos o divino convite à lavoura do bem, em cada lance de nossa marcha. Os apelos do Céu, em forma de concessões, para que os homens se ergam à Lei do Amor, voam na Terra em todas as latitudes. Todavia, raros registram-lhes a presença. Há quem recebe o dote da cultura, bandeando-se para as fileiras da vaidade; quem recolhe a mordomia do ouro, descendo para os antros da usura; quem senhoreia o tesouro da fé preferindo ajustar-se ao comodismo da dúvida malfazeja; quem exibe o talento da autoridade, isolando-se na fortificação da injustiça; quem dispõe da riqueza das horas, mantendo-se no desvão da ociosidade, e quem frui o dom de ajudar, imobilizando-se no palanque da crítica. Quase todos os detentores dos privilégios sublimes lhes conspurcam a pureza. Contudo, quando mais se acreditam indenes de responsabilidade e trabalho, eis que surge o sofrimento por mensageiro mais justo, convocando bons e menos bons, felizes e infelizes, credores e devedores, vítimas e verdugos ao serviço da perfeição, e, sacudidos nos refolhos do próprio ser, os pobres retardatários anseiam libertar-se do egoísmo e da sombra, consagrando-se, enfim, à obra do bem de todos, em cuja exaltação é possível reter a celeste alegria. Entretanto, ainda aí, repontam, desditosos, espíritos rebeldes, agressivos e ingratos.Para eles, porém, a vida, nessa fase, reserva tão somente a cessação do ensejo de avanço e reajuste, porquanto, jugulados pela própria loucura, são forçados na treva a esperar que o futuro lhes oferte ao caminho o tempo expiatório em cárceres de dor. Desse modo, se a luta vos concita a servir para o Reino de Deus, com a aflição presidindo os vossos novos passos, tende na paciência a companheira firme, a fim de que a humildade, por excelsa coroa, vos guarde o coração na beleza e na alvura da caridade em Cristo, que vos fará vestir a túnica da paz no banquete da luz. (16)
ORIENTAÇÕES AO MONITOR:
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Realizar breve explanação sobre o significado espírita de obreiros do Senhor e por que o espírita pode ser considerado o “trabalhador da última hora”.
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Pedir aos participantes que façam leitura silenciosa dos anexos um e dois (Parábola dos Trabalhadores da Vinha e Parábola das Bodas, respectivamente).
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Em seguida, fazer correlação das idéias presentes em ambas as parábolas com a interpretação espírita de obreiros do Senhor, por meio da técnica de discussão circular. Neste sentido, é importante preparar, previamente, questões que favoreçam essa correlação e a aplicabilidade da dinâmica.
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Fazer o fechamento do estudo com narração, resumida, do significado de “servo”, interpretado pelo Espírito Irmão X no texto Parábola do servo que integra o anexo três.
ANEXO 1
(Mateus, 20.1-16)
ANEXO 2
(Mateus, 22.1-14)
ANEXO 3
(Irmão X)
Referências:
1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008.Capítulo XX, item 5, p. 389.
2. Idem, ibidem - p. 389-390.
3. Idem - Item 3, p. 384-385.
4. MOUTINHO, João de Jesus. Código do reino. lª ed. Rio de Janeiro: FEB: 2009. Capítulo 10, p. 46.
5. XAVIER, Francisco Cândido. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 29. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Capítulo 29, p. 73-74.
6. Idem - Capítulo 28, p. 72.
7. SCHUTEL, Cairbar. Parábolas e ensinos de Jesus. 20. ed. Matão [SP]: O Clarim, 2000. Primeira parte, Item: Parábola dos trabalhadores da vinha, p. 54.
8. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Op. Cit. Capítulo XX, item 2, p. 383-384.
9. Idem - Item 4, p. 386.
10. CALLIGARIS, Rodolfo. Parábolas evangélicas. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Item: Parábolas dos trabalhadores e das diversas horas do trabalho, p. 31.
11. VINICIUS. Nas pegadas do mestre. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Item: Últimos que serão primeiros, p. 137.
12. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Op. Cit. Capítulo XX, item 2, p. 382-383.
13. Idem - Item 3, p. 385.
14. Idem - Capítulo XVIII, item 2, p. 357.
15. Idem, ibidem - p. 355.
16. XAVIER, Francisco Cândido. Religião dos Espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 21. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Item: Versão prática, p. 111-113.