“Meu agradecimento e amor de filho lhe vertem no cálice do coração o orvalho dos afetos que nem a morte poderá destruir.” n
1 Minha querida mamãe.
Deus conceda ao seu coração todas as luzes do amor e da paz.
2 Valho-me desta hora para trazer a sua alma o meu coração reconhecido de todos os instantes.
3 Não se sinta desamparada nestes dias em que a incompreensão lhe rodeia o espírito nas lutas em casa.
4 Lembre-se que eu estou vivo para compreendê-la e estimá-la cada vez mais. Julgo hoje que existem túmulos na natureza criados por Deus, estes são de carne. Sei agora quanto devemos ao templo do corpo, entretanto, é muito impróprio chamar por mortos aos que, como eu, se transportaram para a vida verdadeira. n
5 Não, mamãe, não se desanime assim. O espírito de mãe sofre sempre, bem sei, mas procure repartir com Jesus as suas mágoas, porque Ele nos chama ao seu coração toda a vez que as lágrimas nos umedecem os olhos. 6 As meninas têm suas lutas e provas também, qual acontece com a senhora e comigo mesmo. É necessário entender isto, ajudá-las como nos seja possível e caminhar para o futuro.
7 Aí na Terra, mamãe, tudo é figuração passageira.
É a escola onde nos preparamos para Cá.
8 Nunca receberemos trabalho de elevação espiritual sem boas notas do aprendizado humano.
9 Estou a seu lado.
Não esmoreça.
Nosso alfabeto é da solidão espiritual; nosso giz, por vezes, é feito de pranto.
10 Mas como não ser assim se é preciso lavar a nossa Veste Espiritual para a Vida Eterna?
11 Não se sinta só.
12 Meu agradecimento e amor de filho lhe vertem no cálice do coração o orvalho dos afetos que nem a morte poderá destruir.
13 Coragem e fé!
Jesus não nos abandonará ao longo das purificações amargas, por mais ásperas que sejam.
14 Compreendo como têm agravado os seus sofrimentos morais, mas faça o possível por manter os próprios pensamentos na bondade de Deus, esquecendo os obstáculos transitórios do mundo.
15 Aos Nossos, minha esperança de crescermos todos, um dia, para a grande compreensão, e para a sua alma generosa, guarde a saudade e a gratidão do filho que não a esquece,
William
[17] Mensagem psicografada em Pedro Leopoldo no ano de 1945.
[18] Clara alusão de William à passagem evangélica constante em MATEUS, cap. 8:22, na qual Nosso Mestre Jesus nos diz: “Deixa aos mortos o cuidado de enterrar seus próprios mortos.” (Ver O Evangelho segundo o Espiritismo de Allan Kardec, cap. XXIII, itens 7 e 8.)