1 As páginas, que se vão ler, são de autoria daquela que foi na Terra a minha mãe muito querida.
2 Minha mãe chamava-se Maria João de Deus e desencarnou-se nesta cidade, em 29 de setembro de 1915. 3 Filha de uma lavadeira humilde, de Santa Luzia do Rio das Velhas, minha mãe não pode receber uma educação esmerada; mas todos os que a conheceram me dizem que os sentimentos do seu coração substituíam a cultura, que lhe faltava.
4 Quando o seu bondoso Espírito se comunicou por meu intermédio, pela primeira vez, eu lhe pedi que me contasse as sua primeiras impressões na vida do outro mundo, recebendo a promessa de que havia de o fazer oportunamente; e, há pouco tempo, ela começou a escrever, por intermédio da minha mediunidade, estas cartas que se vão ler.
5 Quando minha mãe se desencarnou, eu contava cinco anos de idade; mas, mesmo assim, nunca pude esquece-la e, ultimamente, graças ao Espiritismo, ouço a sua voz, comunico-me com ela e ao seu Espírito generoso devo os melhores instantes de consolo espiritual da minha vida.
6 Aí estão, minha mãe, as tuas páginas. Elas vão ser vendidas em benefício das orfãzinhas. Deus permita que os pequeninos, que sofrem, recebam um conforto em teu nome, e que a Misericórdia Divina te auxilie multiplicando as tuas luzes na vida espiritual.
Pedro Leopoldo, 25 de junho de 1935.
Francisco C. Xavier