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EADE — Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita — Religião à luz do Espiritismo

TOMO III — ESPIRITISMO, O CONSOLADOR PROMETIDO POR JESUS
Módulo III — Os vícios e as Virtudes

Roteiro 8


As virtudes segundo o Espiritismo


 

Objetivos: Caracterizar as virtudes segundo o Espiritismo.Explicar porque a caridade é a mais meritória das virtudes.



IDEIAS PRINCIPAIS

  • Para a Doutrina Espírita todas as virtudes têm seu valor e devem ser cultivadas pelo homem. Mas, tendo como base o Evangelho, importa considerar que toda […] a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, Ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade […]. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo 15, item 3.

  • Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão contidos os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra dessa bandeira eles viverão em paz; no céu, porque os que a tiverem praticado acharão graça diante do Senhor […]. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo 15, item 10.

  • Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, tal como Jesus a entendia? “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos. Questão 886.



 

SUBSÍDIOS


Nos estudos anteriores vimos que todas as virtudes são importantes, e o Espírito que as possui revela melhoria espiritual. Mas as orientações espíritas deixam claro que a caridade é a mais meritória de todas as virtudes: Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas são sinais de progresso no caminho do bem. “[…] Mas a sublimidade consiste no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem segundas intenções. A mais meritória é a que se baseia na mais desinteressada caridade.” (1)

O materialismo presente na sociedade moderna, associado aos desregra mentos morais, produz efeitos infelizes na mente e nos sentimentos das pessoas que aspiram a um mundo melhor. Entretanto, a Humanidade está sempre amparada pela providência divina que permite o renascimento de Espíritos mais esclarecidos, em bondade e em conhecimento, a fim de impulsionar o desenvolvimento da sociedade humana. Esclarecem os benfeitores espirituais, a respeito:


[…] a virtude não está inteiramente banida da Terra, como pensam certos pessimistas. Sem dúvida nela o mal ainda domina, mas quando se procura na sombra, percebe-se que, sob a erva daninha, há mais violetas, isto é, maior número de almas boas do que se pensa. Se elas surgem a intervalos tão espaçados, é que a verdadeira virtude não se põe em evidência, porque é humilde; contenta-se com os prazeres do coração e a aprovação da consciência, ao passo que o vício se manifesta afrontosamente, em plena luz; faz barulho, porque é orgulhoso. O orgulho e a humildade são os dois pólos do coração humano: um atrai todo o bem; o outro, todo o mal; um tem calma; o outro, tempestade; a consciência é a bússola que indica a rota conducente a cada um deles. […]. (2)


1. As virtudes segundo o Espiritismo


Sabemos que as pessoas virtuosas desenvolveram virtudes ao longo das experiências reencarnatórias. São Espíritos que fazem o bem de forma natural,e, mesmo se colocadas perante condições adversas, demonstram conquistas adquiridas anteriormente, que “[…] lutaram outrora e triunfaram. É por isso é que os bons sentimentos não lhes custam nenhum esforço e suas ações lhes parecem muito naturais; para elas o bem se tornou um hábito. […]”. (3)

A mensagem do Espírito Francois-Nicolas-Madeleine, que faz parte de O Evangelho segundo o Espiritismo, pode ser considerada uma síntese dos ensinamentos espíritas relacionados à virtude, cujas principais idéias são apresentadas, em seguida. (4)

  • A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso.

  • Infelizmente, elas são quase sempre acompanhadas de pequenas enfermidades morais, que lhes tiram o encanto e as atenuam.

  • Aquele que faz ostentação não é virtuoso, visto que lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e tem o vício que mais se lhe opõe: o orgulho.

  • A virtude, verdadeiramente digna desse nome, não gosta de exibir-se. Adivinham-na; ela, porém, se oculta na obscuridade e foge à admiração das multidões.

  • S. Vicente de Paulo era virtuoso; eram virtuosos o digno cura d’Ars e muitos outros quase desconhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que fossem virtuosos; deixavam-se ir ao sabor de suas santas inspirações e praticavam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmos.

