Entremos, portanto, na súmula biográfica do mais humilde de todos os filhos de Deus, que vieram à Terra, depois do Cristo.
“A vida de Francisco Bernardone (o verdadeiro nome foi Giovanni, mas o pai, rico mercador que frequentemente visitava a França, chamou o filho de “Francesco”, isto é, francês)” — di-lo G.D. Leoni n — “é bastante conhecida; nem tem muito interesse para a leitura dos “Fioretti”. Todavia, eis as datas fundamentais: nasce em Assis (26 de setembro de 1182), na região italiana da Úmbria; passa a juventude na alegre companhia de amigos, até que uma doença o faz refletir sobre a fraqueza humana (1206): no mesmo ano outros sinais premonitores convertem definitivamente o jovem, que renuncia aos bens paternos e torna-se “esposo da obediência e da pobreza”; e se dedica à pobreza, à meditação, ao apostolado. Alguns companheiros o seguem (1209): Bernardo de Quintavalle, Pietro Cattani, Egídio de Assis e outros oito, que constituem o primeiro núcleo da nova Ordem, chamada dos Frades Menores, à qual se acrescenta pouco depois (1212) a Ordem das Clarissas, fundada por Santa Clara. O papa Inocêncio III aprova “solo verbo” a regra franciscana, que será confirmada por Honório III (1223). À vida contemplativa o Santo substitui agora a vida ativa: organiza a Ordem, manda os primeiros missionários à França, Alemanha, Hungria, Espanha, Tunísia, Marrocos (onde se imolam os primeiros mártires) e ele mesmo embarca para o Oriente (1219-1220), indo evangelizar o Egito e visitando a Palestina. Volta à Itália, reorganiza a Ordem regular, institui a Ordem Terceira (1221), percorre a Península, pregando a humildade e a austeridade num ambiente cada vez mais corrupto e agitado. Mas o grande esforço das viagens e as rígidas penitências enfraquecem o corpo do Santo: começam o sofrimento e a glorificação terrena. Em 1224 recebe os Estigmas; um ano depois dita o “Cântico das Criaturas”; sofre com alegria, aconselha com piedade, morre serenamente, ao pôr do sol do dia 4 de outubro de 1226, com quarenta e quatro anos.”
Sobre o ano de nascimento e o dia de desencarnação de Francisco, os autores,
respectivamente, ora apontam como sendo 1181, ora como sendo 1182, e
3 de outubro para uns, e 4 de outubro para outros. n
— (Extraído da Introdução ao livro Irmã
Vera Cruz.)
[1] “I Fioretti” de S Francisco (seguidos do Cântico do Sol),
Prefácio e notas de G.D. Leoni, Trad. de Adelino Capistrano, Edições de Ouro, MCMLVI, pp. 11-12.
[2] Pierre Larousse, em seu Grand Dictionnaire Universel (Tome Huitième), registra o ano de 1182; para
Wilson João (O Francisco que está em você — Vida de S. Francisco de Assis para o homem de hoje, 3ª adição,
Edições Paulinas, São Paulo, 1978, pp. 141-142), o ano é o de 1182 e o dia é 3 de outubro; para
o Frei Hugo D. Baggio, O.F.M., (Francisco mostra o caminho, Editora Vozes Ltda., Petrópolis, RJ, 1972, pp. 9
e 18), o ano é 1181 ou 1182, e o dia 3 de outubro; finalmente para Deodato Ferreira Leite (Francisco, Cantor
da Paz e da Alegria, 3ª edição. Edições Paulinas, 1977, pp. 13 e 291), o ano de nascimento é o de 1182, e o
dia de desencarnação de Francisco é 3 de outubro, sábado.