“Eles têm os olhos cheios de adultério.” — (2 PEDRO, 2.14)
1 “Olhos cheios de adultério” constituem rebelde enfermidade em nossas lutas evolutivas.
2 Raros homens se utilizam dos olhos por lâmpadas abençoadas e poucos os empregam como instrumentos vivos de trabalho santificante na vigília necessária.
3 A maioria das criaturas trata de aproveitá-los, à frente de quaisquer paisagens, na identificação do que possuem de pior.
4 Homens comuns, habitualmente, pousam os olhos em determinada situação apenas para fixarem os ângulos mais apreciáveis aos interesses inferiores que lhes dizem respeito. 5 Se atravessam um campo, não lhe anotam a função benemérita nos quadros da vida coletiva e sim a possibilidade de lucros pessoais e imediatos que lhes possa oferecer. 6 Se enxergam a irmã afetuosa de jornada humana, que segue não longe deles, premeditam, quase sempre, a organização de laços menos dignos. 7 Se encontram companheiros nos lugares em que atendem a objetivos inferiores, não os reconhecem como possíveis portadores de ideias elevadas, porém como concorrentes aos seus propósitos menos felizes.
8 Ouçamos o brado de alarme de Simão Pedro, esquecendo o hábito de analisar com o mal.
9 Olhos otimistas saberão extrair motivos sublimes de ensinamento, nas mais diversas situações do caminho em que prosseguem.
10 Ninguém invoque a necessidade de vigilância para justificar as manifestações de malícia. O homem cristianizado e prudente sabe contemplar os problemas de si mesmo, contudo, nunca enxerga o mal onde o mal ainda não existe.
Emmanuel