  • É à virtude assim compreendida e praticada que vos convido, meus filhos; é a essa virtude verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita que vos incito a consagrar-vos.

  • Afastai, porém, de vossos corações tudo o que seja orgulho, vaidade, amor-próprio, que sempre tiram o encanto das mais belas qualidades.

  • Não imiteis o homem que se apresenta como modelo e faz alarde, ele próprio, das suas qualidades a todos os ouvidos complacentes. A virtude que assim se ostenta esconde muitas vezes uma porção de pequenas torpezas e de odiosas covardias. […].

As idéias espíritas favorecem o desenvolvimento de fé inabalável na bondade e na misericórdia de Deus, condição que nos faz acreditar no advento de um mundo de paz e felicidade. Pelo Espiritismo vemos, também, que as dificuldades atuais são temporárias, indicativas de que a Humanidade está vivenciando um período de transformação por força da lei do progresso.

Verificamos, igualmente, que uma geração nova está surgindo no Planeta, uma “geração eleita”, segundo estas palavras do apóstolo Pedro:

Mas vós sois uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo de sua particular propriedade, a fim de que proclameis as excelências daquele que vos chamou das trevas para sua luz maravilhosa, (1 Pedro, 2.9. Bíblia de Jerusalém)

Em relação a essa geração nova de Espíritos que já está reencarnando no Planeta, é importante destacar alguns trechos da seguinte a mensagem do Espírito Doutor Barry, que se encontra em A Gênese. (5)


Sim, por certo a Humanidade se transforma, como já se transformou em outras épocas, e cada transformação é marcada por uma crise que é, para o gênero humano, o que são, para os indivíduos, as crises de crescimento; crises muitas vezes penosas, dolorosas, que arrastam consigo as gerações e as instituições, mas sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral. Tendo chegado a um desses períodos de crescimento, a Humanidade terrena está plenamente, há quase um século, no trabalho da transformação. É por isto que ela se agita por todos os lados, presa de uma espécie de febre e como que movida por uma força invisível, até que retome o equilíbrio sobre novas bases. Quem a vir, então, a achará muito mudada em seus costumes, em seu caráter, em suas leis, em suas crenças; numa palavra, em todo o seu estamento social. […] A agitação dos encarnados e dos desencarnados se juntam, por vezes e mesmo na maioria das vezes, já que tudo se conjuga, na Natureza, as perturbações dos elementos físicos; é então, por um tempo, uma verdadeira confusão geral, mas que passa como um furacão, depois do que o céu se torna sereno, e a Humanidade, reconstituída sobre novas bases, imbuída de novas idéias, percorre uma nova etapa de progresso. É no período que ora se inicia que o Espiritismo florescerá e dará frutos. […].


Aprendendo a suportar as convulsões sociais do período de transição, a Humanidade será abençoada com o raiar de um novo dia, que se seguirá à noite de tormentas, marcado pelo estabelecimento de uma nova ordem social. O homem encontrará, assim, campo livre para desenvolver plenamente suas capacidades intelectuais e, especialmente, as morais. As principais características dessa nova era, como esclarece Kardec, estão sintetizadas a seguir: (6)

  • O progresso moral, secundado pela inteligência, refreará as paixões e garantirá a felicidade na Terra;

  • A unidade de crença, fundamentada na fraternidade universal, dissiparão os principais antagonismos religiosos;

  • Multiplicar-se-á o número de instituições beneméritas, apoiando os que sofrem;

  • A legislação penal será mais justa;

  • Os preconceitos estarão enfraquecidos, senão eliminados;

  • A Humanidade estará mais espiritualizada pela rejeição das idéias materialistas; e

  • O mundo será governado por esta divisa: caridade, fraternidade, benevolência para todos, tolerância para todas as crenças.

