1 Bernardone tomara o traje que o vestia…
E Francisco a seguir em roupa de estamenha,
Roga, de casa em casa, o amparo que o mantenha,
Nas ruínas do templo em que se refugia!…
2 Um punhado de trigo, uns pedaços de lenha,
Restos de queijo e pão de uma pastelaria…
Aproxima-se a noite… A chuva é rala e fria…
De longe, vê o pai que o evita e desdenha…
3 Mais tarde extenuado atinge a estreita furna…
Dorme na pedra lisa, ouvindo a voz soturna
De lobos a ganir, trinchando alguma presa!…
4 No outro dia, da estrada indagam jovens belas:
— Quem é aquele moço? E responde uma delas:
— É Francisco de Assis, o Noivo da Pobreza!…
Narcisa Amália
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