Para os Orientadores da Vida Maior, qualquer programa de desenvolvimento de virtudes deve começar com o combate ao egoísmo: “De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de extirpar é o egoísmo, porque resulta da influência da matéria. […] O egoísmo se enfraquecerá com a predominância “ da vida moral sobre a vida material […].” (7)

Desta forma, esclarece o Espírito Emmanuel em mensagem transmitida em Paris, no ano de 1861. (8)


O egoísmo, esta chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, porque impede seu progresso moral. […] O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, sua força, sua coragem. Digo: coragem, porque é preciso mais coragem para vencer a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que este monstro ` devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é a fonte de todas as misérias terrenas. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens. […].


Em O Livro dos Espíritos, Kardec analisa como proceder para eliminar o egoísmo: (9)


Louváveis esforços são empregados para fazer que a Humanidade progrida. Os bons sentimentos são animados, estimulados e honrados mais do que em qualquer outra época; não obstante, o verme roedor do egoísmo continua a ser a praga social. É um mal real, que se espalha por todo o mundo e do qual cada homem é mais ou menos vítima. As sim, é preciso combatê-lo como se combate uma moléstia epidêmica. Para isso, deve-se proceder como procedem os médicos: remontando à causa do mal. […] Conhecidas as causas, o remédio se apresentará por si mesmo. Só restará então combatê-las, senão todas ao mesmo tempo, pelo menos parcialmente, e o veneno pouco a pouco será eliminado. A cura poderá ser demorada, porque numerosas são as causas, mas não é impossível. Contudo, ela só se obterá se o mal for cortado pela raiz, isto é, pela educação, não por essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas pela que tende a fazer homens de bem. Bem entendida, a educação constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los, como se faz com as plantas novas. […]. O homem quer ser feliz e esse sentimento é muito natural. Por isso ele trabalha incessantemente para melhorar a sua posição na Terra, procura as causas dos seus males, a fim de remediá-los. Quando compreender bem que o egoísmo é uma das causas, a que gera o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme, que a cada instante magoam, que levam a perturbação a todas as relações sociais, provoca dissensões, destrói a confiança, obrigando-o a manter constantemente na defensiva contra o seu vizinho, enfim, a causa que faz do amigo um inimigo, então ele compreenderá que este vício é incompatível com a sua própria felicidade, e acrescentamos, com a sua própria segurança.


Esclarece ainda a Doutrina Espírita que há dois grandes obstáculos que dificultam o desenvolvimento de virtudes no ser humano: o interesse pessoal e o apego às coisas materiais.

Quanto ao interesse pessoal, os Espíritos orientadores da Codificação Espírita informam que este é o sinal mais característico da imperfeição.


[…] Muitas vezes as qualidades morais se assemelham, como num objeto de cobre, à douração que não resiste à pedra de toque. Um homem pode possuir qualidades reais que levem o mundo a considerá-lo homem de bem. Mas, essas qualidades, embora assinalem um progresso, nem sempre suportam certas provas, bastando algumas vezes que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique a descoberto. O verdadeiro desinteresse é coisa tão rara na Terra que é admirado como fenômeno quando se manifesta. […]. (10)


Quanto ao apego às coisas materiais, os mesmos Espíritos orientadores informam: (11)


O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais o homem se prende aos bens deste mundo, tanto menos compreende o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, ele prova que vê o futuro de um ponto de vista mais elevado.


2. Caridade: a mais meritória das virtudes


Ensina a Doutrina Espírita que a “[…] caridade é a virtude fundamental que há de sustentar todo o edifício das virtudes terrestres. Sem ela não existem as outras. […] A caridade é, em todos os mundos, a eterna âncora de salvação; é a mais pura emanação do próprio Criador; é a sua própria virtude, dada por Ele à criatura. […].” (12)

Devemos ponderar, contudo, que a transformação de indivíduos em seres caridosos, de acordo com o entendimento espírita, demanda esforço e tempo, maior ou menor, dependendo das disposições íntimas de cada um. O aprendizado para tal propósito começa, em geral, com a execução de simples gestos de filantropia, desenraizando, assim, o egoísmo que tiraniza e adoece á criatura; continua com a aquisição de novas virtudes e o aperfeiçoamento de outras, como a fé e a esperança.


Ensina o Espírito Meimei que a caridade ilumina


a quantos se consagram ao amor pelos semelhantes, redimindo sentimentos e elevando almas, porque, acima de todas as forças que renovam os rumos da criatura, nos caminhos humanos, a caridade é a mais vigorosa, perante Deus, porque é a única que atravessa as barreiras da inteligência e alcança os domínios do coração. (13)


O apóstolo Paulo ensina, igualmente:

Agora, portanto, permanecem fé, esperança e caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade. (1 Coríntios, 13.13. Bíblia de Jerusalém).


O ser humano que, efetivamente, pratica a caridade já aprendeu, por sua vez, vivenciar esta sentença de Jesus, registrada pelo apóstolo João:

Isto vos mando: amai-vos uns aos outros. (João 15.1. Bíblia de Jerusalém)


Daí o Espiritismo ensinar que


1. Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, Ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade […]. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, Ele mesmo, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. Jesus, porém, não se limita a recomendar a caridade: põe-na claramente e em termos explícitos como a condição absoluta da felicidade futura. […]. (14)


2. Para que a vida se transforme numa bênção perene, é fundamental que cada indivíduo não apenas se liberte do egoísmo, mas que desenvolva a capacidade de doação em benefício do próximo. Este é o primeiro estágio do aprendizado, podemos assim afirmar. Nesse sentido Emmanuel esclarece que, a “[…] rigor, todas as virtudes têm a sua raiz no ato de dar. Beneficência, doação dos recursos próprios. Paciência, doação de tranqüilidade interior. Tolerância, doação de entendimento. Sacrifício, doação de si mesmo. […].” (15)


Ampliada a sua capacidade de doação, o Espírito compreende que a prá tica da caridade não se restringe à doação de bens e serviços. Este é o trabalho da filantropia. Aprende a discernir, então, sobre o valor da fé e da esperança, virtudes corolárias da caridade, que devem ser cultivadas para que as ações no bem não sejam enfraquecidas.


A esperança está para a fé como o Sol está para a Lua. Esta não tem luz própria: reflete aquela que recebe do Sol. […] Assim a fé: é força comunicativa que, do coração de quem a tem, passa reflexamente para o coração de outrem, gerando neste a esperança. […] Assim, a esperança faz nascer no coração do homem as boas e nobres aspirações; só a fé, porém, as realiza. A esperança sugere, a fé concretiza. A esperança desperta nos corações o anseio de possuir luz própria; conduz, portanto, à fé. Quem alimenta esperança está, invariavelmente, sob o influxo da fé oriunda de alguém. A força da fé é eminentemente conquistadora. […]

Bem-vinda seja a esperança! Bendita seja a fé! Uma e outra espancam as trevas interiores. […] Se é doce ter esperança, é valor e virilidade ter fé. Se a esperança gera o desejo, a fé gera o poder. Se a esperança suaviza o sofrimento, a fé neutraliza seus efeitos depressivos. Finalmente, se a esperança sustenta o homem nas lutas deste século, a fé assegura desde já a vitória da vida sobre a morte. E a caridade? Da caridade nada podemos dizer, porque — caridade é amor — e o amor é o indizível, o incomparável; sente-se como a mesma vida: não se define. (16)


O Espiritismo dá muito valor à prática da caridade, considerando-a como fator primordial de renovação íntima do ser humano, tanto isto é verdade que a principal bandeira da Doutrina Espírita está sintetizada nesta máxima: “Fora da caridade não há salvação”. (17)

Não é por outro motivo que Ismael, Espírito protetor do Brasil, adotou a caridade como lema imortal, ao definir as bases do seu programa de cristianização nas terras brasileiras, assim sintetizado: “Deus, Cristo e Caridade.” (18)

Nesse aspecto, destaca-se a mensagem de Paulo de Tarso, transmitida mediunicamente em Paris, em 1860. (19)


Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão contidos os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra dessa bandeira eles viverão em paz; no céu, porque os que a tiverem praticado acharão graça diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a coluna luminosa que guia o homem no deserto da vida para o conduzir à Terra Prometida. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si. Nada exprime melhor o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, do que essa máxima de ordem divina. O Espiritismo não poderia provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, pois ela é o reflexo do mais puro Cristianismo. Com semelhante guia, o homem nunca se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a compreender-lhe o sentido profundo e as conseqüências, a buscar, por vós mesmos, todas as suas aplicações. Submetei todas as vossas ações ao controle da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também vos levará a praticar o bem, já que não basta uma virtude negativa: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, é preciso sempre a ação da vontade; para não se praticar o mal, basta muitas vezes a inércia e a indiferença. Meus amigos, agradecei a Deus por haver permitido que pudésseis gozar da luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos, é sim porque, ajudando-vos a compreender melhor os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Fazei, pois, com que os vossos irmãos, ao vos observarem, possam dizer que o verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, visto que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, seja qual for o culto a que pertençam.


ORIENTAÇÕES AO MONITOR:

  • Apresentar o expositor à turma, que foi especialmente convidado para desenvolver o assunto por, aproximadamente, 45 minutos.

  • Pedir aos participantes que anotem perguntas ou dúvidas que serão encaminhadas ao palestrante ao final.

  • Após a exposição, passar ao convidado as perguntas ou dúvidas registradas pela turma.

  • Fazer o fechamento do estudo com base nas idéias contidas no texto em anexo (Necessidade da caridade), de autoria do apóstolo Paulo.



 

ANEXO


Necessidade da caridade

(segundo São Paulo)




Referências:

1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Questão 893, p. 535.

2. Idem - Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Vol. 6 (1863, outubro). Item: Benfeitores Anônimos, p. 416-417.

3. Idem - O Livro dos Espíritos. Op. Cit. Questão 894, p. 536.

4. Idem - O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Capítulo XVII, item 8, p. 344-345.

5. Idem - A gênese. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Capítulo 18, item 9, p. 521-522.

6. Idem, ibidem - Itens 19, 20, 22, 23, p. 529-532.

7. Idem - O Livro dos Espíritos. Op. Cit. Questão 917, p. 546.

8. Idem - O Evangelho segundo o Espiritismo. Op. Cit. Capítulo XI, item 11, p. 229-230.

9. Idem - O Livro dos Espíritos. Op. Cit. Questão 917-comentário, p. 548- 549.

10. Idem, ibidem - Questão 895, p. 536-537.

11. Idem, ibidem - Questão 895, p. 537.

12. Idem - O Evangelho segundo o Espiritismo. Op. Cit. Capítulo XIII, item 12, p. 271.

13. XAVIER, Francisco Cândido. Seara de fé. Autores diversos 1ª ed. Araras [SP]: IDE, 2009. Capítulo 11. A lenda da caridade (mensagem de Meimei).

14. KARDEC, Allan.  O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Capítulo XV, item 3, p. 302.

15. XAVIER, Francisco Cândido. Alma e coração. Pelo Espírito Emmanuel. São Paulo: Editora Pensamento-Cultrix, 1969. Capítulo 6, p. 21.

16. VINÍCIUS. Em torno do mestre. 9 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Capítulo: Fé, esperança e caridade, p. 247-248.

17. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Op. Cit. Capítulo XV, item 8, p. 306.

18. XAVIER, Francisco Cândido. Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho. Pelo Espírito Humberto de Campos. 32. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Capítulo 3, p. 37.

19. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Op. Cit. Capítulo XV, item 10, p. 307-308.


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